No último sábado tivemos o início dos All-Star Games do draft. Começou com o NFLPA Collegiate Bowl, na quinta teremos o Shrine Bowl e no próximo sábado vamos ter o maior entre eles, o Senior Bowl. Essa é uma partida para os jogadores no seu último ano (Senior) ou que já se graduaram como falaremos mais a frente.
Há alguns anos o evento era tratado com certo desdém pelos prospectos de elite, mas nos últimos anos com a chegada de Jim Nagy no comando, o evento cresceu bastante. O Senior Bowl já revelou caras como Russell Wilson e Bobby Wagner, mas também já enganou muita gente, com prospectos que brilham no evento e sofrem na carreira da NFL.
Indo alguns anos atrás, Marcus Davenport da desconhecida UTSA, não só recebeu atenção, como os Saints ainda deram uma escolha de primeira rodada para subir e pegá-lo. Will Hernandez da pequena Texas El Paso conseguiu subir nos boards e foi escolhido no começo da segunda rodada também.
Vamos a alguns nomes que podem se destacar na semana de treinos e durante o jogo e devem subir nos boards.
Os top quarterbacks
Provavelmente do top-7 dos QBs dessa classe, 6 estarão no evento. A exceção será o QB Ole Miss Matt Corral que não é Senior. O QB de UNC, Sam Howell, visto por alguns como o QB1, é Junior, mas ele fez um acordo para conseguir se graduar em menos tempo e poder participar do evento. Muito importante para seu stock depois dele não ter tido a temporada que se esperava dele.
Qual é o Top 5 QBs do draft de 2022?
Bailey Zappe empolgou quebrando records da FBS. Vai ser bom ver como ele vai desempenhar contra uma competição de “elite”, visto que aqui temos a reunião dos considerados melhores.
Malik Willis, é um prospecto bem dicotômico. Há quem se empolgue com seus lançamentos fora de base e inesperado e há quem pense que ele é apenas um bom atleta fisicamente. Como dito para Zappe, essa competição num nível mais alto
Desmond Ridder, o cara que levou os Bearcats para sua primeira aparição em playoffs. Há alguns pontos na sua mecânica que me levantam dúvidas, será mais uma chance de vê-lo em ação.
Carson Strong, donos de um dos braços mais fortes da classe. Jogou quase que no sacrifício por Nevada por boa parte da temporada machucado. Passou por uma cirurgia e vamos ver como ele vai se comportar nesse processo de recuperação.
Kenny Pickett, o cara das mãos polêmicas. Muito se falava que ele teria as mãos pequenas por isso até jogava de luvas para tentar esconder isso. Na medição oficial ele não mediu as mãos porque segundo ele, tem um problema de um polegar deslocado e que influenciaria nos números.
*Os nomes foram dispostos de modo aleatório, não seguindo uma ordem ou ranking.
Abraham Lucas, OT, Washington State
OT extremamente técnico e com belo trabalho de pés e mãos. Jogou somente como RT pelos Cougars, mas tem as ferramentas para uma possível transição para LT. Tem um belo jogo no currículo contra Kayvon Thibodeaux. Acho que ele vai ser uma das sensações no 1v1 por conta de sua técnica no pass protection (nota acima de 90 de acordo com o PFF).
O grande problema dele é que jogou a vida toda num esquema voltado para passe quase que na totalidade. Por conta disso ele tem problemas e foi pouco testado no jogo corrido. Bom ficar de olho nessa faceta do jogo dele no evento.
Daniel Faalele, OT, Minnesota
Uma montanha com 2,04 m, 175 kg e mais de 2 metros de envergadura. Joga futebol americano a pouco tempo, mas chama atenção pelo seu tamanho. É visível uma evolução no seu jogo/técnica, mas ele é um projeto que vai precisar levar mais tempo. É mais atlético do que se imagina para alguém do seu tamanho, mas não é super veloz.
