College

Diferente de outros programas, Iowa é um programa que preza pela estabilidade. Desde 1979, apenas Hayden Fry e Kirk Ferentz foram técnicos principais dos Hawkeyes. Por estar no meio de uma área rural, a consistência no programa é fundamental para atrair novos jogadores e ser competitivo. Ferentz é o técnico principal desde 1999, e possui sucesso consistente, sendo a última temporada com mais derrotas do que vitórias foi na longínqua 2012. Esse sucesso consistente vem na base de um modelo “Old-School”, dentro e fora de campo: defesa forte, linha ofensiva ótima e bons times especiais. Fora de campo, um programa que se baseia em um físico muito forte e disciplina. Basicamente, uma equipe dos anos 90 em 2022.

O sobrenome Ferentz se repete na Coaching Staff, com o Coordenador Ofensivo da equipe, Brian Ferentz. Brian é filho do Head Coach, Kirk e está a 10 anos dentro da Coaching Staff dos Hawkeyes. O coordenador defensivo, Phil Parker, está junto do time desde a chegada de Ferentz e está há mais de uma década no cargo. LeVar Woods, o coordenador de times especiais, é outro que está na equipe desde 2008, exercendo diversas funções. A estabilidade de Ferentz passa para os demais membros da Coaching Staff, criando um trabalho consistente e com bons resultados.

Como ganhar a Big Ten cercada de Power Houses como Michigan e Ohio State? Todos os caminhos apontam a um nome: Spencer Petras. O Redshirt Senior de Iowa tem de elevar seu nível de jogo para levar os Hawkeyes a um nível que não chegam desde 2004, o nível de campeão de divisão. Para isso, conta com um time que perdeu poucas peças, no ataque, destaque para Tyler Linderbaum e Tyler Goodson. Já na defesa, Dane Belton é o principal dos titulares a não voltar para Iowa City. Com isso, os Hawkeyes têm a experiência necessária para alçar voos maiores em 2022. 

Iowa vem levando muitos talentos pra NFL, a maioria nas posições de Secundária, Linha Ofensiva e Tight End. Destaque para George Kittle, TJ Hockenson, Noah Fant, Tristan Wirfs, Brandon Scherff, entre outros. Com isso, quem serão os próximos Hawkeyes a fazer barulho na NFL? 

Estrela do time: Sam LaPorta

Nas ex-escola de 3 bons Tight Ends da liga, podemos colocar mais um na lista de bons jogadores nessa posição. LaPorta não é um jogador atlético, mas consegue efetuar bons bloqueios, principalmente contra Linebackers. Alinha tanto como último homem da Linha Ofensiva ou no slot, causando problemas de Matchup contra as defesas adversárias. Faz boas rotas para sua altura e peso e consegue encontrar os espaços em zona. Está cotado como terceiro time All-American para essa temporada e com a saída de Tyler Goodson, é o único jogador com mais de 500 jardas de scrimmage em 2021. Deve ser o ponto de segurança de Petras no ano de 2022.

A histórica equipe de Cincinnati em 2021 foi quase que totalmente desfeita nesta offseason. A maioria dos principais jogadores foram para a NFL, como o quarterback Desmond Ridder e praticamente toda a defesa. A regressão do nível do time em comparação ao ano passado é natural, mas ainda assim, deve continuar como uma das melhores da AAC.

Apesar das perdas na defesa, a unidade deve continuar a ser uma das melhores nesta temporada, pois tem um grupo de LBs de alto nível com os irmãos Deshawn e Ivan Pace, o último que chega para os Bearcats transferido de Miami of Ohio. Ambos foram os jogadores mais valiosos da posição na FBS na última temporada.

Do outro lado da bola, surgem algumas preocupações. Ben Bryant e Evan Prater competem pelo posto de quarterback titular, mas nenhum até agora chamou atenção para substituir Ridder no mesmo nível. Ainda no lado ofensivo há algumas peças interessantes, como wide receiver Tre Tucker e o tight end Josh Whyle.

