Os 5 Melhores calouros da semana 1

by Alexandre Castro

Ainda é cedo para dizer que os novatos que foram mal são busts, ou os que foram bem que serão baita jogadores no futuro. O objetivo desse texto é destacar as exibições que chamaram a atenção na semana 1, usando o IOTCQ (Índice On The Clock de Qualidade).

Vamos lá!

Micah Parsons, LB, Dallas Cowboys

Além de ter sido o primeiro a entrar em campo, vamos começar com um nome que recebeu críticas durante a partida, mas que não foram nada merecidas. Seu desempenho em cobertura foi o que mais chamou atenção. De acordo com NextGen Stats, o LB forçou uma janela curta em 4 de seus 6 alvos nos lances em que era o defensor mais próximo. Esses números foram os melhores de um LB em uma partida desde 2017.

Além disso, teve um passe desviado, 7 tackles e um QB hit. Alinhou basicamente em todas as funções de LB, cobrindo o meio do campo e como OLB indo atrás do QB, aproveitando do seu potencial atlético.

E um lance que viralizou foi essa jogada, em que muita gente disse que ele estaria perdido no lance. Vamos ao que realmente aconteceu aqui. Parsons tinha a responsabilidade de defender o gap A (espaço entre o center e o guard) ele avança para proteger a ameaça da corrida, mas quando percebe que é um play action, ele vai para marcação usando uma técnica chamada de ROBOT.

Nick Saban chama de técnica de “ROBOT” (algo como virar e correr), é geralmente usada como uma resposta ao play action. Como os linebackers são levados a ir para cima da linha de scrimmage, é muito difícil para eles se recuperarem na jogada, recuarem para ganhar profundidade e encontrar rotas intermediárias. Então, ao invés de fazer o backpedal, o ato de correr de costas, os linebackers são ensinados a virar o corpo, ficar de costas para o QB e procurar uma rota que cruze o campo para seguir. É difícil de executar porque virar e achar uma rota em tempo para encontrar alvos pode ser um pesadelo, mas quando praticado e executado corretamente, vai cortar a linha de passe do QB e ajudar toda a defesa.

Parsons faz isso na jogada, mas não havia nenhuma ameaça cruzando o campo, então ele vai para uma terceira leitura, onde vira para o QB para tentar identificar para onde ele estaria olhando. Depois disso ele vai ajudar no tackle. Talvez o ímpeto dele e velocidade nas mudanças de decisão podem ter feito com que ele parecesse perdido, mas foi bem longe disso.

Creed Humphrey, C, Kansas City Chiefs

Destacar uma das posições menos sexy do ataque? Sim! Normalmente a gente só percebe a presença do center quando um snap é mal feito ou quando ele cede um sack. Mas a importância da sinergia com o QB e o ajuste da linha para stunts e blitz é fundamental para manter seu signal caller protegido.

Em 41 snaps de passe, Humphrey cedeu 0 pressões ao QB e 0 sacks, contra uma DL muito forte dos Browns. Foi o melhor center no quesito “vitórias” nos embates contra o pass rushers, empatado com outros 5, entre eles o novato Kendrick Green, dos Steelers. Os Chiefs trocaram por Orlando Brown, trouxeram Joe Thuney, tiveram o retorno de Lucas Niang e ainda conseguiram com sua segunda escolha no dia 2 trazerem um excelente center. Mesmo perdendo peças como Eric Fisher e Mitchell Schwartz, o front office fez um belo trabalho mantendo seu QB protegido.

Ja’Marr Chase, WR, Cincinnati Bengals

Depois de passar por um grave problema extracampo, que ainda está sendo “investigado”, acusado de bater na namorada grávida, o camp da offseason não foi fácil para Chase. Muitos problemas de drop, levaram a “reclamar” da diferença da bola do college para NFL, com o objetivo de justificar seus repetidos drops.

Em 7 alvos no dia ele teve 5 recepções, 0 drops, 101 jardas, 1 TD, 3 first downs e um rating de 153.3 para seu QB quando lhe procurou. Isso dá esperança ao torcedor dos Bengals de um sucesso da outrora dupla em LSU, Burrow -> Chase. Ele foi o primeiro jogador dos Bengals a marcar na sua estreia desde A.J. Green em 2011. Com a eterna discussão se os Bengals deveriam ter escolhido ele ou Penei Sewell, o novato fez sua parte em campo.

DeVonta Smith, WR, Philadelphia Eagles

Por falar em refazer duplas do college, aqui temos mais uma, ainda que com menos destaque pelo fato de Hurts ter se transferido para Oklahoma no seu último ano.

Os Eagles subiram no Draft numa troca inesperada com um rival de divisão para garantir DeVonta Smith e reforçar seu grupo de recebedores que há tempos não dava muita alegria para seus torcedores. O vencedor do Heisman teve uma bela estreia contra a equipe dos Falcons. Foram 8 alvos, 6 recepções, 0 drops, 71 jardas, 1 TD ( na sua primeira recepção na NFL), 17 jardas pós recepção, 4 first downs e um rating para seu QB de 141.1.

Mac Jones, QB, New England Patriots

As coisas pareciam não começar bem para o novato.

Jones teve o melhor desempenho  de todos os quarterbacks novatos, apesar de perder 17-16 para os Dolphins. Ele terminou com 281 jardas de passe, um touchdown e um rating de 102,6. O ex-jogador do Alabama foi bem em sua estreia contra o Miami, se mostrou confiante no pocket e teve uma boa variedade de passes. Na história da NFL 61 QB novatos tentaram pelo menos 30 passes na sua estreia. Contudo, nenhum deles havia acertado mais de 70%. Mac Jones conseguiu quebrar esse tabu com 74% dos seus passes certos, de acordo com Stathead.

Ele foi o primeiro QB novato a ser titular nos Patriots desde Drew Bledsoe em 1993. Vai ser um ano de aprendizado para ele, todavia os primeiros retornos são bastante positivos.

Para saber mais:
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