Em todos esses anos nesta empresa vital você me viu reclamar das escolhas do draft dos Seahawks. Qual foi a surpresa desse que vos escreve ao ver o time acertar depois de tantos anos. É claro que não podemos cravar que todos irão dar certo, como é sabido o draft não é nenhum certeza. Mas o time além de pegar os melhores disponíveis no board, ainda foram nas suas necessidades.
O que os Seahawks vão fazer no draft de 2022?
As escolhas
- #9 Charles Cross, OT, Mississippi State;
- #40 Boye Mafe, EDGE, Minnesota;
- #41 Kenneth Walker, RB, Michigan State;
- #72 Abraham Lucas, OT, Washington State;
- #109 Coby Bryant, CB, Cincinnati;
- #153 Tariq Woolen, CB, UTSA;
- #158 Tyreke Smith, EDGE, Ohio State;
- #229 Bo Melton, WR, Rutgers;
- #233 Dareke Young, WR, Lenoir-Rhyne;
Finalmente proteção para Russell Wilson…
Se você está meio away da NFL nos últimos meses, provavelmente não entendeu a piada. Mas Wilson foi trocado para o time que lhe deu o único Super Bowl que possui. Nas suas 10 temporadas com os Seahawks, a única escolha de primeira rodada gasta em OL foi em Germain Ifedi, um nome proibido de se pronunciar em todo estado de Washington.
A falta de bom investimento na OL era crítica recorrente para quem acompanhava o time, que deixava seu maior ativo vulnerável as lesões a cada semana. Nesse draft, os Seahawks pegaram um dos Top-3 OTs do draft, Charles Cross, e na terceira rodada, escolheram Abe Lucas. O interessante é que ambos figuram entre os melhores pass protectors da classe, principalmente por virem de ataques baseados em Air-Raid.
Ninguém sabe quem será o QB do futuro dos Seahawks. A única certeza é que ele provavelmente terá uma dupla de OTs bem melhor do que Wilson teve em 10 anos de franquia.
Mesmo num draft bom, não poderia faltar polêmica
Os Seahawks não poderiam passar ilesos de polêmica no draft. O time escolheu Kenneth Walker na pick 41 e se levantou a discussão sobre o quão alto deveriam escolher um RB. Estou bem longe de ser um advogado de Pete Carroll e John Schneider, mas eles têm um pouco de razão nessa escolha.
Por que Breece Hall merece ser o RB1?
Como defendido no texto acima, Breece Hall era meu RB1, mas Walker vinha logo em seguida. Entendo quem tinha eles em posições invertidas no seu board. O que acontece é que a diferença de talento entre o Walker e Hall poderia ser pequena, mas desse RB2 da classe para o RB3, tinha um gap considerável.
Os Seahawks tem como RB1 e RB2 hoje, Chris Carson e Rashaad Penny. O primeiro tem grande chance de se aposentar, devido a uma lesão grave no pescoço, e só teve uma temporada em que não terminou no IR. O outro, demorou 3 temporadas e meia para conseguir algo na liga. Hoje os QBs do Seahawks podem ser Drew Lock ou Geno Smith, então, de forma óbvia, o jogo corrido será um fator para esse time.
Tendo o jogo corrido como ponto focal do ataque, seja na corrida, ou no play action, você não pode confiar nos RBs que o time tem hoje, seja por lesões (Carson) ou lesões e produção (Penny). Um RB produtivo vai ser necessário para tirar o peso dos QBs fracos que a equipe tem hoje.
Reconstrução da secundária
O time depois de muito tempo conseguiu uma certa estabilidade na dupla de CBs. Sidney Jones e D.J. Reed fizeram uma segunda metade de temporada sólida. Contudo, o segundo era free agent e fechou com os Jets. Os Seahawks trouxeram dois CBs para brigar pela vaga restante, com Tre Brown que foi draftado ano passado e Artie Burns (que não deve ser difícil de queimar) que foi trazido na free agency.
Coby Bryant escolhido na quarta rodada, tem um bom piso de produção. É difícil ser escolhido o melhor DB do país, quando se joga do lado oposto de Ahmad Gardner e é alvo dos QBs snap sim, snap também. Tem algumas questões de velocidade e mudança de direção, mas performa bem em zona e em marcação individual.
Diferente de Bryant, que chega mais pronto, porém não tem um alto teto, o time escolhe Tariq Woolen. Ele é um WR convertido e um atleta incrível, correndo 4.26 com 6’4 e 206 lbs, além de uma envergadura de quase 34′. Caso Pete Carroll, Sean Desai e Karl Scott conseguirem lapidá-lo nas questões técnicas, ele pode se tonar um grande CB no futuro.
Reforço no pass rush
Alguns emocionados compararam a escolha de Woolen com Richard Sherman. Ambos WR convertidos, ambos na quinta rodada e quase na mesma escolha (Woolen 153 e Sherman 154). E falando de Legion Of Boom, se tem a tendência de esquecer o bom pass rush que o time tinha naquela época, coisa que o time não tem há um bom tempo.
Os critérios de Draft de Pete Carroll
Pensando em reconstruir isso, os Seahawks trouxeram o bom Uchenna Nwosu na FA e também investiram no draft. Na segunda rodada o time escolheu Boye Mafe. O jogador explodiu apenas nos dois últimos anos no college, mas tem todos os critérios que os Seahawks procuram em EDGE, listados no texto linkado acima.
Além do explosivo Mafe, o time escolheu um EDGE na quinta rodada, vindo de Ohio State, Tyreke Smith. O ex-jogador dos Buckeyes chegou no college em alta conta, dado seu trabalho no high school e seu potencial atlético. Entretanto, lesões atrapalharam seu desenvolvimento e acabou nunca chegando ao que se esperava dele, apesar de seu tape ser melhor que os stats que ele colecionou.
Estando saudável, ele é uma ótima aposta para rotação. Esse conceito de rotação é fundamental para conseguir manter pressão nos QBs adversários. Ademais, conta a favor dele o fato de ter amassado o folgado do Trevor Penning que gosta de empurrar depois que a jogada acaba, lá no Senior Bowl.