Quarterback
Era inevitável falarmos desse atleta em algum momento, mais especificamente sobre a incrível habilidade atlética. O vencedor do Heisman em 2016, Lamar Jackson, é um dos prospectos mais interessantes para o próximo Draft.
Lamar Jackson é um clássico dual threat quarterback. Se a defesa adversária não colocar um jogador para ficar de olho nele, ele vai ganhar o jogo com as próprias pernas. Ainda assim, ele é um caso à parte. Tem um braço extremamente potente, boa mira e muito veloz.
Hoje, diferente do que normalmente fazemos com quarterbacks, vamos ver a habilidade incrível de Jackson quando o assunto é mudança de direção.
A rapidez com que ele consegue alterar o caminho que está percorrendo é incrível. É necessário a utilização de agilidade que poucas pessoas no mundo possuem.
Veremos apenas lances dos jogos da primeira semana da temporada, contra o Purdue Boilermakers. Neste lance, Louisville se encontra na red zone e em uma clássia jogada de ver option, Jackson acaba errando a sua leitura, que era #21. Este fica aguardando Jackson ao invés de atacar o running back. Normalmente isso resultaria em uma perda de jardas, mas vejam como Jackson consegue imediatamente mudar de direção, baixando seu centro de gravidade e atacando o meio da linha ofensiva, ganhando jardas preciosas e se aproximando da endzone.
Na próxima jogada que veremos, Jackson é forçado a escapar do pocket por não ter recebedores livres. Por mais que pareça uma jogada simples, Jackson escapa de um sack e mais dois tackles antes de conseguir um pequeno avanço, tudo com pequenas mudanças de direção.
Agora vemos um lance em que ele faz a leitura do ver option e está prestes a sofrer um tackle no backfield. Em apenas uma passada, ele escapa completamente do tackle e consegue o avanço.
<
Por último, vemos uma demonstração plena de sua habilidade atlética. Inicialmente um quarterback sweep pelo lado direito (corrida aberta). Logo de cara, ele percebe que seus jogadores perderam o bloqueio no ponto de ataque e é forçado a improvisar. Ele corta par ao backside, escapa de forma incrível de tackles no backfield e com sua aceleração, ganha a lateral e conquista a primeira descida.
Jackson é um atleta for a de série e que já é visto por muitos como um first round pick no próximo Draft, só nos resta aguardar se ele vai evoluir como passador.
Hoje, vamos falar de quatro quarterbacks que estão em seus últimos anos de elegibilidade, ou seja, necessariamente estarão disponíveis para o 2018 NFL Draft.
Mason Rudolph – Oklahoma State – 6’5” – 235lbs
Semifinalista dos prêmios Davey O’Brien e Johnny Unitas. Rudolph chegou a ser cotado como uma possível escolha de primeira rodada em algum momento do início do processo do 2017 NFL Draft. Foi MVP ofensivo de OSU em 2015 e 2016, além de fazer parte do Second Team All-Academic Big 12 em 2015.
Talvez um dos seus atributos mais interessantes seja realmente o porte físico. Rudolph chega pronto para a NFL sem necessidade de ganho de massa muscular, como acontece algumas vezes (Jared Goff em 2016). Possui habilidade atlética suficiente para escapar do pocket mas não será um QB dual-threat na NFL. Tem a capacidade de fazer full field reads sem grandes problemas, sabendo qual lado do campo atacar dependendo da marcação defensiva. Tem controle do ataque dentro de campo, liberado para fazer qualquer ajuste que achar necessário. Se movimenta bem dentro do pocket, se movimentando para criar espaços para lançar e lançando com boa precisão nos passes curtos e intermediários. Com o pocket limpo, é capaz de acertar todos os passes em janelas apertadas e é dono de uma mecânica bastante compacta. Costuma deixar de ajustar a proteção para uma blitz clara da defesa, além de segurar a bola por muito tempo, parecendo não perceber que o pocket está fechando. Quando há muitos defensores próximos dele, a mira piora consideravelmente.
Luke Falk – Washington State – 6’4”- 216lbs
First Team All-Pac 12, semifinalista do Davey O’Brien award e finalist do Burlsworth Trophy, que premia o melhor atleta walk-on da NCAA. Em 2016, All-Pac 12 Conference Second Team, finalista dos prêmios Johnny Unitas, Manning, Burlsworth Trophy e semifinalista dos prêmios Maxwell, Davey O’Brien e Walker Camp Football Player of the Year.
