Nick Saban é uma lenda do futebol americano. Pode ser colocado entre os 5 melhores técnicos da história com alguma folga. Contudo, ele não detém todos os recordes de técnicos do Crimson Tide, existe um técnico que ajudou a construir o nome do programa mais importante do College Football: Bear Bryant e o lendário chapéu xadrez. Os 6 títulos de Nick Saban hoje empatam com os 6 de Bryant como técnico dos Crimson Tide. Nos 15 anos em que Saban lidera a Universidade de Alabama, a equipe possui 24 derrotas, e esse aproveitamento de quase 90% não deve diminuir neste ano.
Alabama tem o roster mais talentoso de todo College Football, mesmo tendo perdido jogadores relevantes como Evan Neal e Jameson Williams. Mesmo assim, não se pode falar de rebuild quando se fala dos Crimson Tide, mas sim um reload. Para as posições de Neal e Williams, Saban trouxe Tyler Steen, o melhor Offensive Tackle disponível via portal de transferências e Jermaine Burton, roubando um bom recebedor de seu maior rival pela coroa de campeão, os Bulldogs da Georgia. Saban tem quase 50 anos como técnico e passou por diversas eras, conseguir bons reforços via portal de transferência mostra a capacidade de se adaptar às mudanças que ocorreram com o tempo.
A base do time se manteve a mesma, com duas possíveis escolhas no top 5 do próximo draft, como o Edge Will Anderson e o QB Bryce Young, que pode conseguir algo inédito ao ganhar de maneira consecutiva o Heisman Trophy, já que defende a premiação após recebê-la em 2021. Will Anderson foi o quinto na corrida para o Heisman Trophy em 2021 e deve concorrer ainda mais forte em 2022. Além disso, Alabama conta com o reforço de Jahmyr Gibbs, vindo de Georgia Tech para suprir a falta de Brian Robinson, Gibbs é um dos melhores corredores de toda FBS. Deve ter números explosivos nessa temporada, depois de ter passado os dois primeiros anos na carreira em um ataque de triple option.
A linha ofensiva perdeu Evan Neal mas retorna 4 dos 5 titulares, em uma das melhores linhas do país. A grande questão se encontra no corpo de recebedores, 4 dos 5 principais jogadores em jardas recebidas não voltam à equipe. Jameson Williams, John Metchie, Slade Bolden e Jahleel Billingsley, que se transferiu para Texas. Cameron Latu e Traeshon Holden retornam para comandar um grupo inexperiente, mas talentoso. Com a adição de Jermaine Burton, o titular no slot será o True Freshman Kobe Prentice. Tyler Harrell, transferido de Louisville e o Special Teams Ace Ja’Corey Brooks encerram um corpo de recebedores com talento. Menos talento do que nos anos anteriores, onde Alabama basicamente colocou um recebedor na primeira rodada do Draft todo ano.
Na defesa, Alabama mais uma vez está recheada de estrelas. Mesmo com a perda de jogadores importantes como a dupla de Corners titulares em Josh Jobe e Jalyn Armour-Davis, Linebackers como Christian Harris, Christopher Allen e o Defensive End Phildarian Mathis, o talento que fica é maior que o que sai. No Front Seven, destaque para um dos melhores Linebackers do país em Henry To’o To’o e na estrela Will Anderson.
A secundária é recheada de talentos como Malachi Moore, Kool-Aid McKinstry, Brian Branch e Jordan Battle. Pode-se esperar o mesmo nível de performance da defesa dos Crimson Tide, principalmente considerando que os dois principais pass rushers, Will Anderson e Dallas Turner combinaram para 25,5 sacks na temporada passada e devem eclipsar a casa dos 30 sacks na conferência mais forte de todo College Football. Brian Branch e Jordan Battle são dois dos melhores safetys da próxima classe do Draft e devem ser escolhas de dia 2 de Draft, assim como To’o To’o. Byron Young e Tim Smith, a dupla de Defensive Ends e DJ Dale, são bons jogadores e assim como Phidarian Mathis, podem se transformar em escolhas top 50 depois de uma boa temporada.
Estrelas da Equipe:
Will Anderson – EDGE – Junior
Anderson teve uma das temporadas mais brilhantes para um Edge Rusher na história do College Football. Mais de 100 Tackles, e incríveis 17,5 sacks em 15 partidas. Anderson é fantástico contra o passe, mas contra a corrida é ainda mais impressionante. Dificilmente é controlado por um jogador na linha de scrimmage, tem a força, a agilidade e a inteligência de jogo para manter a integridade dos gaps e finalizar a jogada. A versatilidade também impressiona, influenciando o jogo tanto como 3, 5 ou 9 Tech.
Além disso, pode dropar e marcar em zona, aumentando ainda mais seu valor pela versatilidade. Como Pass Rusher, tem uma explosão que assusta no primeiro momento, e consegue chegar no QB muito rápido se colocado em boas situações, muda de direção com grande facilidade, o que o transforma em algo impossível de bloquear para Guards, por exemplo. Não tem o melhor Bull Rush ou o melhor Bend, mas usa sua inteligência e explosão para chegar ao QB. Se trabalhar melhor esses dois pontos, tem tudo para ser um talento geracional na NFL.
Bryce Young – QB – Junior
Young começa a temporada como o principal Quarterback do próximo Draft, com potencial de ser a escolha número 1 no próximo recrutamento para uma equipe que não tem um Signal Caller confiável. Assim como os outros produtos de Alabama, não é um jogador atlético, mas altamente capaz de processar e ser preciso nos passes curtos, médios e longos. Mesmo não sendo atlético, consegue improvisar e encontrar janelas na corrida. Perde uma parte da precisão quando pressionado e confia demais em suas leituras, o que acaba por colocá-lo em situações ruins quando defrontado de uma equipe múltipla e capaz de enganá-lo.
Os 67% de aproveitamento nos passes, com 47 TDs e 7 Interceptações mostra que mesmo assim é difícil parar Young, considerando que ele estava em seu primeiro ano como titular nos Crimson Tide, recebendo o Heisman Trophy. Agora no seu segundo ano, tem capacidade de conquistar ainda mais, se os recebedores seguirem o mesmo nível deixado por Jameson Williams e John Metchie.
Bryce Young finds Cameron Latu for a touchdown | 2022 national championship game
