Já estamos quase no final da temporada do College football – o que é curioso pois alguns times estrearam há poucos dias -, e as coisas começam a clarear no sentido de jogadores que poderiam aparecer para a temporada e quais têm sido uma grande decepção. Como estamos no final de novembro, resolvi trazer cinco opiniões sobre a próxima classe do Draft.
1 – Kyle Trask não é uma escolha de primeira rodada
Kyle Trask é um bom jogador, um excelente quarterback para um time de College, inclusive. Mas não é o suficiente para ser uma escolha de primeira rodada. A começar pelo seu atleticismo que é apenas marginal, faz com que para a NFL atual, ele precise compensar muito com sua habilidade de pocket passer. E há algumas falhas relevantes no seu jogo passando a bola, em especial a sua presença de pocket e falta de senso de urgência. Outro fator importantíssimo ao avaliar um quarterback pra mim é a velocidade da bola em seus lançamentos e Kyle Trask apesar de ter um braço capaz de fazer lançamentos longos não coloca velocidade em seus lançamentos, soma-se isso a sua demora em lançar a bola e temos a receita perfeita de uma interceptação na NFL.
— ALL22_OTC (@All22O) November 25, 2020
Na jogada acima, vemos exatamente o que quis dizer. Demora no lançamento e velocidade da bola apenas sólida. Outro exemplo no mesmo jogo:
— ALL22_OTC (@All22O) November 25, 2020
2 – É a melhor classe de linebackers desde o início do OTC
Que Micah Parsons é o melhor prospecto desde muito tempo, isso não há nenhuma dúvida, mas além do melhor prospecto da posição, a classe vem ganhando força com outros nomes que surgiram e outros que se mantiveram em alto nível. Dylan Moses (Alabama) era visto como LB2 na pré-temporada e tem jogado suficiente para justificar o hype e uma escolha de primeira rodada. Jeremiah Owusu-Koramoah (Notre Dame) também era outro jogador com grande capacidade e estava dentro do top-50 antes de iniciar a temporada e seu nível de jogo elevou criando até uma dúvida para o segundo melhor linebacker da classe e, obviamente, também se tornar um prospecto de primeira rodada.
Além deles, Javien Collins (Tulsa) surgiu para se colocar no top-5 da classe da posição com ótimos jogos e um atleticismo fácil de enxergar. Com muita versatilidade, Collins alinha de EDGE, todas as posições de linebacker e até mesmo de cornerback em Tulsa. Com tanto atleticismo e versatilidade, não ficaria surpreso se ele continuasse a subir nas boards e também terminasse com nota de primeira rodada para muitos analistas e GMs.
A big surprise for me was to see how fluid and instinctual Collins was in coverage. He's fully aware of who enters/exits his zones and really good with attacking and coming to balance to successfully make open field tackles.
Two good examples here. pic.twitter.com/AteJbssZCa
— Jordan Reid (@JReidNFL) November 25, 2020
Além de todos esses candidatos a primeira rodada, a profundidade da classe em rounds inferiores também parece positiva com Nick Bolton (Missouri), Cameron McGrone (Michigan), Jabril Cox (LSU), Chazz Surratt (North Carolina), Jack Sanborn (Wisconsin) e outros.
3 – É a pior classe de running backs desde o início do OTC
Geralmente em novembro a classe acaba empolgando mais do que é a realidade, pois não sabemos quem realmente se declarará e quem voltará para mais uma temporada no College, porém em 2020, nem com todos os elegíveis pro Draft se declarando eu consigo me empolgar com essa classe. Tanto Travis Etienne e Najee Harris, claramente os dois melhores running backs da classe, são seniors e isso já é algo que naturalmente eu não sou um grande fã em running backs. Mas o pior é que vem abaixo, pois há um abismo de diferença entre o RB2 (qualquer que seja o segundo running back) para o terceiro. Eu não sei se hoje eu teria algum jogador da posição que eu escolheria com tranquilidade no dia 2, a não ser os dois principais corredores. Por isso, imagino um número menor do que 18 running backs escolhidos no Draft inteiro em 2021, o menor número desde 2010.
4 – Zach Wilson sairá no top-5
Todo Draft há alguma surpresa que surge durante a temporada e acaba saindo no topo do Draft, esse ano será o quarterback Zach Wilson de BYU. Na pré-temporada, Trevor Lawrence e Justin Fields disputavam a primeira posição enquanto Trey Lance parecia incontestável na terceira posição de quarterback da classe. Avance para começo de outubro e temos o jogo único de Lance em que a atuação do quarterback de North Dakota State foi apenas regular, bem longe da atuação de gala que era esperado. Enquanto isso, Zach Wilson segue tendo suas performances de gala jogo após jogo e crescendo no momento certo. Um general manager explicar a escolha de Wilson será mais fácil que explicar a de Trey Lance e por isso, vejo Wilson na frente de Lance na posição de QB3 e saindo nas primeiras escolhas do Draft.
5 – O Senior bowl será o mais importante de todos os tempos
Com tanto jogador pedindo opt-out da temporada por conta da pandemia, o College ficou muito mais vazio de talento. Alguns desses jogadores que decidiram não jogar a temporada, estão vendo que perderam um pouco de stock quando comparado a pré-temporada e por esse motivo é mais provável que haja um evento de Senior bowl muito mais recheado de grandes prospectos em relação aos anos anteriores. Para os tomadores de decisão, será fundamental ver os prospectos que não jogaram ou que jogaram pouco em um ambiente competitivo como o Senior bowl jogando contra os melhores prospectos da classe. Junta a isso com o bom trabalho que Jim Nagy vem fazendo dirigindo o evento e tornando maior a cada ano que passa e é a receita do sucesso para se tornar o maior e mais importante Senior bowl da história do Draft.