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DK Metcalf é um dos maiores assuntos desse Draft após o Combine. No início, a sua comparação era com Calvin Johnson em seu Combine, mas depois de ser divulgado os resultados dos seus exercícios de agilidade, o hype virou de cabeça pra baixo. Alguns passaram a acreditar que sua falta de flexibilidade no quadril e agilidade foram o suficientes para que ele não fosse mais um prospecto de primeira rodada.
Para ajudar a fazer o advogado do diabo, Metcalf também nunca produziu altas estatísticas que encantassem ninguém. Como pode um jogador com quadris duros e sem muitas jardas na carreira pode ser o WR1 da classe? Te apresento Phil Longo.
Longo possui uma carreira curta de treinador, assumiu como coordenador ofensivo o time de Sam Houston State em 2014 e ficou até 2016 orquestrando um dos melhores ataques da FCS. O seu bom trabalho o catapultou para a FBS assumindo o time de Ole Miss ainda em 2016.
No começo da temporada de 2018, as esperanças para um ataque extremamente prolífico eram absurdas dado o nível de talento que ele teria para trabalhar. Vamos examinar os jogadores titulares de Ole Miss:
QB – Jordan Ta’amu – Projetado para o dia 3
WR – AJ Brown – Projetado para segunda rodada
WR – DaMarkus Lodge – Projetado para início do dia 3 do
WR – DK Metcalf – Projetado para top-15
TE – Dawson Knox – Projetado para o dia 2
RB – Scottie Phillips
LT – Greg Little – Projetado para segunda rodada
LG – Javon Patterson – Projetado para o dia 3
OC – Sean Rawlings
RG – Ben Brown
RT – Alex Givens
Dos 11 titulares, 7 estão cotados para serem escolhidos no Draft e ainda temos o running back Scottie Phillips que poderia ter se declarado mas preferiu retornar para mais um ano em Ole Miss. É difícil pedir mais do que isso para um ataque e provavelmente será um dos ataques que mais tiveram prospectos no draft nesse ano.
Imagine as possibilidades que existem para um coordenador ofensivo com todas essas armas! É o grande sonho de um treinador para ser criativo já que cada um tem habilidades diferentes. Mas não foi isso que Phil Longo fez, pelo contrário, ele montou um ataque extremamente pragmático e previsível.
DK Metcalf e Dawson Knox foram os maiores prejudicados com isso. Knox é um prospecto de dia 2 que não possui um touchdown na sua carreira universitária, esse é o nível que estamos falando do ataque de Phil Longo.
Metcalf como vocês já sabem não é um jogador com quadris flexíveis mas com velocidade e explosão de elite, por isso era esperado que fosse montado um ataque diversificado com rotas go, slant, post, corner, comeback/hitch e screen, ou seja, rotas que não exigem do jogador ter outra coisa a não ser velocidade e explosão. Mas Phil Longo achou que utilizar apenas um terço dessas rotas seria o suficiente.
Go e comeback/curl foram o pão com manteiga de Metcalf durante seus dois anos com Longo. E apesar de serem rotas que encaixem em seu estilo de jogo, ficar preso a apenas as duas significa uma sentença de morte. Qualquer coordenador defensivo e/ou cornerback adversário notaria isso ao assistir 5 minutos de tape. Saber a rota que o wide receiver correrá é como saber que seu adversário jogará pedra no jo-ken-po.
Resolvi contabilizar todas as rotas que ele correu e usei de laboratório 5 jogos: Alabama, LSU, Texas Tech, UL-Monroe e Arkansas. Nesses 5 jogos, Metcalf correu um total de 87,6% as únicas duas rotas: go e comeback/curl. Se adicionar a fade que foi muito usada na redzone, o número fica ainda pior. É impossível que um jogador consiga produzir números repetindo as mesmas coisas incansavelmente.
Note na primeira jogada contra LSU, Metcalf fará uma go route e vencerá com certa facilidade o cornerback Greedy Williams, embora não tenha sido alvo do Jordan Ta’amu na jogada. Metcalf está no topo da tela.
Dois quartos depois, Greedy Williams já sabia que Metcalf só tentaria uma das duas rotas, seu trabalho ficou facilitado. Metcalf sabendo que isso já estava acontecendo começou a tentar movimentos desesperados como double-moves que pode ser visto abaixo. Uma das limitações dele será exatamente os double moves, comprovado pelos seus drills de agilidade, então isso raramente funcionará.
Muitas vezes vemos prospectos com uma árvore de rotas limitada sendo questionados, mas geralmente esses prospectos correm no mínimo quatro rotas, algo que DK sonharia em fazer. É por isso que a minha comparação no último podcast foi com Dez Bryant, pois ele também corria uma árvore de rotas extremamente limitada em Oklahoma State.
É possível que Metcalf consiga dominar na NFL correndo apenas as quatro rotas que falei, pois Calvin Johnson já provou que isso é possível. Em seus 9 anos de liga, Johnson correu as quatro mesmas rotas (go, curl, post e slant) em praticamente 75% do tempo. Ou seja, não tem problema você repetir essas rotas desde que você seja um freak atlético explosivo, coisa que nós sabemos muito bem que Metcalf é.