Após conseguirmos matar a saudade do College Football por completo com o começo da semana 1 da NCAA, esse final de semana foi a vez de relembrar o sentimento de ver a NFL novamente. A semana 1 começou já chamando atenção com várias partidas emocionantes sendo decididas nos instantes finais.
Destaques da Semana 1 do College
Vamos lá!
Buffalo Bills (+)
Os Bills atravesseram o país para enfrentar o atual vencedor do SB em casa. O time de LA que havia mantido uma boa base da campanha vitoriosa, parecia ter mais favoritismo no confronto e ser capaz de manter a invencibilidade de Sean McVay em estreias de temporada. No entanto, o resultado foi bem diferente.
Os Bills começaram bem agressivos, mas cometeram 4 turnovers deixando o jogo em cheque. O ataque voltou a vida na reta final e fez o time vencer por uma diferença de 21 pontos. Ken Dorsey conseguiu manter um plano de jogo atacando várias áreas do campo e com armas diferentes. O QB Josh Allen terminou com 297 jardas e 3 TDs com Stefon Diggs e Gabe Davis terminando com 122 e 88 jardas, respectivamente, e com 1 TD cada. Inclusive, em cima do talentoso Jalen Ramsey.
Dois safeties no fundo: a nova velha moda da NFL
Só que mais impressionante que o ataque do time, na minha visão, foi a defesa. O ataque dos Rams basicamente só conseguiu passar a bola para Cooper Kupp que terminou o jogo com 128 jardas das 240 lançadas pelo seu QB. Mantendo 2 safeties no fundo do campo, o front-seven conseguiu defender a corrida muito bem e limitou os Rams a apenas 52 jardas no jogo.
E para ser a cereja do bolo foi o pass rush. A OL dos Rams foi uma das melhores da liga nos últimos anos no quesito proteger o quaterback de pressões e hits. Eles perderam duas peças nessa offseason, com a aposentadoria de Andrew Withworth e a saída de Austin Corbett. Os Bills conseguiram contra essa OL nada menos que SETE sacks. E as coisas ficam ainda mais incríveis. Eles conseguiram esses números sem mandar blitz, apenas com 4 indo atrás do QB.
O sonho de qualquer coordenador defensivo é conseguir pressionar o QB sem blitz, e combater o jogo corrido com dois safeties no fundo campo. Esse resultado não tiram os Rams da conversa de Super Bowl, nem cravam os Bills lá, mas a vitória foi um belo cartão de visitas.
Joe Burrow, QB, Cincinnati Bengals (-)
Burrow vinha liderar o time que chegou ao SB no último ano, contra uma equipe que tinha Mitchell Trubisky como QB. Poderia parecer uma tarefa fácil, mas não foi. Os Bengals cometeram 5 turnovers, com 4 deles sendo interceptações do QB.
Projetando esse ano, todo artigo sobre os Bengals falava sobre reforçar a OL. Bem, eles fizeram isso. Ted Karras virou o novo center, Cordell Volson virou o novo LG vindo do draft, Alex Cappa veio da free agency para ser o RG e o time contratou La’el Collins que fora cortado dos Cowboys. 4 peças novas chegando, então o esperado é que as coisas mudassem, correto?!
Mas não foi assim…
O QB sofreu 7 sacks e 11 hits. Parecia que todo snap Burrow estava em perigo. Se você chegou desavisado sobre as mudanças dos Bengals, poderia achar ser a mesma OL que deixava Burrow virar uma piñata humana ano passado. O que tinha tudo para ser um ano melhor para Burrow não começou bem. Inclusive, ele dev perder Tee Higgins para a próxima partida por conta de concussão.
Bryce Young, QB, Alabama (+)
Fiz questão de trazer o QB, porque se você não assistiu ao jogo e for olhar o box score de forma desavisada não vai perceber quão bom e decisivo foi o jogo de Young. Ele terminou o dia 27 de 39 para 213 jardas, 1 TD e um QBR de apenas 79. Mas para quem assitiu o jogo, viu a diferença que ele fez.
Eu sempre falo que acho muito difícil avaliar os QBs de Alabama, porque normalmente eles têm o melhor ambiente possível. Graças ao bom recrutamento eles têm uma das melhores OLs da liga, recebedores fantásticos e uma defesa dominante. Essa temporada as coisas mudaram um pouco.
Até em questão de disciplina nos surpreendemos, os Tides cometeram 15 faltas – o maior de todos os tempos por uma equipe treinada por Saban – para 100 jardas. A linha ofensiva teve um dia péssimo, cedendo 6 sacks e 7 apressametos. Os recebedores lutaram para criar a separação, de forma que o RB Jahmyr Gibbs foi o líder de jardas recebidas com 74.
Mesmo apanhando bastante, e sem conseguir achar um ritmo com seus recebedores, Young teve uma excelente postura. Se manteve confiante e seguiu executando o plano de jogo. O TD veio de um scramble sensacional do camisa 9, e ele escapou da pressão para conseguir posicionar o time para o field goal da vitória.
Com C.J. Stroud oscilando, Young segue em na luta para vermos quem será o QB1 da classe.
Marcus Freeman e Notre Dame (-)
Vida nova em Notre Dame para 2022
Notre Dame perde para Oklahoma State no Bowl após estar com ampla vantagem: Ok, apenas o primeiro jogo de Freeman.
Notre Dame perde para Ohio State na abertura da temporada: Ok, Ohio State é candidato a playoffs.
Notre Dame perde para Marshall: É… agora as coisas complicaram.
O técnico do Notre Dame, Marcus Freeman, se tornou o primeiro técnico na história do programa a começar seu mandato com 0-3, e seu assento começa a esquentar. E essa derrota para Marshall faz as outras duas ficarem ainda mais pesadas. Com a derrota por 26-21, o time se torna a segunda vitória de Marshall sobre um time ranqueado no Top 10 na história do programa.
Agora o time que ostentava a oitava posição geral no ranking da FBS deve sofrer uma queda vertiginosa. E o futuro ainda é nebuloso, porque a defesa do time, que deveria ser o carro-chefe do novo HC, ainda não conseguiu imprimir sua identidade, se há alguma saída para melhorar o time, passa pelas peças defensivas, como Brandon Joseph e Isaiah Foskey. O ataque parece anêmico e sem perspectivas de melhora.