Outro QB alto e que possui bom entendimento dos conceitos do táticos do esporte. Faz leituras rápidas pre snap e se posiciona bem dentro do pocket, sabendo de onde a pressão está vindo. Capaz de acertar todas as rotas exigidas na NFL com boa precisão e braço potente com mecânica compacta, rápida e alta. Não é um QB móvel que vai ganhar jardas com as próprias pernas. Sofre um pouco com decisões pós snap, precisando acelerar a sua leitura, cometendo erros quando o pocket está sujo, perdendo potência no passe quando não consegue fazer o movimento exato da base correta. O fato de jogar no sistema Air Raid preocupa os scouts da NFL pois nenhum QB que jogou no sistema teve sucesso na liga até hoje.
Baker Mayfield – Oklahoma – 6’1” – 218lbs
Big 12 Offensive Freashman of the Year em 2013 quando estava em Texas Tech. Vencedor do Burlswoth Trophy em 2015 (prêmio para o melhor walk-on da NCAA) além de ser Second Team All-American e Big 12 Offensive Player of the Year. Também finalista em 2015 dos prêmios Davey O’Brien, Eral Campbell Tyler Rose, Manning e Walter Campo Player of the Year, além de semifinalista do Maxwell Award. Em 2016, foi o terceiro colocado na votação para o Heisman Trophy e finalista para os prêmios Davey O’Brien e Maxwell. Venceu novamente o Burlsworth Trophy e foi First Team All-Big 12.
Sempre uma ameaça quando está correndo, é um atleta jogando a posição de QB. Consegue fazer leituras rápidas e half field reads e RPOs. Boa precisão com um braço que consegue lançar todas as rotas. Sua capacidade de estender jogadas é seu grande ponto forte, jogando melhor quando há necessidade de improviso. Se complica par executar conceitos mais complexos, especialmente quando pede que leia o campo inteiro. Tende a querer sair correndo antes do necessário, seja com pressão no pocket ou a 1ª e 2ª progressão não estarem livres. Seu tamanho preocupa no quesito de durabilidade na NFL, se poderá aguentar as pancadas. Uma comparação que já vazou de scouts foi com Johnny Manziel, não só no estilo de jogo, mas como integrante no vestiário também: Os colegas o amam, mas a comissão técnica tem constantes dores de cabeça com ele.
Quinton Flowers – South Florida – 6’0” – 217lbs
MVP de USF para 2015 & 2016. First Team All-Conference em 2016 além de American Conference Player of the Year, CFPA Performer of the Year, Birmingham Bowl MVP e semifinalista do Walter Camp Player of the Year.
Um exemplo tradicional de um spread option quarterback, terá mais oportunidades como profissional se optar por se converter para outra posição. Se a primeira leitura não estiver livre, ele vai buscar o first down com as próprias pernas. Possui um bom braço conseguindo lançar bolas em profundidade. Precisa jogar em um sistema extremamente simples (Spread Option de USF) para que possa ter sucesso. Sempre capaz de estender jogadas, se sente mais confortável fora do pocket. A mecânica não é das melhores, demorando mais que o normal no movimento. A baixa estatura faz com que perca pontos na avaliação geral. A mira em passes intermediários deixa a desejar. Se for tentar jogar como QB na NFL, será como reserva de um time que tenha um sistema em que o QB é muito utilizado no jogo terrestre, ainda sendo melhor para ele que tente mudar de posição.
Josh Allen é um dos meus prospectos prediletos dessa classe. O quarterback californiano atua na Universidade de Wyoming e é dono de um dos braços mais potentes dos últimos anos.
Iniciou a sua carreira universitária em Reedley College, uma junior college. Isto ocorreu pois quando estava para se formar do ensino médio, Allen ainda não possuía um corpo de um quarterback de elite da NCAA. Após um ano lá, cresceu rapidamente e acabou recebendo uma oferta de bolsa de Wyoming.