Cincinnati terminou a última temporada na #4 do ranking do College Football, um resultado que surpreendeu a todos e ficou marcado na história. A missão nesta temporada é buscar mais uma temporada invicta, já que são dois anos seguidos vencendo a AAC com 100% de aproveitamento (as duas derrotas neste período foram na pós temporada, para Georgia em 2020 no Peach Bowl e para Alabama em 2021 na semifinal da CFP). O head coach Luke Fickell sabe qual é caminho para levar os Bearcats a mais um Bowl Game e vai buscar isso neste ano:

A estrela do time: Deshawn Pace, LB

Deshawn Pace é um dos poucos titulares de 2021 que retorna nesta temporada. O jogador assumiu a titularidade no ano passado e foi peça crucial para a engrenagem defensiva rodar de maneira tão sólida e forte. Com 6’2 e 218 lbs, Deshawn é aquele LB moderno, capaz de fazer qualquer função em campo. Tem tamanho de safety, mas atitude de linebacker, é um jogador híbrido.

Atuou na temporada passada em 14 jogos, conseguindo os seguintes números: 95 tackles (líder da equipe no quesito), 9,5 tackles for loss, 0,5 sacks, 4 interceptações, 2 passes desviados e 1 fumble forçado.

Pace mostrou boas habilidades de reconhecimento e tem o perfil atlético para reagir de acordo com as jogadas. Atuou a maioria dos snaps como Will, tendo como funções principais ficar cobertura (em zone coverage ou em marcação pessoal no slot receiver), e realizando algumas blitizes. Essa característica, de canivete suíço, permite ao coordenador defensivo ser criativo e disfarçar vários tipos de cobertura, seja em mug fronts ou com drop 8 coverage.

Deshawn ainda precisa melhorar sua técnica de shedding, já que mostrou dificuldade para se desvencilhar de bloqueios no jogo terrestre. Outro ponto que pode evoluir são os seus tackles, já que costuma atacar o ball carrier muito alto e também faz jogadas próximo ao colarinho. Pace tem boas ferramentas para ser um ótimo LB na NFL, ainda precisa de refino em algumas áreas, mas sem dúvidas, deverá ser o líder defensivo dos Bearcats em 2022.

Cincinnati LB Deshawn Pace does a great job anticipating the LT outside momentum. He slices across his face inside to corral the RB for a loss!

Listed at 6’2 218 lbs. A dynamic defender. Built like a safety. 95 tackles & 4 ints in 2021! pic.twitter.com/XucW4Wa5e0

— Full-Time Dame 💰 (@DP_NFL) April 4, 2022

Para dar continuidade aos nossos previews da temporada do College, é chegada a hora de falarmos sobre Houston Cougars.

O treinador Dana Holgorsen chegou no programa em 2019 e teve um começo ruim. Foram duas temporadas abaixo da média no comando do time. No entanto, em 2021 Houston teve um excelente desempenho. A campanha de 12-2 culminou com uma vitória sobre Auburn no Birmingham Bowl e a 20ª posição no ranking dos playoffs.

Durante a offseason, o programa aceitou um convite para integrar a Big 12 nos próximos anos. Embora isto ainda não vá acontecer em 2022, é uma narrativa que será muito discutida ao longo da temporada. Assim, em uma trajetória positiva, o time chega em 2022 com a expectativa de repetir o sucesso do ano anterior e se mostrar como um força a ser temida para sua futura conferência.

Para isto, será necessário manter o ataque em um bom nível. A unidade comandada por Shannon Dawson e Brandon Jones tem boa eficiência na parte aérea, com a ótima conexão entre o QB Clayton Tune e o WR Nathaniel Dell. O time também conseguiu reforços para os outros setores por meio do portal de transferências e do recrutamento. Com isso, o grupo de recebedores ganhou profundidade e a OL recebeu estabilidade. Além disso, a rotação de RBs está pronta para suprir a ausência do promissor Alton McCaskill, que rompeu o LCA durante os treinamentos de primavera e perderá a temporada.

Já no lado defensivo, o coordenador Doug Belk perdeu algum talento para NFL no último Draft em nomes como o iDL Logan Hall e os DBs Marcus Jones e Damarion Williams. O grupo vem de um ano de boa produção e tem a capacidade de manter o desempenho em um nível adequado. Contudo, será preciso que novos jogadores assumam responsabilidades maiores e tenham saltos de qualidade.

