A vida será dura em Arkansas pós-Treylon Burks

by Deivis Chiodini

Em 2021, pela primeira vez desde a saída de Bobby Petrino em 2011, Arkansas alcançou 9 vitórias em uma temporada. Méritos para o treinador Sam Pittman, que tirou os Razorbacks de uma situação bem desconfortável, os tornando um time interessante e competitivo. Agora ele terá que lidar com algumas ausências significativas –  a maior delas de Treylon Burks – e provar que pode fazer frente aos oponentes na fortíssima SEC por mais uma temporada.

Para isso, a aposta recairá mais do que nunca no jogo corrido: Arkansas liderou a conferência em jardas totais pelo chão em 2021 e o coordenador ofensivo Kendall Briles novamente deve usar a vertente para tentar impor seu jogo. Para isso, o quarterback K.J. Jefferson segue sendo arma importante, formando um monstrinho de 3 cabeças com os running backs Raheim Sanders e Dominique Johnson. Com uma bola linha ofensiva, correr com a bola é prioridade nos Razorbacks.

Pelo ar, o importante é manter Jefferson tomando decisões fáceis e evitando turnovers: foram apenas 3 interceptações na temporada passada, algo extremamente positivo. O Run-Pass Option deve seguir sendo arma importante no esquema, mas será preciso que algum recebedor ocupe a lacuna deixada por Burks: nenhum deles teve uma temporada de sequer 400 jardas até agora. A maior esperança vem de Jadon Haselwood, um 5 estrelas transferido de Oklahoma, mas que nunca se firmou por lá. Com biotipo parecido com de Burks, ele deve fazer a sua função em 2022.

Já na defesa, a perspectiva é um pouco menor: a defesa teve problemas pressionando o quarterback e não parece que uma melhora significativa esteja próxima. A perda de John Ridgeway – draftado pelo Dallas Cowboys na quinta rodada – é um complicador e o time precisará que Landon Jackson, transferido de LSU, produza logo de cara. Pelo chão a unidade é capaz de fazer um bom trabalho, mas pressionando o quarterback é onde reside a incógnita.

Com tantas dúvidas, ter um corpo de linebackers capaz de patrulhar o meio do campo é fundamental e o retorno do veterano Bumper Pool ajuda muito nisso: muito seguro tanto pelo ar quanto pelo chão, é um líder na defesa toda e conta com a confiança do coordenador Barry Odom. Drew Sanders, recém-transferido de Alabama, completa o grupo e expectativa é para que ele finalmente traduza seu potencial em produção, algo que não foi visto sob o comando de Nick Saban.

Na secundária, Montaric Brown foi para NFL e o grupo de cornerbacks preocupa. LaDarrius Bishop é um jogador inconsistente, Trent Gordon pouco jogou até agora e Dwight McGlothern vem transferido de LSU após oscilar muito. Entre os safeties, Jalen Catalon é quem tem o maior hype entre os safeties e ele volta de uma lesão no ombro. Para lhe fazer companhia, Latavious Brini vem transferido de Georgia.

Com um calendário complicado, será preciso que a equipe encaixe bem para não entrar numa espirar de resultados ruins que podem quebrar a confiança. A sequência da semana 4 até a 6 pode ser complicadora: Texas A&M, Alabama e Mississippi State são oponentes duros e não será estranho se Arkansas sair sem nenhum triunfo. Por isso, não sofrer com nenhuma zebra é essencial em 2022.

Craque do time: Ricky Stromberg – Center

É sempre estranho colocar um center como craque do time, afinal é uma posição de pouco destaque para os torcedores. Todavia, Stromberg faz seu trabalho de forma tão sólida e com tamanha tranquilidade, que seria bem injusto não o colocar como melhor jogador do time. Indo para sua quarta temporada, ele é um jogador experiente, visto que foi titular desde seu ano de freshman. Considerado um líder dentro do vestiário, é muito respeitado por todos no programa.

Se não é espetacular em nada, também é muito complicado apontar grandes fraquezas em seu jogo. Agressivo, gosta de finalizar suas jogadas e no jogo corrido mostra uma mobilidade interessante, conseguindo chegar bem no segundo nível para controlar os linebackers. Sua produção em corridas de zona é maior que em gap, mas ele roda bem em ambos sistemas. Na proteção ao passe, ainda pode flexionar melhor os joelhos, mas seu trabalho de mãos é bem agradável. Com certeza estará no radar dos times da NFL para este ano.

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