Normalmente acabamos um ciclo do draft e já temos alguns nomes para o próximo ano. Tanto é assim, que antes mesmo de acabar 2022, já imaginamos como estrelas do Draft de 2024, nomes como Caleb Williams e Quinn Ewers. Contudo, o que acho mais fantástico na experiência do draft, é achar nomes que crescem no seu último ano, na sua última chance.
Um exemplo recente disso, foi atual QB dos Bengals, Joe Burrow. No seu processo, só se falava em Tua Tagovailoa e Justin Herbert. Porém, como todos sabemos, ele se tornou a escolha número 1 geral. Esse ano começamos pensando em Bryce Young, C.J. Stroud, com Will Levis chegando para fechar essa tríade. Só que um nome vem surgindo em plena ascensão na posição, o QB dos Vols, Hendon Hooker.
Espero que este texto receba um selo anti-zica, porque sou um grande fã de Hooker, desde que o vi jogando por Tennessee ano passado. Não entendia muito bem porque ele era pouco falado e isso me levou a pesquisar um pouco mais sobre sua história para entender. Esse post também não quer defender o QB como escolha 1 geral, apenas comparar com quem teve uma história parecida.
Chegaram como sobras de outra Universidade
Ambos vieram renegados dos seus times. Burrow foi reserva por dois anos de, pasmem, J.T Barrett. Quando Dwayne Haskins foi recrutado, ele não viu mais chances de ser titular e entrou no portal de transferência, indo para LSU. Durante seu tempo em Ohio State ele jogou 10 jogos, completando 29 de 39 passes para 287 jardas e dois touchdowns
Saindo do ensino médio, Hooker recebeu ofertas de Oregon, Clemson, Virginia Tech, Army, Pittsburgh, NC State, Missouri, Notre Dame, preferindo escolher VT. Assim como Burrow, ele recebeu a redshirt no primeiro ano. Hooker foi nomeado titular em 2019 depois que seu atual quarterback Ryan Willis jogou 7 turnovers em 4 jogos. Depois que os Hokies começaram com duas vitórias e duas derrotas, Hendon venceu cinco jogos quando jogou, permitindo que os VT fosse elegível para um Bowl. Durante sua carreira na Virginia Tech, ele foi titular em 15 de 25 jogos, completando 197 de 312 passes para 2.894 jardas, 22 touchdowns e sete interceptações.
A primeira temporada de ambos na nova casa
A expectativa em LSU em 2018 era que Justin McMillan ou Myles Brennan ganhassem a disputa de quarterback titular dos Tigers. Burrow era a última opção quando chegou à LSU. McMillan era o jogador que a maioria da equipe queria que ganhasse a vaga. No entanto, conquistou o então técnico da LSU, Ed Orgeron, para o desespero de vários jogadores da equipe.
Hooker e os Vols não passaram pelo mesmo tipo de controvérsia. No entanto, ele não ganhou a vaga de titular antes da temporada começar. Em vez disso, Tennessee escolheu Joe Milton. Somente com a lesão do QB após derrota para Pitts que Hooker seria nomeado o quarterback titular.
Nenhum dos quarterbacks chegou ao campus e foi visto como um salvador. Ambos tiveram que lutar para ganhar o trabalho.
Comandaram ataques encantadores
Estatisticamente, Burrow e Hooker tiveram primeiras temporadas muito semelhantes, com Hooker, na verdade, snedo um pouco melhor conforme os números. Burrow passou para 2.894 jardas, 16 touchdowns e cinco interceptações. Ele também correu para 399 jardas e sete touchdowns. Hooker, por outro lado, passou para 2.945 jardas, 31 touchdowns e três interceptações. O nativo de Greensboro, NC, somou 616 jardas e cinco touchdowns.
Acho que ninguém olhou para os números de Burrow em 2018 e pensou que ele iria explodir por mais de 5.000 jardas em 2019.
Burrow se beneficiou de estar em um ataque muito bem montado, que deixava seus playmakers em condição de fazer grandes jogadas com muita frequência.
Da mesma forma, Hooker comanda o ataque up-tempo de Heupel, que coloca as defesas em conflito por conta da rapidez de snap para snap e rotineiramente apresenta wide receivers abertos no campo. Hooker tem um belo braço e consegue capitalizar muitas vezes nessas janelas de média e longa distância. Depois de um primeiro ano como titular, ele usou a offseason para se aperfeiçoar no esquema do seu técnico e o resultado é o que temos visto em campo, Tenn de volta ao “G4”.
Terão o mesmo destino?
Eu acredito que os Vols lutarão até o final para uma vaga nas semis do CFP. Eles são o ataque que mais gosto de assistir aos sábados. Mas pensar que eles podem chegar ao título é bem menos provável do que vendo aquela LSU jogar. Até porque os Tigers eram muito mais talentosos que os Vols de 2022.
Um grupo de wide receivers fantásticos com Ja’Marr Chase e Justin Jefferson. Com 10 jogadores escolhidos nos três primeiros rounds do draft daquele ano, 5 na primeira rodada. Tennessee não chega perto disso.
Hooker que não tem um Chase ou Jefferson para jogar, tem Cedric Tillman. Eles criaram uma bela sinergia e isso estourou os números de ambos. Uma pena que o WR se lesionou e interrompeu esse processo. Na ausência de Tillman, outro nome apareceu. Jalin Hyatt, um jogador cuja velocidade o torna uma ameaça difícil de marcar em todas as jogadas. Só para constar, ele teve CINCO TDs contra a defesa de Nick Saban.
Para mim é provável que Hooker possa vencer o Heisman do que conquistar o título.
Vez ou outra, parece que um jogador surge do nada para ganhar o prêmio (como Burrow em 2019), então por que não Hooker em 2022?