Os melhores wide receivers de hoje em dia: existe um padrão a ser buscado na hora de selecioná-los?

by Daniel Silva

Caros leitores, aí vamos nós em mais um capítulo na saga de tentar entender os melhores caminhos possíveis na hora de selecionar um atleta no Draft da NFL. Desta vez analisaremos os wide receivers, a posição mais glamorosa do esporte, depois dos quarterbacks, é claro.

Se antes já tinham importância grande na dinâmica do jogo, nos dias de hoje não existe um ataque potente sem um grande corpo de WRs. Como já dito anteriormente nos textos passados dessa “coletânea”, a NFL de hoje apresenta um jogo que mais passa do que corre com a bola e que, por ter que lançar tanto, demanda tipos diferentes de recebedores para compor seu plantel. Vamos para a pergunta de sempre: existe um padrão de um wide receiver de qualidade? Existe um biotipo comum a todos os melhores WRs da NFL atualmente? Em que altura do Draft normalmente são escolhidos os melhores da liga?

Aqui vamos nós, mais uma vez, nos deliciar na análise dos fatos, marcas e medidas dos 10 melhores receivers da atualidade, análise tal com o objetivo de observar possíveis padrões de biotipo corporal, habilidades, marcas e números em drills entre tais atletas.

A lista, e sua respectiva base de dados, utilizada para escrever esse texto e expor essa análise é a que segue (ressaltando aqui que ela não se encontra em nenhuma ordem particular, visto que estabelecer tal ordem não é o intuito deste texto):

  • Stefon Diggs
  • Davante Adams
  • Tyreek Hill
  • D.K. Metcalf
  • DeAndre Hopkins
  • Allen Robinson III
  • Calvin Ridley
  • Mike Evans
  • Julio Jones
  • Michael Thomas

Biotipo Corporal

Dos 10 receivers listados acima, apenas um jogador possui menos de 6 pés, Tyreek com seus 5-10 (1,78m aproximadamente). 90% deles estão listados dos 6-1 para cima, na verdade, com destaque para Metcalf e Evans com 6-4 e 6-5, respectivamente. Quanto ao peso, 30% dos atletas apenas se encontram com menos de 200 lbs. Damos o destaque para Evans que faz tudo que faz com suas 231 lbs (104 kg).

Quanto ao tamanho das mãos, tirando Hill que tem mãos de 8 polegadas, o restante variou em casas decimais na faixa das 9 e 10 polegadas, assim demonstrando um padrão de qualidade para a posição de WR na liga.

Drills de velocidade, explosão, agilidade e bench press

No Combine e em seus respectivos Pro Days, esses 10 jogadores postaram números muito interessantes nos drills mais famosos e tradicionais para se fazer uma boa avaliação de um wide receiver.

Apenas 1 registrou um tempo acima de 4.5s no 40 yard dash, Robinson. Todo o restante correu dessa marca para baixo, com destaque imenso para Julio e Metcalf que registraram tempos na casa dos 4.3s com todo o tamanho e porte físico que tem (lembrando que Jones obteve tal marca no Combine com um pé fraturado!). Outra tendência interessante foi a observada nos saltos (horizontal e vertical): no salto horizontal, 20% saltou para menos de 120 polegadas. Todo o restante voou para no mínimo 123 polegadas. No salto vertical, apenas 1 atleta, Ridley, saltou menos de 35 polegadas. Dos demais, somente 2 recebedores pularam acima de 40, Hill e Metcalf, o leão de Combine.

No bench press, o ponto fora da curva foi D.K. com suas impressionantes 27 repetições! Todo o restante flutuou entre 12 e 18 reps.

Finalmente, nos exercícios de agilidade, no three cone drill quase metade (4 jogadores) correu acima dos 7 segundos! No 20 yard shuttle, um padrão inesperado e interessantíssimo se mostrou, já que nenhum atleta correu abaixo dos 4 segundos. O que chegou mais perto foi Robinson registrando 4s cravados.

Onde foram selecionados no Draft

Como já abordado na coluna passada, o entendimento de que os melhores jogadores de uma determinada posição sempre são selecionados na primeira rodada e sempre possuem uma nota de primeira rodada é uma falácia. Ao analisar onde esses 10 wide receivers foram draftados ficou demonstrado, novamente, um padrão muito interessante do cenário recente da liga, no que tange a escolher tais atletas e acertar nas escolhas.

Dos 10, 40% foram selecionados na primeira rodada. Do restante, mais da metade foi selecionada na segunda rodada e os demais na quinta, nos dando espaço para dar muito destaque a Diggs e Hill, os recebedores selecionados tão tardiamente e que atualmente são os melhores da liga.

Conclusão

Com algumas surpresas aqui e ali, observamos alguns pontos que, aparentemente, não afetam tanto na possibilidade de o jogador ser bem-sucedido no nível profissional atuando como um receiver.

De primeira tivemos uma constatação que já era esperada: para ser bem-sucedido na liga, um receiver (na maioria esmagadora das vezes) deve ser alto, sempre possuindo mais de 6 pés. A maioria dos WRs de qualidade acaba por ter porte físico grande, registrando no mínimo 200 lbs.

Todos devem ser sempre muito velozes – com tempos baixos no tiro de 40 jardas – contudo, todavia, entretanto, podem sim ser de alto nível e não registrar os tempos mais rápidos do mundo nos drills de agilidade, muito provavelmente há essa disparidade quanto aos tempos dos CBs, porque estes vivem de reação e aqueles de ação. Outro padrão esperado nessa análise é o de que os receivers devem saltar alto. Tal explosão vertical mostrou-se fundamental no “currículo” desses atletas. Por fim, o bench press mostrou um padrão semelhante ao dos CBs, ou seja, um WR não pode, de forma alguma, ser fraco, tendo que registrar pelo menos 12 ou 13 reps.

Outra surpresa se mostrou onde os atletas foram selecionados no Draft, ora, menos da metade foi selecionada na primeira rodada. Ou seja, não há necessidade de concentrar seu capital de picks em WRs muito cedo, já que muito talento pode e será encontrado fora da primeira rodada e até em rodadas tardias!

 

You may also like

Leave a Comment