Conhecendo Bryce Hall

by Felipe Vieira

Obviamente você já ouviu falar de Bryce Hall, cornerback de Virginia, porém hoje vamos conhecê-lo mais a fundo. Hall é um senior que já está fora da temporada depois de uma lesão no joelho, então, haverá poucas mudanças no seu draft stock daqui até o final do processo, a não ser que ele consiga participar do Combine. Na temporada passada, Hall estava sendo cotado como um dos principais cornerbacks da classe, estando no top-5 da posição em praticamente todas as boards, mas por algum motivo resolveu retornar para seu último ano em Virginia. Em 2018, Hall liderou o país em passes desviados, mostrando que a habilidade de ball skills sempre esteve presente no seu jogo.

Com o surpreendente retorno, esperava ver uma evolução do seu jogo para essa temporada, mas eu criei falsas expectativas em relação a Hall e me decepcionei. Tudo isso porque o atleticismo de Bryce Hall é o elo mais fraco do seu jogo e isso é algo quase inerente e difícil de evoluir muito mais do que já apresentou em 2018. Para exemplificar o que eu quero dizer, repare no vídeo abaixo. Hall obviamente está em uma posição ruim, mas desde o momento que ele faz a transição de quadril, ele não consegue fechar a diferença entre ele e o ball carrier, ao contrário, a distância entre os dois aumenta em pouco tempo. E do outro lado, não é como se fosse um jogador conhecido pelo atleticismo, então realmente é um ponto preocupante para Bryce Hall.

Por causa do seu tamanho (6’1″ de altura), muitos o etiquetaram como um jogador para jogar em homem a homem, mas a verdade é que por causa da falta do atleticismo, isso pode ser um problema. Não que ele não tenha capacidade de marcar, mas ele vence de outras maneiras, principalmente técnicas. Hall é um jogador muito inteligente que sabe aproveitar o seu leverage e com ótimos instintos. Na jogada abaixo, ele consegue ler o wide receiver e o quarterback e quebra na bola para fazer a jogada com uma naturalidade incrível. Graças a essa técnica evoluída que Hall conseguiu liderar o país em desviados.

Ainda contra Daniel Jones, Hall novamente mostra que sabe aproveitar toda a sua envergadura, a agressividade durante a rota (terá que ser um pouco menos para não ser marcado faltas na NFL) e a capacidade de localizar a bola transformar em turnover.

A sua capacidade de identificar quebras de rota e reagir instantaneamente e utilizar toda a sua envergadura certamente são características que fazem ele ser tão bom quanto é. Isso é maravilhoso.

Hall pode ser um jogador longilíneo e agressivo, características claras de um cornerback que trabalha melhor em man coverage, mas o melhor esquema para ser utilizado é em um sistema em zona. Deixe-o ler os olhos do quarterback e reagir. Em um sistema focado em cover-3, Hall pode ser um dos melhores cornerbacks da NFL. Se jogar em um sistema diferente, pode ser apenas mais um.

Em uma das performances mais dominantes de um cornerback na temporada passada, Hall causou problemas para Duke – e Daniel Jones -, em todos os aspectos possíveis do jogo. Aqui, mesmo sem ter a velocidade que eu tanto falei, Hall consegue tirar todo o leverage do recebedor, localizar bem a bola e fazer uma interceptação que parece fácil, mas só foi fácil por causa de toda a preparação que chegou nesse ponto. Logicamente, Daniel Jones também não se ajuda ao fazer este tipo de lançamento.

Hoje, a esperança é ver Bryce Hall retornando saudável para o Combine para que consigamos entender melhor o nível do seu atleticismo porque isso será fundamental para descobrirmos se ele é realmente um jogador de primeira rodada ou apenas dia 2. Por sorte, os rumores é que ele conseguirá participar normalmente de todo o processo pré-Draft.

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