Quarto quarterback escolhido na hypada classe da posição em 2020, Justin Fields não teve uma trajetória tranquila na NFL até o momento. Mudanças de técnicos, dificuldades de adaptação, lesões e problemas em campo. O fato é que não apresentou como profissional o potencial que parecia ter nos tempos de Ohio State. Agora, no final de sua terceira temporada, vai chegando em um ponto crucial para definir seu futuro na liga.
Os Bears parecem ter a escolha número 1 do próximo Draft muito bem encaminhada graças aos Panthers. A franquia já passou esta posição em 2023 e estará nela de novo em 2024. Apesar das evoluções, o fato de Fields não ter levado o time a voos mais altos na temporada faz com que muito se fale sobre um novo QB para a equipe no ano que vem.
Mas como os Bears chegaram nesta situação? Existe algo que pode ser feito para mudá-la? Qual será o futuro de Fields na NFL?
Estas serão as perguntas que tentaremos responder agora.
A trajetória de Fields
Fields não recebeu o posto de titular de imediato como calouro, começando como reserva de Andy Dalton em 2021. No entanto, uma lesão do veterano forçou seu caminho para o campo. A grande realidade é que seu primeiro ano na NFL foi muito ruim. Impreciso e com processamento lento, não teve muito apoio das armas e do esquema, o que levou a um ataque ineficiente.
A comissão técnica mudou em 2022 e ali se iniciou um novo processo de aprendizado para Fields. Com um novo OC em Luke Getsy, teve dificuldades de adaptação no início do campeonato. Parecia que seu caminho como um bust estava bem traçado. Tudo mudou quando passaram a usar mais sua habilidade com as pernas, play action e RPOs. Isto fez com que o ataque saísse de inviável para minimamente funcional. Com isso, o jovem QB passou das mil jardas terrestres e teve produção de um titular. Contudo, ainda faltava consistência, especialmente como passador.
Em 2023, um salto era esperado. O problema foi que o esquema em muitos momentos pareceu o do começo de 2022. Mesmo assim, Fields mostrou ótimos flashes, como nas partidas seguidas contra os Broncos e os Commanders. Nelas, somou 8 TDs passados, apenas 1 interceptação e mais de 300 jardas aéreas de média, com cerca de 67% de passes completos.
Uma lesão interrompeu essa sequência e fez com que perdesse 4 semanas. Quando retornou, passou a usar mais as pernas, com as três atuações sendo suas mais produtivas da temporada no quesito. No processo, liderou 2 vitórias e uma derrota parelha.
Em termos de desenvolvimento, parece ter cortado os grandes erros, como interceptações e sacks. Todavia, está comprometendo um estilo de jogadas explosivas que mostrou anteriormente. Por outro lado, tem uma abordagem mais consistente, com um leve aumento de taxa de sucesso. A questão é que essa evolução não foi o suficiente e não se compensa.
A realidade é que Fields evoluiu até aqui. Neste momento, é um QB mais confiante e capaz de criar dentro do pocket, algo que não fazia antes. Seu relógio interno melhorou e quando estica jogadas consegue escanear o campo melhor. O braço ainda é exuberante e possibilita passes incríveis. Este tipo de jogada aliada ao atleticismo sempre serão elementos que atrairão qualquer avaliador. Ferramentas não faltam. Entretanto, sua evolução não é o suficiente para dizer que é ou que irá se tornar um QB de franquia.