O ataque dos Redskins com Dwayne Haskins ainda é café com leite

by Felipe Vieira

Dwayne Haskins estava acostumado com ataque de Ohio State, conhecido por ser um ataque moderno e up-tempo. Quando foi escolhido por Washington, era esperado que houvesse uma parte do playbook destinado às suas forças quando ele pudesse assumir a vaga de titular, afinal, isso seria questão de tempo com Case Keenum iniciando a temporada como QB1. O head coach Jay Gruden mais uma vez fez um trabalho ruim em relação a isso e foi demitido no começo de outubro depois de iniciar 0-5. Com isso, Bill Callahan assumiu interinamente o cargo. Na semana 9, Haskins também assumiu como titular do time e desde então possui um recorde de 2-3 com os Redskins. Apesar das duas vitórias, Haskins não tem jogado de forma que encha os olhos de ninguém. Obviamente, o ataque não se adaptou para Haskins e continua extremamente engessado. Haskins, vendo o que aconteceu com Josh Rosen, provavelmente tem isso na cabeça e está simplesmente tentando sobreviver para que em 2020 tenha um novo treinador que saiba aproveitá-lo melhor e um time um pouco mais decente.

Contra Green Bay, houve alguns altos e baixos, como tem sido a temporada toda. No seu primeiro passe da partida, Haskins demora tempo demais preso em sua primeira leitura, que esteve marcado por todo tempo pelo linebacker e Haskins não tenta manipulá-lo para sair dali, então esse tempo todo é apenas perda de tempo. Quando vai mudar a progressão, o pass rush já está chegando e ele não consegue fazer o lançamento a tempo. Com uma linha ofensiva razoável, provavelmente ele teria conseguido fazer o lançamento e teria ganho o first down, mas o processo dele embora esteja correto precisa ser mais acelerado.

Em uma rota sluggo, McLaurin consegue abrir vantagem sobre os defensores de Green Bay mesmo sendo marcado por 2. Haskins faz uma boa leitura e faz o passe um pouco forte demais e acaba sendo incompleto.

Mais uma vez, Haskins faz a leitura correta. Os Packers estão em uma cobertura quarters enquanto Terry McLaurin corre uma rota entre duas zonas e os dois defensores de Green Bay acabam acompanhando McLaurin. Com isso, Kelvin Harmon consegue achar uma zona vaga no campo e senta nela aguardando o passe. Dessa vez o passe sai no momento certo e leva os Redskins para a linha de 2 jardas. Uma jogada depois, Adrian Peterson entraria na endzone.

Na interceptação, Haskins novamente está atrasado no lançamento e isso faz com que o safety tenha tempo suficiente para cortar a linha de passe e interceptar a bola. Ele precisa acelerar o seu  progressão e partir para uma outra mais rápido, além de processar pós-snap também mais rapidamente. Nesse momento, é um quarterback que claramente sentiu a diferença de velocidade entre o College e a NFL.

Apesar dessa evolução que é bastante necessária, quando Dwayne Haskins está mais próximo do seu habitat natural, as coisas fluem com muito mais facilidade. No drive final quando estava já dentro do two minute warning, o ataque dos Redskins emendou um ataque no-huddle e com isso, Haskins completou 6 de 7 passes para 75 jardas e touchdown. Ou seja, jogou muito melhor do que havia jogado durante toda a partida. Não é muito difícil de perceber a diferença quando um jogador joga de acordo com as suas forças. Inclusive um dos melhores passes da partida veio no touchdown. Uma bola que a princípio parecia ter sido colocada atrás, mas ele tirou o safety o possível para que não houvesse um desvio e ainda assim, em um ponto onde só o Terry McLaurin conseguiria fazer a recepção. Às vezes, o quarterback só precisa dar uma chance para o recebedor e foi isso que ele fez.

A primeira temporada do novo quarterback dos Redskins não foi tão empolgante quanto a torcida gostaria, mas parece que se houver um ataque montado ao redor dele, Haskins poderá sim ser o futuro da franquia.

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