Por que os Panthers melhoraram tanto nos últimos jogos?

by Daniel Silva

Após um início de 0-2 na temporada, os torcedores de Carolina já tinham certeza que esse seria o ano do tank e que no Draft que vem escolheriam Trevor Lawrence ou Justin Fields para liderar uma nova era em Charlotte. Ocorre que, 3 semanas depois, os Panthers venceram 3 jogos seguidos e se encontram empatados na liderança da NFC South…

Os haters de plantão e os analistas que amam super analisar (analisar com exagero ou passando da conta) os cenários da liga dirão que foi por causa da ausência de Christian McCaffrey, causada pela lesão que sofreu na semana 2, no entanto, tenho o prazer de informá-los que a ausência do astro não tem nada a ver com a melhora recente da equipe da Carolina do Norte.

Ora, basta analisarmos os jogos até aqui: contra todos os adversários o ataque dos Panthers lançou mais vezes do que correu com a bola e desde que substituiu CMC, Mike Davis (que surpreendeu a todos e vem jogando MUITO) tem a mesma média de touches por partida que o RB titular, ou seja, desde que McCaffrey foi para as sidelines, o estilo ofensivo de Carolina não mudou, tampouco a produção do running back que o substituiu.

O que se observa nas últimas 3 semanas de Carolina é uma incrível melhora nas trincheiras (com uma surpresa agradável na OL) e o estabelecimento de um free agent como a estrela do corpo de wide receivers.

O surgimento de uma linha ofensiva sólida

Nas últimas duas partidas o ataque dos Panthers não sofreu NENHUM sack. Não ceder nenhum sack em dois jogos seguidos não acontecia na franquia de Charlotte desde sei lá quando! Para uma linha ofensiva que começou a temporada extremamente desacreditada, não tem seu left guard titular desde a primeira semana e que ficou sem seu left tackle (Russell Okung) por duas das 3 vitórias conquistadas por Carolina, tal feito é inacreditável. Teddy B brilhou nas últimas 3 semanas, acumulando um QB rating de 109.4 e 6 TDs. O quarterback de Carolina anda tendo todo o tempo do mundo para lançar a bola. Além disso, o jogo corrido melhorou nas vitórias conquistadas, principalmente por causa do trabalho da linha ofensiva abrindo grandes buracos para que Mike Davis corresse com toda sua raiva e agressividade. As screens para Davis também vem sendo muito bem executadas pela OL, sempre trazendo resultados positivos para as jogadas.

A aparição do pass rush tão esperado da jovem e talentosa linha defensiva

0 e 1. Esses dois números dizem respeito, respectivamente, a quantidade de sacks e QB hits que os Panthers tiveram contra os Raiders e contra os Bucs. O pass rush nesses 2 primeiros jogos foi horroroso e simplesmente inexistente. Os rookies Brown e Gross-Matos estavam, respectivamente, sofrendo com double teams e só perdido em campo mesmo. Mas, com um toque de ancião do coordenador defensivo Phil Snow, o front four de Carolina surgiu do fundo do abismo e dominou a OL dos Chargers na semana seguinte: foram 8 QB hits, 2 sacks e um fumble forçado.

Nas 3 vitórias, a defesa dos Panthers soma 5 sacks, 14 QB hits e 3 fumbles forçados. Nesse trajeto, a linha defensiva foi fundamental para conter Kyler Murray e o obrigar a lançar 31 passes para conquistar apenas 133 jardas aéreas (uma média horrível de 4.3 jardas por passe tentado) e segurou Matt Ryan a um QB rating de 63.6 e nenhum TD. É claro aos olhos de quem vê, que Brian Burns está tomando seu lugar como a estrela da defesa, Derrick Brown está virando uma força incontrolável pelo meio e Yetur Gross-Matos está finalmente mostrando toda sua habilidade atlética que o fez ser draftado no início da segunda rodada.

Robby Anderson é o novo WR1 dos Panthers

Analisando de maneira objetiva o impacto que Anderson vem fazendo no ataque dos Panthers até esse ponto da temporada, pode se dizer que ele foi a melhor aquisição via free agent de qualquer time nessa offseason. Ora, ele teve pelo menos 99 jardas em todos os jogos menos um e é o quarto na NFL em jardas recebidas atrás somente de estrelas da liga, como Hopkins, Diggs e Metcalf. O que chama muita atenção na performance do WR é a maneira totalmente diferente que vem sendo utilizado se comparado ao seu tempo nos Jets. Ou Joe Brady percebeu um talento que Anderson tem que ninguém na franquia de Nova York enxergava ou o staff dos Jets simplesmente foi incompetente ao não extrair todo o potencial do jogador.

No sistema de Brady, Bridgewater SEMPRE acha Anderson e nunca se mostra preocupado com nenhuma cobertura que enfrente. Enquanto nos Jets, o receiver era utilizado somente em rotas longas e que explorassem o fundo do campo, no ataque dos Panthers Robby corre uma série de rotas curtas (slants, curls, drags) e que explora muito coberturas em zona, pois os conceitos de rotas das jogadas de Brady sempre são em levels e Anderson sempre acha o buraco e fica livre para fazer o catch. Mas não se enganem, ele corre toda a route tree e faz a diferença para o time dos Panthers de todas as formas possíveis, basta ver o lance abaixo…

Com a volta de CMC em algumas semanas, veremos se os Panthers (mesmo com uma defesa contra o jogo corrido horrorosa e um roster muito jovem e inexperiente) terão fôlego para tentar uma corrida para a pós temporada ou se essa sequência de vitórias seguidas foi só um delírio coletivo.

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