A estrela do time: Nathaniel Dell, WR

Os Cougars tiveram uma média de quase 36 pontos por jogo em 2021 e muito disso se deve à já citada conexão entre Tune e Dell. O recebedor chega como o principal nome do programa para 2022 e também é o maior candidato a ser uma escolha do próximo Draft neste momento precoce do processo.

Dell foi um recruta de três estrelas que optou por Alabama A&M, mas se transferiu para Houston depois de apenas um ano. Em 2021, explodiu como um dos recebedores mais produtivos do circuito universitário. Foram 90 recepções para 1329 jardas e 12 touchdowns. A profundidade média dos passes lançados em sua direção não impressiona, mas tem boa capacidade de vencer com a bola nas mãos por ser bastante elusivo e rápido, com mudança de direção que faz defensores errarem ângulos. Isto está presente nas 35 recepções explosivas (mais de 15 jardas) que anotou em 2021. Além disso, demonstra boa noção de espaço e das zonas com um pacote técnico razoável, o que ajuda na separação.

Por outro lado, é um recebedor de porte físico menor, sendo baixo e muito leve. Isto afeta sua capacidade de lidar com defensores mais físicos e o limita a atuar mais pelo slot. Também tem problemas com drops, com uma taxa de 10,8% em 2021, um número muito ruim.

Falta pouco para o início da próxima temporada do College. Apesar de gostar do draft, você pode nem ser acostumado com esse mundo ainda, então vamos começar uma série apresentando alguns dos principais times desse ano que fazem parte da primeira divisão da NCAA. O texto de hoje vai ser do Penn State Nittany Lions.

Nas duas últimas temporada a Universidade está 11-11, sendo que nos últimos 8 jogos o time perdeu 6, dentre os quais o Outback Bowl para Arkansas. James Franklin poderia ter transformado o seu 7-6 até num 10-3 se não fosse algumas inconsistências do time. Muito disso se passa pelo signal caller, Sean Clifford. Ele é um dos QBs mais experientes do país, estando com a equipe de 2018 e como titular desde 2019 pós saída de Trace McSorley.

Contudo, experiência não quer dizer constância e sucesso. Ele nunca recebeu uma nota sequer de 70 em qualquer um dos 3 anos de titular, lançado 607 passes certos de 1005 tentados, para 7839 jardas com 62 TDs e 24 INTs. Quando as coisas complicam ele consegue resolver com as pernas, mas quando fica preso no pocket, falta força no braço e normalmente os recebedores precisam dar uma desacelerada para conseguir finalizar a recepção. Depois de lançar para mais de 3.100 jardas e 21 touchdowns com oito INTs, foi um ano bom, mas com sua experiência e em seu quinto ano no programa, ele precisa elevar o e ataque da equipe.

Isso foi uma preocupação já que o jogo terrestre não empolgou. Apesar de um trio de recruta quatro estrelas, os Lions não tiveram um único RB com 100 jardas num jogo no ano passado. Keyvone Lee liderou a equipe no segundo ano com 530 jardas – apenas 57 a mais do que ganhou em 2020, apesar de jogar mais três jogos.

Na defesa as coisas ficam um pouco mais complicadas. Manny Diaz assume a defesa após ser demitido de Miami assumindo o lugar de Brent Pry, numa defesa que cedeu jardas, mas poucos pontos. Esse desafio vai ser maior porque o time apesar de fazer bons recrutamentos o time não teve a sorte de contar com monstros atléticos como Yetur Gross-Matos, Micah Parson, Odafe Oweh, Jaquan Brisker, além das perdas recentes no corpo de linebackers dos principais líderes de tackles Ellis Brooks e Brandon Smith, e o pass rush Arnold Ebiketie.

Produzir com esses jogadores de potencial, mas com pouca experiência vai ser o desafio desse ano para o Nittany Lions.

A estrela do time: Joey Porter Jr, CB

O filho do ex-linebacker e All-Pro Joey Porter Sr., Joey Porter Jr. se apresenta como uma das perspectivas mais empolgantes que retorna para Penn State rumo ao Draft de 2023 da NFL. Ainda há uma sensação de que o ápice de Porter ainda não aconteceu, mas ele vem se mostrando promissor ano após ano com o Nittany Lions.

