Giants apostam em modelo de reconstrução conhecido e bem-sucedido

by João Gabriel Gelli

Todo ano a NFL vê times reformulando suas abordagens. Isto pode ser proveniente de uma mudança de treinador, general manager ou ambos. A partir disso, é iniciada uma nova etapa no processo em busca de um título. Nesta offseason, algumas equipes passaram por esta situação. Entre elas estava o New York Giants.

Nas dez temporadas que se passaram desde que conquistaram seu último título, os Giants tiveram apenas dois anos com mais vitórias do que derrotas, nenhum título da NFC Leste e apenas uma classificação para os playoffs. Nela, foram derrotados logo na primeira rodada, em 2016. Para tentar reverter esta década de maus resultados, a franquia trocou de GM após a aposentadoria de Dave Gettleman, que teve quatro temporadas fracassadas no comando da equipe. Durante o período de Gettleman nos Giants, dois treinadores passaram pelo time. O primeiro foi Pat Shurmur, substituído em 2020 por Joe Judge. Este, por sua vez, acabou demitido após o campeonato de 2021.

Para ocupar estas importantes funções que ficaram vagas foram contratados o GM Joe Schoen e o HC Brian Daboll, ambos vindo do Buffalo Bills com a promessa de fazer com que os Giants voltem a uma trajetória de sucesso. Os dois chegam de uma franquia com um ótimo retrospecto recente após passar por um processo de reconstrução muito bem gerido. Dessa forma, é interessante entender como os Bills conseguiram encerrar uma seca de 18 anos sem ir aos playoffs e agora são um dos melhores times da liga e como os Giants podem emular este plano.

Giants têm um Draft de altos e baixos

A reconstrução dos Bills

Os Bills saíram de mais uma temporada sem uma vaga nos playoffs e decidiram reiniciar o processo em 2017. Para isso, contrataram Sean McDermott, então coordenador defensivo dos Panthers, como treinador em janeiro daquele ano e trouxeram Brandon Beane, que fazia parte do front office de Carolina, como GM logo após o Draft. Foi uma situação incomum e levantou muitos questionamentos na época. Contudo, parece que foi uma decisão acertada por parte dos Pegula, donos da franquia. A partir deste momento começou um processo de reconstrução que acumula quatro classificações para os playoffs, incluindo uma final da AFC em cinco anos.

O primeiro passo foi começar a dar forma para o elenco, construindo uma base. Nisso, foram encontrados jogadores que fortaleceram a secundária como o ótimo CB Tre’Davious White e a grande dupla de safeties formada por Micah Hyde e Jordan Poyer. No entanto, não foram feitos grandes movimentos, já que o objetivo inicial era encher o plantel de peças sólidas e capazes de contribuir. Montar um time competitivo, construir uma cultura e preparar as fundações para o futuro. Agora, Tyrod Taylor era o QB da equipe e se colocava como uma opção competente, mas que dificilmente ajudaria a franquia a dar um passo a mais.

Neste processo, não se importaram em dar passos atrás em talento se significasse alguma contribuição para o futuro. Dessa forma, trocaram peças importantes como o WR Sammy Watkins, o CB Ronald Darby, o OT Cordy Glenn e o DT Marcell Dareus. A troca de Glenn inclusive é parte fundamental desta reconstrução. A partir dela, os Bills subiram da posição 18 para a 12 na primeira rodada do Draft de 2018. Deste ponto então, conseguiram outra negociação para chegar na sétima escolha geral. Nela, selecionaram o QB Josh Allen. Em uma liga cada vez mais pautada no ataque aéreo, é preciso encontrar um quarterback capaz de fazer a diferença. Entretanto, é importante observar como Beane não forçou esta situação de cara e ainda escolheu um jogador visto como um projeto na época.

Agora com o seu QB de preferência no elenco, era necessário criar as melhores condições possíveis em sua volta. Um dos passos para isso foi contratar Brian Daboll como coordenador ofensivo. Aos poucos ele foi experimentando conceitos e deixando Allen confortável para que pudesse se desenvolver. Gradualmente foi sendo construída uma linha ofensiva e um grupo de recebedores que pudesse ajudar o jovem QB a elevar seu nível. Foi isto que aconteceu com a aquisição de jogadores como os WRs Stefon Diggs, Cole Beasley e John Brown e os OLs Daryl Williams, Mitch Morse e Spencer Brown.

Enquanto isso, o ataque era preparado, a defesa era um ponto forte e sempre foi assim durante este regime. Além de uma secundária talentosa, a diretoria nunca parou de investir recursos no front seven. Assim, se formou um elenco muito completo e forte, visto como um dos melhores da liga. Isto posicionou os Bills como um candidato ao título, com resultados que evidenciam isto. Agora, o time já está na fase de manutenção e gerenciamento de um contrato pesado de seu quarterback.

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1 comentário

Paulodelima 10 de junho de 2022 - 20:48
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