A NFL tem uma série de quarterbacks ainda tentando se provar como titulares e que não tiveram oportunidades ainda. Dessa forma, 2023 é uma temporada em que muitos precisam mostrar que poderão ser o futuro de suas respectivas franquias. Por isso, decidimos trazer um panorama de como estão caminhando estas campanhas.
Os calouros
Bryce Young (Carolina Panthers)
Primeira escolha geral do Draft de 2023, Young está jogando muito abaixo do esperado. Definitivamente seu entorno está mal, mas ele não deixa de ter culpa. A linha ofensiva está problemática, o grupo de recebedores sofre para gerar separação e o esquema não está superando as dificuldades.
Young é muito passivo, com o menor percentual de passes que viajaram pelo menos 20 jardas no ar entre QBs com pelo menos 10 passes longos na temporada. Nesta situação, foi apenas mediano, sem grande destaque. Entre os QBs com 200 ou mais dropbacks, é o antepenúltimo em profundidade média de lançamento.
Uma de suas melhores habilidades em Alabama era a de esticar jogadas, mas está comprometida em seu primeiro ano na NFL. A OL não ajuda e ele não está conseguindo compensar. Isto está levando a muitos erros, com a quarta maior conversão de pressões sofridas em sacks. Sem um grande teto físico, Young precisa elevar o desempenho em outros pontos para tornar o investimento dos Panthers um sucesso.
CJ Stroud (Houston Texans)
Stroud é o calouro ofensivo da temporada e nada irá mudar isto. Em seu primeiro ano como profissional já está atuando como um veterano de alto nível e um QB top 10. Conseguiu elevar os Texans para a disputa de uma vaga nos playoffs e está tirando proveito dos alvos.
Sua melhor habilidade é a antecipação nos passes, atacando janelas antes de estarem abertas e fazendo os recebedores ficarem livres. Também merece destaque por mostrar uma evolução ao improvisar e criar fora da estrutura em relação ao seu perfil como prospecto. Não existem muitas dúvidas de que terá sucesso na liga por muitos anos.
Will Levis (Tennessee Titans)
Apesar de não ter começado a temporada como titular, Levis ganhou a vaga no meio da temporada. Com isso, os Titans estão aproveitando para testar se ele é capaz de ser o futuro da franquia. Como prospecto, ainda precisava ser polido, mas tinha ferramentas empolgantes.
Esta mesma descrição é válida para seu início de carreira na NFL. Tem momentos de ápice em que é empolgante e mostra todo o talento de braço. Por outro lado, ainda falta consistência snap após snap. Se evoluir com a experiência, pode se tornar um titular de qualidade, mas ainda tem um caminho para percorrer. De qualquer forma, provavelmente já fez o suficiente para ter uma chance de se provar em 2024.
A classe de 2022
Kenny Pickett (Pittsburgh Steelers)
O primeiro QB escolhido em 2022 está com dificuldades. Apesar de não cometer muitos erros que geram turnovers, também pouco eleva o teto do time. São apenas 6 TDs passados, quase a mesma quantidade que o CB DaRon Bland (Cowboys) tem em pick-sixes (5). Também é menos que Tommy DeVito, calouro não draftado dos Giants, teve em menos que um terço dos passes lançados.
Na semana 12, Pickett finalmente levou o ataque dos Steelers a mais de 400 jardas totais após a demissão do OC Matt Canada. No entanto, se lesionou na rodada seguinte contra os Cardinals e perderá alguns jogos. Isto é problemático, porque ele precisa de todo o tempo possível pra se provar. Contudo, os sinais não são positivos de que conseguirá ser mais do que um titular de baixo nível ou um reserva de alto nível. Terá uma temporada crucial em 2024.
Desmond Ridder (Atlanta Falcons)
Depois de algumas partidas como titular em 2022, Ridder entrou em 2023 como o plano dos Falcons na posição de quarterback. Até agora, ele mostrou que não é um QB ruim e tem alguns flashes que empolgam. Todavia, também já ofereceu sinais o suficiente de que provavelmente não é o futuro da franquia. Pode ser o suficiente para levá-los aos playoffs em uma divisão fraca, mas nada que indique um sucesso sustentável a longo prazo.
Sam Howell (Washington Commanders)
Escolha de quinta rodada, já foi uma grande vitória para Howell entrar na temporada como titular e sustentar a função. Ele é agressivo, duro mentalmente e capaz de executar lançamentos bonitos e difíceis. Além disso, mostrou evolução ao longo da temporada, sobretudo no que diz respeito a sofrer tantos sacks. A grande questão é que ainda comete muitos erros e seu relógio interno para pressão saiu apenas de péssimo para insatisfatório. Tem espaço para evoluir, mas um QB de meio de tabela e oscilante parece o melhor dos cenários.
Brock Purdy (San Francisco 49ers)
Último jogador escolhido no Draft de 2022, Purdy foi uma das histórias da temporada passada e segue firme em 2023. Ele roda o sistema de Kyle Shanahan com grande eficiência, sendo um dos principais QBs da NFL atualmente em termos estatísticos. É verdade que tem muita ajuda do esquema e dos jogadores do resto do ataque, mas também é preciso dar o braço a torcer de que veio para ficar. É um dos principais nomes da temporada e está na discussão para MVP.
Categoria Jordan Love (Green Bay Packers)
Depois de anos como uma certa piada como reserva cuja seleção no Draft fez Aaron Rodgers voltar a jogar no mais alto nível, Love finalmente recebeu sua oportunidade. O começo de temporada foi bem promissor, mas depois veio um período de baixa, com dificuldades e um ataque que não funcionava. Entretanto, parece que a chave virou e agora está em uma ótima sequência. Ganhou confiança, está trabalhando muito bem no play action e rodando o sistema com precisão. Está sendo agressivo e é um passador criativo, que sabe mudar ângulos de lançamento para se adaptar a diferentes situações.
Comandou uma sequência de três vitórias contra Chargers, Lions e Chiefs em que completou 68,5% dos passes, com uma média de 7,9 jardas por tentativa e lançou para 8 TDs e nenhuma interceptação. A seta está apontando para cima e os Packers entraram de vez na briga pelo wildcard da NFC como um time interessante de acompanhar.