Precisa de um trabalho pesado no seu leverage e uso das mãos. Com certeza vai render boas imagens de diferença de tamanho nos 1v1.
Connor Heyward, FB/TE, Michigan State
Um canivete suíço para o ataque. Quase que a totalidade dos times não usa FB. O irmão do Cameron Heyward DL dos Steelers era muito útil no ataque dos Spartans. Não propriamente um TE de ofício, mas se cair em um time com ataque criativo pode render bons frutos.
Dameon Pierce, RB, Florida
Por vezes falamos de jogadores que demonstram que serão melhor jogadores na NFL do que foram no College, Pierce será mais exemplo disso. Bom peso, altura e o que se reporta dos testes de explosão que ele fez na Universidade dão muita esperança. Infelizmente no esquema de Florida ele era subutilizado.
Tem potencial para ficar as três descidas em campo. Deve subir bastante nos boards nos drills e no jogo.
Isaiah Likely, TE, Coastal Carolina
Um TE muito atlético. É capaz de esticar o campo o horizontalmente com sua velocidade. Além disso, ele ajuda bastante nos bloqueios. Não é o TE mais alto do mundo para ser uma ameaça vertical, mas tem boas mãos e consegue jardas pós recepção com sua atitude e velocidade.
Trey McBride, TE, Colorado State
Os testes de agilidade de McBride irão determinar o quão cedo ele vai. Ele é bom em bloquear e é uma máquina YAC. Ele ataca a seam com passadas longas, mas também pode correr outras rotas e desafia os defensores com espírito competitivo quando a bola está no ar.
Ele não é o maior em 6-3 e 250lbs, mas ele dá tudo no LOS. Seu footwork permite uma base forte, ele mantém os pés em movimento para conduzir em contato e há flashes de violência onde ele enterra os adversários na grama, jogando até o apito. Ele é o tipo de jogador que você pode conseguir.
Jahan Dotson, WR, Penn State
Ótimo corredor de rotas. Sai rápido, do snap, boa explosão e cortes bem desenhados. Consegue acelerar e desacelerar rapidamente, já foi do time de 100m, 200m e revezamento 4 por 100. Ele também consegue entregar recepções contestáveis com muita concentração, além de ser uma ótima opção como retornador.
Abram Smith, RB, Baylor
Jogador de 5’11 e 211lbs, em 2020 jogou de LB por Baylor e esse ano voltou a ser RB. Correu para mais de 1600 jardas e 13 TDs. Ainda precisa de refino, mas corre com muita força entre os tackles. Apesar de não ser um RB tão explosivo em corridas longas, esteve no top-10 de RB com mais corridas para 30 jardas.
Bernhard Raimann, OT, Central Michigan
Raimann é um baita prospecto com todas as habilidades físicas que você esperaria de uma escolha alta. Ele tem 6-6e 305lbs e corre 1,56 num split-10 jardas, conforme os testes do SPARQ. Ele pode fazer um salto vertical de 33 polegadas e um em distância de 9-8. Raimann mostra um jogo de pés muito atlético e permite que ele se recupere e contra-ataque quando as coisas não saem totalmente como o planejado. Ele lida com speed rush com um bom kick-slide e pode ser um ‘urso dançante’ para selar o edge.
É fácil “justificar” essa velocidade porque nos seus dois primeiros anos no college ele era TE.
Menção honrosa a candidato Quinn Meinerz do ano: Cole Strange, iOL, Chattanooga
Sempre temos um jogador de Universidade pequena que brilha no evento. O jogador da DIII, de Wisconsin Whitewater, Quinn Meinerz saiu do desconhecido para ser draftado pelos Broncos. Acho que Strange tem potencial para repetir o sucesso. Temos pouco tape dele hoje, mas ele foi muito bem na partida de Chattanooga contra Kentucky (indico assistirem).
1 comentário
Só uma pequena correção, o Connor Heyward é irmão do Cam Heyward. Belo artigo.