Perfis dos novos GMs

by Felipe Vieira

Com o novo ciclo de contratação de General Managers encerrado, agora podemos dar nossos pitacos sobre os novos tomadores de decisões. Analisar contratação de GM, na minha opinião, sempre foi mais difícil do que analisar uma contratação de um treinador ou um jogador. Também pudera, nós podemos ver os jogadores competindo um contra outro e o treinador podemos analisar o seu esquema, suas entrevistas e experiência. Na maioria dos casos de um novo general manager, nós temos poucas entrevistas disponíveis, não sabemos qual foi o real papel dele na franquia anterior e quais decisões tiveram o aval dele.

Alguns times escolhem melhor no Draft do que outros, mas quais dessas escolhas tiveram um impacto grande desse novo general manager? Será que ele bateu na mesa e falou que George Kittle era o melhor jogador disponível naquele momento ou quem tomou essa decisão foi outra pessoa? Aquela escolha de primeira rodada que foi um bust completo, será que ele foi contra ou também foi enganado pelo prospecto errado? São questões que nós fãs nunca saberemos e provavelmente apenas três ou quatro pessoas no mundo realmente terão a resposta. Por isso, nesse post você não verá críticas para uma contratação de quem não foi general manager antes e está tendo sua primeira chance agora, e sim tentarei traçar um breve perfil sobre cada novo GM.

George Paton – Denver Broncos

Idade: 50

Times que passou: Chicago Bears, Miami Dolphins (Director of pro personnel), Minnesota Vikings (Assistant General Manager).

Foi entrevistado antes por: Colts (2017), 49ers (2017), Browns (2020).

Curiosidade: Primeiro GM dos Broncos que não vem de uma promoção interna.

Opinião sobre analytics: “É um pedaço da equação. Como caráter. Como os exames médicos. O tape é o número. Talvez seja critério de desempate.

Resumo:

Paton passou 14 temporadas com os Vikings trabalhando como general manager assistente do Rick Spielman. Com tanto tempo em um time só, Paton já passou pelo setor de college scouting e do pro scouting. Por conta disso, vejo Paton como um dos novos general managers com mais experiência sem antes ter tido esse cargo. Além de ser chamado de bom avaliador de talento, Paton também está acostumado com o controle do roster e o dia-a-dia de um GM. Paton é um candidato moderno com um currículo invejável.

Citação:

“Ele pensa fora da caixa ao procurar por vantagens competitivas,” disse Rick Spielman, atual general manager dos Vikings.  “Ajudou a construir o departamento de analytics e que ajudou os Vikings no processo atual do Draft da franquia.”

Brad Holmes – Detroit Lions

Idade: 41

Times que passou: Los Angeles Rams (Director of college scouting)

Foi entrevistado antes por: Falcons (2021)

Opinião sobre analytics: “Eu aprecio bastante analytics, mas você precisa saber como será usado essa informação.

Resumo:

Formado em jornalismo e comunicação, Brad Holmes é jovem e que passou quase toda a sua carreira dentro dos Rams, começando como estagiário em relações públicas, até começar pela posição mais baixa do scout e escalando até diretor de college de scouting em 2013, posição que ocupou até ser contratado pelo Detroit Lions na última semana. Holmes foi bastante elogiado em sua passagem pelos Rams e possui algumas escolhas no Draft que segundo algumas reportagens, foram basicamente decididas por ele, como é o caso de Jordan Fuller no último Draft.

Curiosidade: sem first rounds desde a escolha de Jared Goff em 2016.

Citação:

“O que tem mais peso? A real evidência que você viu com seus olhos? As intangíveis elites e a inteligência que ele tem? Ou um número que ele produziu no Combine que não envolve jogar futebol americano?” – Brad Holmes quando falava sobre Jordan Fuller, jogador escolhido na sexta rodada no draft de 2020.

Scott Fitterer – Carolina Panthers

Idade: 47

Times que passou: New York Giants, Seattle Seahawks (vice-presidente de operações de futebol americano).

Foi entrevistado antes por: Colts (2017), Chiefs (2017), 49ers (2017) e Jets (2019).

Curiosidade: Fitterer foi draftado pelo Toronto Blue Jays da MLB como pitcher. Acabou encerrando carreira depois de problemas no seu ombro.

Opinião sobre analytics: Ajudou a implementar departamento de analytics em Seattle e segue a linha de ser mais uma ferramenta para avaliação, não a principal.

Resumo: Os últimos Drafts de Seattle não tem sido tão impressionantes e muitas vezes questionáveis, por isso, há uma nuvem de dúvida pairando sobre essa contratação. Porém, é como eu disse ali no primeiro parágrafo abrindo esse texto e não me estenderei quanto a isso. Fitterer tem experiência em todos os aspectos de ser um GM e era o principal tomador de decisão em Seattle tirando Pete Carroll e Pete Schneider. Sua primeira entrevista coletiva mostrou um cara tenso com a situação, mas teve boas respostas quando fizeram boas perguntas, algo raro nessa coletiva (sim, eu estou cornetando os repórteres que cobrem os Panthers).