Na temporada passada, Porter fez 50 tackles, uma interceptação e quatro passes desviados. Tem um frame muito bom para a posição de 6’2 ″ e 195 libras permite que ele faça jogada, mas Porter também traz excelente explosão e é instintivo. Ficou em sexto lugar entre os cornerbacks da Big Ten em taxa de separação permitida no ano passado, mas ele também foi penalizado mais do que qualquer outro (10 penalidades no total, empatado em maior número na FBS). Outro ponto que ele precisa de melhoras é sua constância. Nos 8 primeiros jogos seu desempenho foi excelente, mas nos últimos seis jogos ele se perdeu.

Em 2021, pela primeira vez desde a saída de Bobby Petrino em 2011, Arkansas alcançou 9 vitórias em uma temporada. Méritos para o treinador Sam Pittman, que tirou os Razorbacks de uma situação bem desconfortável, os tornando um time interessante e competitivo. Agora ele terá que lidar com algumas ausências significativas –  a maior delas de Treylon Burks – e provar que pode fazer frente aos oponentes na fortíssima SEC por mais uma temporada.

Para isso, a aposta recairá mais do que nunca no jogo corrido: Arkansas liderou a conferência em jardas totais pelo chão em 2021 e o coordenador ofensivo Kendall Briles novamente deve usar a vertente para tentar impor seu jogo. Para isso, o quarterback K.J. Jefferson segue sendo arma importante, formando um monstrinho de 3 cabeças com os running backs Raheim Sanders e Dominique Johnson. Com uma bola linha ofensiva, correr com a bola é prioridade nos Razorbacks.

Pelo ar, o importante é manter Jefferson tomando decisões fáceis e evitando turnovers: foram apenas 3 interceptações na temporada passada, algo extremamente positivo. O Run-Pass Option deve seguir sendo arma importante no esquema, mas será preciso que algum recebedor ocupe a lacuna deixada por Burks: nenhum deles teve uma temporada de sequer 400 jardas até agora. A maior esperança vem de Jadon Haselwood, um 5 estrelas transferido de Oklahoma, mas que nunca se firmou por lá. Com biotipo parecido com de Burks, ele deve fazer a sua função em 2022.

Já na defesa, a perspectiva é um pouco menor: a defesa teve problemas pressionando o quarterback e não parece que uma melhora significativa esteja próxima. A perda de John Ridgeway – draftado pelo Dallas Cowboys na quinta rodada – é um complicador e o time precisará que Landon Jackson, transferido de LSU, produza logo de cara. Pelo chão a unidade é capaz de fazer um bom trabalho, mas pressionando o quarterback é onde reside a incógnita.

Com tantas dúvidas, ter um corpo de linebackers capaz de patrulhar o meio do campo é fundamental e o retorno do veterano Bumper Pool ajuda muito nisso: muito seguro tanto pelo ar quanto pelo chão, é um líder na defesa toda e conta com a confiança do coordenador Barry Odom. Drew Sanders, recém-transferido de Alabama, completa o grupo e expectativa é para que ele finalmente traduza seu potencial em produção, algo que não foi visto sob o comando de Nick Saban.

Na secundária, Montaric Brown foi para NFL e o grupo de cornerbacks preocupa. LaDarrius Bishop é um jogador inconsistente, Trent Gordon pouco jogou até agora e Dwight McGlothern vem transferido de LSU após oscilar muito. Entre os safeties, Jalen Catalon é quem tem o maior hype entre os safeties e ele volta de uma lesão no ombro. Para lhe fazer companhia, Latavious Brini vem transferido de Georgia.

Com um calendário complicado, será preciso que a equipe encaixe bem para não entrar numa espirar de resultados ruins que podem quebrar a confiança. A sequência da semana 4 até a 6 pode ser complicadora: Texas A&M, Alabama e Mississippi State são oponentes duros e não será estranho se Arkansas sair sem nenhum triunfo. Por isso, não sofrer com nenhuma zebra é essencial em 2022.

Craque do time: Ricky Stromberg – Center

É sempre estranho colocar um center como craque do time, afinal é uma posição de pouco destaque para os torcedores. Todavia, Stromberg faz seu trabalho de forma tão sólida e com tamanha tranquilidade, que seria bem injusto não o colocar como melhor jogador do time. Indo para sua quarta temporada, ele é um jogador experiente, visto que foi titular desde seu ano de freshman. Considerado um líder dentro do vestiário, é muito respeitado por todos no programa.