Com Allen, o trait não poderia ser outro. Vamos falar a potência de seu passe, seu arm talent. Esta é a capacidade de um QB de conseguir fazer todos os passes que são exigidos de um quarterback a nível profissional. Ele não necessariamente precisa ter o passe mais forte do mundo, mas precisa ter a habilidade de concectar em todas as rotas presentes num pro style offense.
Por mais que pareça um exagero, a comparação que eu faço hoje com Allen em termos de arm talent é com Matthew Stafford. A sua capacidade de soltar um canhão em 20 yard outs é surpreendente, e poucas vezes vi um quarterback na NFL jogar com tanta força.
Neste primeiro exemplo vemos Allen acertando um passe de quase 50 jardas para TD, em movimento, próximo à lateral, soltando um tiro para que a bola chegue a tempo na endzone. Esse passe é puro arm talent. É extremamente difícil conseguir gerar potência em um passes desses, onde a bola não leva muito tempo para chegar ao seu destino.
Neste segundo lance, vemos Allen fuzilando uma bola em uma deep dig route no meio do campo. Apesar da marcação não ser muito apertada, se a bola flutuar levemente, a janela inicial pode se fechar, ou um dos safeties pode chegar no recebedor a tempo de impedir a recepção. Repare como ele mal precisa gerar torque com as pernas. A movimentação e energia gasta é mínimo para colocar pressão na bola, uma verdadeira demonstração de natural talent.
Neste último lance, vemos Allen completar o passe que qualquer scout chama de “NFL type throw”. Uma deep out de 20 jardas sendo lançada da hashmark oposta à rota, parada o lado fraco do quarterback (como Allen é destro, seu lado fraco é a esquerda). Apesar do timing não ser exato, é possível ver o quão fora de série seu braço é. Esforço mínimo e a bola mal sobe, fica basicamente no mesmo plano durante toda sua trajetória.
Allen certamente está na disputa para ser o #1 overall pick em 2018, mas o fato de ter mais dois anos de elegibilidade não o garante no Draft. Se provar que, junto a seu arm talent, ele evoluiu nos outros quesitos, pode vir a ser um grande quarterback na NFL.
Todo ano nós ouvimos a famosa frase: “Ano que vem a classe de QBs estará melhor”, será que esse ano finalmente chegou ou será que já ouviremos falar que a classe de 2019 é melhor que a de 2018?
Esse mantra do Draft foi repetido exaustivamente sobre a classe de 2017 e para abrirmos os trabalhos de análise da classe de QBs do On The Clock e da classe de 2018, vamos analisar o quarterback de Washington, Jake Browning.
Browning é um QB que estava no meio do rebuliço quando citavam nomes de QBs melhores que a classe de 2017. Para começar, iremos analisar primeiramente a sua precisão. A primeira jogada escolhida é um play action e que o defensive end da direita faz um stunt e recebe tapete vermelho para fazer o sack. Browning percebe a pressão e se desespera lançando sem ter os dois pés plantados e uma base ideal para o lançamento, a bola acaba flutuando demais e passa muito acima do ponto que o recebedor consiga fazer a recepção.
A próxima jogada é um touchdown de 60 jardas de Browning, mas apesar de isso, não é uma ótima jogada, pois o passe é lançado muito atrás do recebedor(John Ross) que precisa diminuir muito o ritmo para se ajustar à bola mal colocada. E não se engane, isso aconteceu incontáveis vezes na temporada passada, fora os lances que Ross não conseguiu corrigir o erro de Browning e acabou perdendo o touchdown. Mesmo assim, Ross ainda conseguiu ter 17 TDs na temporada passada e teria tido mais de 20 se não fossem os erros de Browning.
A terceira jogada é uma rota hitch novamente do WR John Ross. A bola está colocada na hash mark oposta e Browning não consegue colocar força suficiente no lançamento e chega para o recebedor já no chão. Ross não consegue fazer a recepção e coloca Washington em uma segunda descida longa quando era para ser uma 2&3.
Jake Browning raramente acerta seus recebedores no ponto futuro correto enquanto estão correndo e poucas vezes faz lançamentos dentro de uma janela pequena. Em resumo, a sua colocação de bola ainda está bem abaixo e isso é um grave problema se ele quiser ser um dos tops QBs da próxima classe. Hoje, vejo Browning atrás dos 4 primeiros QBs que saíram no draft de 2017 nesse quesito.