Citação:
“Nós começamos com dez mil nomes até chegarmos aproximadamente em cento e oitenta. É um bom processo. Os scouts fazem um bom trabalho na lista dos seniores, descobrindo quem os prospectos são e quem pode ajudar nosso time. Scott Fitterer explicando o processo e a quantidade de prospectos que ficam em suas boards.

Terry Fontenot – Atlanta Falcons

Idade: 40

Foi entrevistado antes por: Jets (2019).

Times que passou: New Orleans Saints (vice-presidente de pro personnel & GM assistente)

Resumo: Confesso que esperava Jeff Ireland ser o GM escolhido de algum time saindo do frontt office dos Saints e não Terry Fontenot. Mas Fontenot é também um bom candidato, jovem e com boas ideias. Sua entrevista coletiva foi bem feita e bem comunicativa. Nos Saints desde 2003, Fontenot agradece bastante ao atual general manager Mickey Loomis que foi o responsável pela sua contratação quando ainda tinha 22 anos. Trabalhou dez anos como area scout e depois assumiu como director of pro personnel, cargo que ficou até 2019 até assumir como vice-presidente de pro personnel e GM assistente.

Opinião sobre analytics: “É uma camada de informação, mas você nunca tomará decisões baseadas somente em analytics.”

Citação: “Nós nunca queremos dar reach [no Draft] por necessidades. Nós queremos ser consistentes. Nunca é uma coisa ruim melhorar suas forças.

Martin Mayhew – Washington Football Team

Idade: 55

Foi entrevistado antes por: Titans (2016), Panthers (2018) e Texans (2019).

Times que passou: Detroit Lions (GM, 2009 a 2015),  Giants (diretor de operações), 49ers (vice-presidente de player personnel)

Resumo: Mayhew estreou como GM dos Lions no ano que Matt Stafford estava no Draft e foi a primeira escolha a ser feita de Mayhew. Durante seus  sete anos na franquia, os Lions tiveram um recorde de 47-65 e foram aos playoffs duas vezes. Não há nenhuma classe de Draft de Mayhew em Detroit que empolga e há alguns erros graves que devem deixar a torcida de Washington com um pé atrás com essa contratação. Com alguns achando que Marty Hurney tinha sido o contratado para ser o GM de WFT, acabou sendo surpreendente quando alguns dias depois foi anunciado Mayhew para o cargo. Por Mayhew já ter sido entrevistado pelos Panthers em 2018 quando Ron Rivera era o treinador, imagino que haja uma conexão boa entre os dois desde antes de 2018.

Opinião sobre analytics: Mayhew era um GM que praticamente desprezava analytics durante sua passagem em Detroit. Será curioso saber se isso mudou.

Nick Caserio – Houston Texans

Idade: 45

Foi entrevistado antes por: Foi negado para fazer entrevista com os Texans (2018).

Curiosidade: Caserio foi treinador de wide receivers em 2007 após ter sido diretor of pro personnel em 2006, em 2008 voltou a parte executiva e se tornou diretor o player personnel.

Times que passou: New England Patriots (diretor of player personnel)

Resumo: Acostumado a dar entrevistas coletivas antes e depois do Drafts, era o braço direito do Bill Belichick nesse quesito. Suas entrevistas coletivas seguem muito a linha de Belichick, o que significa que raramente algum repórter consegue tirar algo de valioso daquela entrevista e ao contrário de Belichick que chega a ser até engraçado em alguns momentos, as entrevistas de Caserio são maçantes e entediantes. Terá um trabalho homérico para convencer DeShaun Watson a ficar em Houston, mas como é um dos GMs mais bem pagos da liga, terá que dar conta disso.

Opinião sobre analytics: Seguindo a linha da maioria dos GMs desse ciclo, Caserio não ignora analytics, mas não está entre os fatores mais importantes para uma tomada de decisão.

Trent Baalke – Jacksonvile Jaguars

Idade: 56

Foi entrevistado antes por: Ninguém.

Curiosidade: Baalke passou quatro anos desempregado desde a sua demissão em 2016 dos 49ers, mas em um trabalhando já foi suficiente para voltar a ter cargo de general manager.

Times que passou: San Francisco 49ers (GM entre 2011 e 2016).

Resumo: Um dos piores GMs da história dos 49ers, Baalke conseguir outra chance chega a ser surpreendente. Baalke foi o responsável por contratar Jim Tomsula e Chip Kelly como head coaches que combinados só ficaram por dois anos em San Francisco. O histórico do Draft não chega ser dos mais desastrosos, mas as decisões de renovações e o trabalho na free agency era bem ruim. Baalke assumiu como diretor de player personnel em 2020 em Jacksonvile e assumiu interinamente como GM após a demissão de David Caldwell. Com tantos bons candidatos a GM, a contratação de Baalke parece uma decisão equivocada depois de uma contratação gigantesca de Urban Meyer como head coach.

Opinião sobre analytics: John Lynch disse em 2017 que estava integrando departamento de analytics e confirmou que o regime anterior [Trent Baalke] não utilizava e como não tivemos entrevista coletiva para ser perguntado sobre isso, ficamos com a última imagem de Baalke.

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