Se não é espetacular em nada, também é muito complicado apontar grandes fraquezas em seu jogo. Agressivo, gosta de finalizar suas jogadas e no jogo corrido mostra uma mobilidade interessante, conseguindo chegar bem no segundo nível para controlar os linebackers. Sua produção em corridas de zona é maior que em gap, mas ele roda bem em ambos sistemas. Na proteção ao passe, ainda pode flexionar melhor os joelhos, mas seu trabalho de mãos é bem agradável. Com certeza estará no radar dos times da NFL para este ano.

A Atlantic Coast Conference (ACC), é cheia de programas gigantes dentro da primeira divisão do futebol americano universitário. Alguns gigantes recentes, como Clemson. Outros peso-pesados adormecidos, como Georgia Tech. No meio disso tudo, grandes programas em má fase, como Miami e Florida State. Tudo isso abre espaço para os famosos azarões. Wake Forest é isso dentro do College Football. Um time competitivo, bem montado, com sistemas que exploram as qualidades de seus principais jogadores podem sonhar com algo a mais dentro do college football, mesmo com um orçamento menor.

Nos dados pré-pandêmicos, os Demon Deacons são o último time em receitas e o penúltimo em gastos. Para comparação, pelo menos seis equipes têm o dobro ou próximo de receitas que Wake Forest, são elas: Florida State, Clemson, Miami, Virginia Tech, Louisville e North Carolina. Isso se dá basicamente por dois fatores: geografia e história. 

Os Demon Deacons ficam em Winston Salem, cidade de 200 mil habitantes. Muito próximo as rivais North Carolina State, North Carolina e Duke. Porém, a escola fica fora da região conhecida como Triangle Research, formada pelas cidades de Raleigh, Durham e Chapel Hill, onde ficam as três faculdades mencionadas acima. Em relação ao resto da ACC, a maioria fica em regiões mais desenvolvidas que Wake Forest, com exceção a Virginia Tech, Virginia e Clemson que ficam em cidades em que o ponto focal é a universidade.

Historicamente, em termos de esportes e acadêmicos, Wake Forest também fica atrás de seus pares na ACC. São cerca de 8 mil alunos na faculdade, enquanto Florida State tem cerca de 40 mil estudantes. Isso também influencia as receitas da faculdade, considerando que os alunos são sua principal fonte de renda e é muito comum que ex-estudantes contribuam com doações para os esportes da universidade, comprem ingressos, e outros pontos. Quanto mais estudantes você forma, maior a probabilidade de ter alguém que contribua no longo prazo. Além disso, os Demon Deacons tem apenas 9 títulos de esportes coletivos, sendo 3 no golf masculino e 3 no hockey de grama feminino. Para comparação, a Universidade de North Carolina tem 47 títulos em esportes coletivos. Mesmo assim, Wake Forest produziu notáveis como Tim Duncan, Chris Paul e Muggsy Bogues.

Com tantos contras, como Wake Forest consegue construir bons times de futebol americano e começar o ano possivelmente rankeada? A resposta é uma só: Dave Clawson. O técnico dos Demon Deacons é o primeiro desde Peahead Walker a levar o programa a uma marca acima dos 50%. Walker treinou Wake de 1937 a 1950. Ou seja, uma façanha e tanto de Clawson. Manter a base vencedora, apenas com as perdas relevantes de Jaquarii Roberson e Zach Tom para o draft, deve manter a equipe competitiva para o ano que se aproxima.

A estrela da equipe: Sam Hartman, QB – Redshirt Junior

Hartman foi um jogador que quase deixou o programa para ingressar no draft. Pensando em ser selecionado em uma posição mais alta, talvez fosse melhor e pudesse ser o primeiro Quarterback selecionado. Entretanto, decidiu ficar e tentar ganhar a conferência depois do gosto amargo de ter sido vice para a Pittsburgh de Kenny Pickett. 

