Salary Cap: cortes, trocas e dead money

by João Gabriel Gelli

No primeiro post desta série sobre o Salary Cap, discutimos os pontos básicos de um contrato, o que é cap hit e como funciona o cálculo da folha salarial. Agora, passaremos para os principais mecanismos associados a estes contratos. Dessa forma, abordaremos o impacto de cortes, trocas e conceitos associados, como dead money.

LEIA MAIS: Salary Cap: o que é, como calcular e estruturas de contratos

VÍDEO: Explicando o salary cap

O que é dead money?

Todo movimento que um time realiza em seu elenco para desfazer seu vínculo com um jogador tem o potencial de gerar o chamado dead money (ou dead cap ou dinheiro morto). Ele representa uma quantia que já foi paga a um jogador ou que foi garantida em contrato e precisa ser contabilizada para efeitos de salary cap. Em termos simples, o dead money é a cobrança no salary cap por um jogador que não está mais no time.

O caso mais básico é relativo ao rateio do signing bonus. Nele, como mencionamos na primeira parte da nossa série, existe uma divisão do bônus de assinatura em partes iguais em cada ano no contrato (no máximo 5 anos). Dessa forma, se um jogador recebeu um contrato com US$ 10 milhões por 5 anos, este valor foi pago no momento da assinatura do contrato. No entanto, para efeitos de cap, ele foi rateado em parcelas anuais de US$ 2 milhões.

Isto representa que, caso o vínculo não tenha outras parcelas garantidas, o dead money em cada ano será o acúmulo da porção total que ainda não foi paga. Ou seja, caso o jogador seja cortado no primeiro ano do contrato, deixará US$ 10 milhões de dead money. No segundo ano, deixará US$ 8 milhões, no terceiro US$ 6 milhões e assim em diante.

Esta mesma lógica se aplica para rateios de option bonus que já tenham sido pagos ao jogador.

Cortes

Quando um jogador é cortado, seu dead money conta contra o cap na temporada atual. Este dinheiro morto será o somatório da aceleração dos rateios restantes dos signing e option bonus e a porção garantida do contrato do ano corrente até o fim do contrato.

No exemplo abaixo, o jogador recebeu um contrato de 5 anos por um total de US$ 20 milhões. Deste valor, US$ 5 milhões foram signing bonus e o salário base teve incrementos de US$ 1 milhão por ano, começando com US$ 1 milhão na primeira temporada até chegar em US$ 5 milhões na última. Além disso, o salário base do primeiro ano é 100% garantido e o do segundo ano tem US$ 1,5 milhão garantido.

Neste caso, se o jogador for cortado no terceiro ano de contrato, o cap hit de US$ 4 milhões sai da folha da equipe, mas sobra um dead money de US$ 3 milhões. Este dinheiro morto é referente ao rateio do signing bonus dos 3 anos restantes no contrato (US$ 1 milhão por ano). Assim, o time tem um alívio de US$ 1 milhão na folha.

Um contrato é dito bom para o jogador quando na maior parte de sua duração o dead money é muito alto em relação ao valor que a franquia abriria na folha em caso de corte.

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1 comentário

Jonathan 19 de junho de 2023 - 17:42
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