Christian Gonzalez foi a melhor escolha possível para os Patriots no Draft

by Claudinei Junior

Para quem é fã da série “Eu, a Patroa e as Crianças” se lembra daquele episódio que o Michael Kyle faz do quarto do Junior o “Mundo de Michael”, local que se denomina como rei e que somente as suas opiniões e vontades são feitas.  Em New England, guardada as devidas proporções, Bill Belichick comanda a beira do campo e o front office desta maneira.

O mundo de BB definitivamente não compactua com os mesmos pensamentos dos torcedores da franquia e, até por esse motivo, seja o diferencial que o fez ganhar seis anéis. Muitas vezes erra, acerta, porém o saldo ainda é muito positivo e não há argumentos para alguém questionar a capacidade como head coach e até mesmo general manager, apesar da balança ser menos favorável do que no primeiro cargo.

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Havia muita especulação sobre o que a equipe faria no Draft. Eram muitas opções, entre WR, OT, CB, EDGE, porém, na escolha 14 tudo iria depender de como a board iria se encaixar de acordo com as primeiras escolhas. Dentre os nomes mais falados, a expectativa da torcida era que sobrasse Jaxson Smith-Njigba, Peter Skoronski, Joey Potter Jr., entre outros.

Christian Gonzalez começou a ter o nome vinculado com a equipe após o fim temporada, entretanto, após ter um desempenho de elite no Combine, em vários mocks e rumores de jornalistas americanos davam o prospecto de Oregon como uma escolha dentro do top 10. Como o Draft é uma caixa de surpresa, ninguém esperava que ele sobrasse na escolha da equipe e muito menos que NE daria um trade down e, ainda sim, ficaria com o jogador.

Melhor escolha possível para New England

Apesar da vontade da torcida em trazer mais reforços para auxiliar no desenvolvimento de Mac Jones, seja na proteção da linha ofensiva ou armas no jogo aéreo, Gonzalez era uma oportunidade muito difícil de deixar passar. Seja pelo nível do jogador, top 1 ou 2 na maioria dos rankings na posição de CB, ou pela necessidade da equipe, já que desde a saída de Gilmore e, posteriormente, JC Jackson, não havia um CB1 de confiança no elenco atual.

Os Patriots conseguiram um talento blue-chip, com capacidade para ser titular e potencial para ocupar a vaga de CB1 pelos próximos 5 anos com contrato de calouro. Outro ponto importante, e que influencia na escolha, foi que o jogador atuava em um sistema parecido com da equipe. O diretor de Player Personnel, Matt Groh, confirmou que ter sido treinado pelo coordenador defensivo Tosh Lupoi, que teve passagem por Alabama, ajudou na escolha.

Estar inserido anteriormente em um sistema mais versátil, tanto de cobertura quanto de alinhamento, será uma grande vantagem para o camisa 0, já que estava acostumado a jogar de diferentes forma e em New England terá que cumprir essas mesmas funções.

O que o torna especial

Os Patriots foram a 6° equipe que equipe mais usou cobertura homem a homem na temporada passada, de acordo com o NextGen Stats. Em anos anteriores, sempre estiveram no top 3 das que mais usaram, o fato para terem diminuído esse tipo de marcação foi a falta de um shutdown corner.

O atletismo de elite de Gonzalez e a forma como se movimenta o fizeram ser um talento de primeira prateleira. Mas o fato que vai ser o ganha-pão dele na NFL é na cobertura homem a homem, é ter a função de marcar o principal recebedor adversário e o tirar do jogo.

Gonzalez tem experiência alinhando em press e off, possui fluidez para mudar de direção e velocidade para perseguir os recebedores em qualquer tipo de rota. Com 6’1, 197 lbs e 32 pol, tem o tamanho ideal para jogar no outside e lidar com qualquer estilo de WR.

Outra função que o jogador será muito útil é em cover 3, fazendo contato em press na linha de scrimmage e, em seguida, afundando para marcar o fundo do campo. Esse tipo de jogada só é possível qual você possui um CB físico, inteligente e com grande velocidade, o que é o caso de Gonzalez, já que bateu 4.38 no 40 yard dash.

Conclusão

Desde o início da era Bill Belichick em Foxboro, a equipe sempre teve um shutdown corner na secundária. Começando por Ty Law, Darrelle Revis, Aquib Talib, Stephon Gilmore e até JC Jackson. Ainda é cedo para cravar qualquer, mais que o novato ainda nem entrou em campo, porém, os indícios que esse casamento tem tudo para dar certo são grandes.

Além das questões técnica, físicas e táticas já mencionadas, também é importante ressaltar o quando ainda pode evoluir, já que possui apenas 20 anos. Mesmo jovem, possui uma boa experiência, já que atuou três anos no universitário em um total de 30 partidas, sendo 18 em Colorado e 12 em Oregon.

Ainda há pontos que precisam de evolução no jogo dele, porém, não há nada melhor na NFL do que ser desenvolvido por uma das principais mentes defensivas da história do jogo.

 

 

 

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