Em 2021, a estrela do Demon Deacons teve seu ano de revelação, com 39 Touchdowns passados e mais 11 corridos, somando 50 pontuações na temporada. Wake Forest é um time que, ofensivamente, joga rápido com passes rápidos, No Huddle e uma dinâmica ofensiva diferente das demais. O sistema ofensivo ajuda o QB a tomar decisões, precisando fazer poucas leituras para soltar a bola ou correr com ela.

Em 2022, diria que um objetivo de Hartman é cortar o número de interceptações, com 14. Além disso, em momentos críticos manter a calma e identificar melhor os mismatches que a defesa propõe. O talento físico está lá, a preocupação maior está no entendimento do jogo e de como se comportar em situações que a defesa te desafia mentalmente e no seu processamento. Se começar a desenvolver essa parte do jogo, pode ser uma primeira rodada no próximo draft. O que também pode pesar contra é a idade, fará 24 anos logo após o recrutamento de 2023.

Muitas pessoas estão acostumadas ver a universidade de Tennessee no futebol americano e associar a Peyton Manning. Foi uma época muito gloriosa, mas que, desde então, não tem conseguido retomar o protagonismo no College Football.

Após a conquista do Nacional em 1998, os Volunteers só tiveram 4 temporadas com 10 vitórias ou mais nos últimos 22 anos. Para mudar os rumos de um programa tumultuado, a direção resolveu apostar em Josh Heupel, que havia feito um ótimo trabalho em UCF. A missão não era fácil, já que após a demissão do antigo treinador Jeremy Pruitt houve um grande volume de pedidos de transferência dentro do time.

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Sem Pickett, o que será de Pittsburgh em 2022?

Heupel começou a implementar uma nova cultura logo no primeiro ano e teve resultados promissores, terminou com campanha de 7-6 e mostrou bom desempenho, principalmente do lado ofensivo da bola.

O quarterback Hendon Hooker foi um dos principais beneficiados com a chegada do coach Heupel. Com um sistema dinâmico, recheado de RPO e option runs, o treinador conseguiu colocar a equipe como uma das mais eficientes da SEC, atrás apenas de Alabama e Georgia.

A expectativa da torcida para esta temporada é novamente ter um ano com mais vitórias do que derrotas, principalmente pelo fato de ter jovens jogadores com capacidade para ter um breakout year.

Transfer Portal – de facilitador do processo a arma de recrutamento

E os nossos “Draft crushes”, o que viraram?

A estrela do time: Hendon Hooker, QB

Com 6’4 e 218 lbs, o redshirt senior Hendon Hooker vai para o segundo ano com a camisa dos Volunteers. Jogou dois anos como titular em Virginia Tech no começo da carreira universitária e teve bons números: 2894 jardas, 22 TDs, 7 interceptações, além de 1033 jardas corridas e 15 TDs.

O camisa 5 se transferiu em 2021 para Tennessee e brigou pela posição de titular com Joe Milton, que também havia se transferido para equipe vindo de Michigan. Após três jogos na reserva, Hooker assumiu a titularidade e teve um desempenho muito bom: 68% passes completos, 9.7 jardas por tentativa, 2945 jardas, 31 TDs, 2 interceptações, 616 jardas corridas e 5 TDs.

Hooker mostrou que é o QB ideal para o sistema de Heupel que usa muito RPO, playaction e option runs. Isso pede um QB que tenha boa habilidade atlética e força no braço, atributos que são características principais que ele tem.

Hooker ainda tem alguns problemas com a precisão nos passes, principalmente nas áreas do meio do campo. Porém, dentro do sistema atual da equipe, que prioriza leituras mais rápidas e sem tantas opções, isso faz com que ele fique menos exposto e seus pontos fortes mais explorados, já que ele é uma ameaça tanto em profundidade nos passes mais longos quanto no ganho curto com as pernas.

Who else is fired up to watch Hendon Hooker this year? #gbo pic.twitter.com/FHpDD3KdZB

— Saturday Gameday (@SaturdayGameday) July 18, 2022

Falta pouco para o início da próxima temporada do College. Apesar de gostar do draft, você pode nem ser acostumado com esse mundo ainda, então vamos começar uma série apresentando alguns dos principais times desse ano que fazem parte da primeira divisão da NCAA. O texto de hoje vai ser do Pittsburgh Panthers.

