A SEC é território de uma série de favoritos ao título do College em 2022. A conferência também abriga outros programas que podem surpreender e encontrar sucesso. Um dos times que se encaixa neste segundo cenário é o de Kentucky Wildcats.
O programa se encaminha para a décima temporada sob o comando de Mark Stoops. Nas nove temporadas anteriores, acumulou retrospecto de 59-53, com dois anos de 10 vitórias, incluindo 2021.
O campeonato de 2021 foi bastante produtivo para os Wildcats. A campanha foi de 10-3, com a 22ª posição no ranking e a vitória no Citrus Bowl sobre Iowa. Isto elevou as expectativas para 2022.
A maior parcela destas expectativas está vinculada ao desempenho do ataque. O setor conta com o retorno do QB Will Levis e do RB Christopher Rodriguez, duas de suas principais peças. Contudo, terá que lidar com a saída do WR Wan’Dale Robinson, selecionado na segunda rodada do último Draft pelos Giants.
Além disso, há um novo coordenador na área. Depois de um ano de sucesso na função, Liam Coen foi contratado pelos Rams na NFL. Para seu lugar, Stoops trouxe Rich Scangarello, que teve passagem em múltiplos times profissionais, inclusive chamando as jogadas para o ataque dos Broncos em 2019.
Ele terá bastante trabalho para substituir Coen, já que, em 2021, os Wildcats tiveram um ataque muito eficiente tanto nos passes quanto nas corridas e foi o terceiro melhor em toda a NCAA convertendo terceiras descidas. O esquema de Scangarello é pautado nos conceitos clássicos da West Coast, com passes rápidos e uso marcante de play action.
Já no lado defensivo, o time perdeu o seu principal pass rusher com a saída de Josh Paschal para a NFL. O programa não conta com muitos nomes de destaque e pode ter problemas. O sistema do coordenador Brad White valoriza coberturas em zona e uso de simulated pressures (jogada em que um jogador do segundo ou terceiro nível da defes vai para a pressão, mas o time tem apenas quatro defensores pressionando). No entanto, precisará encontrar formas de apressar os QBs adversários com maior eficiência.
A estrela do time: Will Levis, QB
Levis foi para Penn State como um recruta de 3 estrelas. Em seu período na universidade, teve poucas oportunidades e não impressionou. Em busca de uma chance de mostrar seu talento, se transferiu para Kentucky e se tornou o titular em 2021. Durante a temporada completou 232 de 352 passes tentados (65,9%) para 2827 jardas (8 por tentativa), acumulando 24 TDs e 13 interceptações. Além disso, somou mais 516 jardas e 9 TDs como corredor.
Reconhecido fora de campo por hábitos alimentares exóticos, como tomar café com maionese e comer bananas sem descascar, seu desempenho dentro de campo o tornou um dos principais nomes da classe de QBs de 2023. No entanto, com apenas uma temporada promissora no currículo, ainda tem muito o que provar e tem bastante a ganhar em 2022.
Levis é um QB de boas ferramentas. Listado com 6’3″ e 232 lbs, tem uma composição corporal e habilidade atlética de qualidade. Seu braço é forte e consegue acessar todas as áreas do campo com boa velocidade. O release é excelente, muito rápido e compacto, produzindo uma espiral perfeita e fazendo a bola explodir de sua mão sem esforço aparente. Também é capaz de ganhar jardas com as pernas.
Apesar de ter boa precisão e colocação em passes curtos, precisa adquirir maior consistência em jogadas longas e intermediárias. Outro ponto de melhoria é no processamento pós-snap. Muitas vezes fica preso na primeira leitura e demora nas progressões, convidando a pressão.
A temporada de 2022 será muito valiosa para que Will consiga ganhar experiência e mostre que o ano passado não foi um acaso. Se conseguir isto e ainda demonstrar evolução em alguns dos pontos fracos, será um jogador muito cobiçado no próximo Draft. Além disso, mesmo se não apresentar o salto esperado, ainda será um prospecto empolgante, então é bom ficar de olho.