Os Bears controlam os caminhos da free agency e do Draft

by João Gabriel Gelli

Com a temporada da NFL encerrada para 30 dos 32 times, a liga já está em modo de offseason para quase todas as franquias. Neste mundo, o protagonismo em muitos momentos sai das grandes equipes e vai para as de menor destaque. São elas que decidem o destino do Draft e da Free Agency. Nesse sentido, ninguém tem tanto poder em 2023 quanto os Bears.

Abundância de recursos

O principal fator para essa afirmação é a quantidade de recursos que Chicago possui. Em primeiro lugar, a franquia lidera a liga em espaço na folha salarial para 2023 por larga margem, com mais de US$ 90 milhões disponíveis para gastar e já com 50 jogadores no elenco.

Além disso, existe uma regra salarial da NFL que diz que um time precisa gastar em dinheiro 90% do total da soma do teto em um período de três anos (2021-2023). Para que os Bears atinjam essa marca, terão que gastar cerca de US$ 150 milhões em dinheiro distribuído em 2023 em novos contratos. Estes podem ser para jogadores contratados na Free Agency, escolhidos no Draft ou renovações. Isso garante que a equipe será bastante ativa em toda a offseason, provavelmente com vínculos que alocarão a maior parte da recompensa nos primeiros anos.

Depois disso, se chega no Draft. Nele, os Bears possuem a primeira escolha geral e uma série de possibilidades. Também contam com escolhas em todas as rodadas menos a sexta, sendo 2 na quarta e 2 na quinta. Dessa forma, não faltam boas oportunidades de investimento e movimentação ao longo de toda a offseason.

As necessidades

A grande questão é que estes movimentos serão necessários. Um time não termina com a primeira escolha do Draft à toa. São muitos buracos no elenco que precisarão ser tapados.

No ataque, Darnell Mooney e Chase Claypool são as melhores armas e certamente não trazem muita confiança. A OL é problemática e os RBs são sólidos, mas não fazem a diferença. Por fim, Justin Fields deu um grande salto na segunda metade de 2022 e mostrou sinais positivos, especialmente como corredor. No entanto, ainda tem muito a evoluir como passador.

Defensivamente, a secundária tem talento em nomes como Jaylon Johnson e Eddie Jackson, além de jovens que podem evoluir, como Kyler Gordon e Jaquan Brisker. Por outro lado, o restante da unidade tem muitos problemas, principalmente a linha defensiva. Faltam opções tanto pelo miolo da DL quanto entre os pass rushers, seja como profundidade de elenco ou titulares. Entre os LBs, o calouro não-draftado Jack Sanborn teve alguns bons momentos e deve fazer parte da rotação em 2023, mas faltam opções ao seu lado.

Isto nos leva para a pergunta que deve nortear boa parte da offseason e será muito discutida nos próximos meses…

O que fazer com a primeira escolha do Draft?

Selecionar um QB

Esta é a opção mais polêmica e representaria algo parecido com o que os Cardinals fizeram quando escolheram Kyler Murray um ano depois de também selecionarem Josh Rosen na primeira rodada. Todavia, existem duas diferenças aqui. A primeira é que os Bears tiveram uma mudança de comando, então nem o GM nem o treinador são mais aqueles que selecionaram Fields. A segunda é que já se passaram dois anos de carreira do jovem QB, então seu espaço amostral é muito maior do que o de Rosen naquela época.

Aqui pouco importa se a opção dos Bears será por Bryce Young (Alabama), CJ Stroud (Ohio State) ou até Will Levis (Kentucky) ou Anthony Richardson (Florida). O escolhido terá o apoio do front office e da comissão técnica, o que resultaria em uma troca quase inevitável de Fields. O argumento a favor deste movimento diz que reiniciaria o relógio de um contrato de calouro de QB para o time e que ainda poderia gerar capital de Draft adicional com uma troca do atual QB da franquia. Entretanto, para fazer uma jogada como esta é necessário ter convicção de que a seleção é melhor do que o que tinham disponível, porque empregos estão em jogo.

Selecionar um jogador de outra posição

Caso o time esteja convicto de que Fields é o futuro como QB, existem duas opções que fariam com que escolhessem um jogador não-QB na pick #1. Ou não existiria uma oferta interessante o suficiente para deixar a posição ou os Bears estariam apaixonados por algum jogador da classe. Algumas opções seriam o EDGE Will Anderson (Alabama) ou o iDL Jalen Carter (Georgia).

Trocar a escolha

Para um time com tantas necessidades, é preciso ter muita munição para poder supri-las. Neste cenário, os Bears estariam satisfeitos com o desenvolvimento mostrado por Fields e acreditariam que não existe opção melhor que ele na classe. Por isso, aproveitariam a posição favorável no Draft para trocar a escolha com algum time desesperado por quarterback. Entre as opções de parceiros estão os Texans e os Colts, por exemplo. Assim, o GM Ryan Poles conseguiria ampliar seu estoque de seleções e atacar ainda mais problemas do time.

No fim das contas, esta parece a opção mais provável no momento, mas nada impede que tudo mude até abril.

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