Talvez um dos grandes motivos de esportes em geral serem apaixonantes é o fato deles evoluírem e se adaptarem com o tempo. Por exemplo, nossa seleção pentacampeã, ganhou em 1958 e 1962 jogando num 4-3-3 (com nosso querido Deivis Chiodini assistindo in loco no seu aniversário de 25 anos), a de 70 ganhou num 4-2-4, a de 94 num 4-4-2 e por fim a de 2002 com um 3-5-2.
No futebol da bola oval não é diferente. Vemos esquemas “sumindo”, outros aparecendo, depois de um tempo ajustam algo do que se usava antigamente e se cria um novo. Ou seja, a evolução não para e os times tem que se adaptar a isso. Se você assiste um jogo de 10 ou 5 anos atrás vai perceber o quanto as coisas mudaram, desde as chamadas até a composição do elenco.
Por falar em composição de elenco, o objetivo desse texto é trazer como a posição de TE mudou com o tempo. Esse é apenas um exemplo da adaptação que os times passam. A tendência aparece no college e depois de um tempo, com certos ajustes, chega a NFL.
A posição de Tigh End e sua evolução
No estilo “old school” de ser, o tight end alinhava-se na linha de scrimmage, bloqueava e, uma vez a cada dez anos, corria uma rota post no meio do campo ou ia para o flat. Era visto pelos técnicos basicamente como mais um Tackle que você colocava em campo, mas que estava elegível para receber passes. Mais do que tudo, o tight end era uma válvula de escape para o QB.
Disse o ex co-coordenador ofensivo de Baylor, Jeff Nixon: “Um típico tight end antigo era um cara de 6-5 e 260 libras que provavelmente era principalmente um bloqueador.”
Isso mudou quando os QBs e coordenadores ofensivos perceberam que a válvula de segurança pode realmente ser uma ótima opção. Se você fizer check-down a cada jogada, poderá facilmente trabalhar no campo sem ter que arriscar um passe profundo. Por isso, você já deve ter ouvido falar que o TE é o melhor amigo do QB ruim. Além disso, o tamanho do tight end desempenhou um papel importante na redzone, pois cria um real mismatch.
Com essa evolução o tight end parou de ser visto apenas como bola de segurança. Vimos os tight ends se tornarem maiores, mais rápidos, mais fortes e mais atléticos. Basicamente, eles se tornaram wide receivers que podem ocasionalmente bloquear.
As equipes da NFL estão procurando TEs que sejam rápidos o suficiente para esticar o campo e grandes o suficiente para subir e pegar a bola. Um bom tight end na NFL é rápido o suficiente para ultrapassar os linebackers e os safeties, e ele é grande o suficiente para se sobrepujar sobre os cornerbacks.
Travis Kelce, dos Chiefs, no último ano teve 400 snaps junto a linha, 388 como slot receiver e 272 aberto como WR. Mark Andrews é outro que é basicamente o WR1 do time. Foram 209 in line, 437 no slot e 181 aberto. Kyle Pitts dos Falcons teve 166 junto a linha, 142 no slot e 115 como WR. Mike Gesicki teve 228 no slot e 106 como WR, um somatório bem maior do que os 167 snaps que viu junto a linha.
É claro que ainda existem caras que produzem no estilo da “velha guarda”, tendo mais snaps junto a linha do que o contrário. George Kittle, Dallas Goedert, Pat Freiermuth, T.J. Hockenson são alguns dos exemplos de bons jogadores da posição (todos dentro do top 10 da PFF em Receiving Grade) que produzem no que era a essência da posição.
Mas isso é algo que deve ser cada vez mais raro num futuro próximo, como explicaremos no próximo tópico.