O atual campeão da ACC sofreu duras perdas nessa offseason. Pat Narduzzi, o Head Coach dos Panthers perdeu seu signal caller, e um dos grandes responsáveis pela grande temporada na equipe. Kenny Pickett, depois de uma ascenção meteórica no passado, acabou sendo o único QB escolhido na primeira rodada, numa classe bem discutível.

Kenny Pickett pode ser a solução para um time na NFL?

Qual é o Top 5 QBs do draft de 2022?

Não fosse somente esse duro golpe, as coisas não ficaram melhores para Universidade de Pittsburgh. Eles perderam o wide receiver Jordan Addison, o atual vencedor do Fred Biletnikoff Award, que é dado ao melhor WR da nação, que pegou o Portal de Transferência e desembarcou na badalada USC.

Entretanto, depois dos desfalques que o Portal fez a equipe, o time também usou o artifício para reforçar sua equipe. O time tentou garantir um substituto decente para Pickett, trazendo (ironicamente) de USC, Kedon Slovis para liderar o ataque da equipe. E tentando atenuar a saída de Addison, chegou na Universidade o recebedor de Akron, Konata Mumpfield, um Freshman All-American na última temporada com 61 recepções para 751 jardas e oito TDs.

O feitiço virou contra o feiticeiro? Com lesão, Kedon Slovis se complica

Do lado da defesa, Pittsburgh liderou a ACC e terminou em terceiro lugar no país com 54 sacks. Mas eles também foram 114º em jardas de passe permitidas por jogo. Assim, quando o quarterback adversário teve tempo de arremessar, a defesa ficou muito exposta. Dez vezes os oponentes passaram por mais de 300 jardas e quatro vezes Pittsburgh permitiu mais de 400 jardas. Os Panthers renderam 150 passes de 10 jardas ou mais, o que foi 128º de 130 equipes da FBS.

A estrela do time: Kedon Slovis, QB

Há um potencial inexplorado no jogo de Slovis, ainda que provavelmente ele não consiga replicar a temporada fantástica de Pickett no último ano. Ele conseguiu mostrá-lo às vezes durante seu tempo em USC. Inclusive, ganhando a titularidade de JT Daniels que teve que se transferir. Mas em outros momentos, ele foi mantido “preso” dentro de um ataque incrivelmente simples, que o viu diminuir sua média de jardas por tentativa temporada depois de temporada.

Slovis completou 68% de seus passes para 7.576 jardas e 58 TDs em três temporadas. Seu primeiro ano foi o melhor, quando ele lançou para 3.502 jardas, 9 interceptações e 30 TDs liderando USC para um recorde de 8-5. Em 2021, Slovis regrediu, lançando para apenas 2.153 jardas com 11 TDs e 8 interceptações.

O jogador de 6’3 e 205lbs soma nas suas três temporadas 652 passes completados em 953 tentativas (com pouco mais de 65% de acurácia), para um total de 7576 jardas, 58 TDs, 24 interceptações e um rating médio de 150.

Scouting Report – Kedon Slovis

Ele entrou no portal de transferências em dezembro do ano passado devido à polêmica chegada de um novo HC, e ao surgimento do freshman de USC Jaxson Dart que mais tarde se transferiu para Ole Miss. Logo, a transferência foi excelente para ambos os lados. Slovis deve ter a chance de jogar com mais liberdade e num ataque melhor montado.

Inesperadamente Mark Whipple e seu ataque de mais de 40 pontos por jogo e que esteve no topo de pontos marcados no país, deixou o programa para assumir a mesma função de coordenador com a Universidade de Nebraska, num movimento que muita gente não compreendeu.

Agora a equipe tem um novo Coordenador Ofensivo, trazido de Boston College com uma mentalidade mais vertical, Frank Cignetti Jr, que segundo fontes, recrutou o QB pessoalmente. O OC já teve duas passagens pela Universidade, em 1989 e em 2010. Dessa forma devemos ver uma junção do que Slovis pode fazer com sua acurácia e timing, com a verticalidade do ataque de Cignetti. Achar o equilíbrio entre atacar a zona intermediária onde Slovis sempre foi bem e a verticalidade do novo OC, que combina com seus recebedores, vai ser o desafio para a comissão e para o stock do QB.