Chris Ballard sempre foi visto como um dos melhores GMs da NFL como avaliador de talentos. Suas classes de Draft constantemente trazem nomes interessantes e bom potencial. No entanto, sua gestão nos Colts era alvo de uma grande crítica: a falta de uma aposta em um QB para o futuro. Desde 2017 no cargo, sua opção foi por investir em veteranos, seja na Free Agency ou via troca. Todavia, isto nunca deu certo e culminou com o desastre que foi a temporada de 2022.
Por mais que muitos acreditassem que seu emprego talvez estivesse em risco, recebeu um voto de confiança do dono Jim Irsay. Assim, pode comandar o processo de contratação do novo treinador, Shane Steichen, ex-coordenador ofensivo dos Eagles, e liderou o Draft da franquia. Com isso, iniciou uma nova fase para a equipe, finalmente com um QB jovem e um técnico que irá guiá-lo na transição para a NFL. Para melhorar, somou uma classe com 12 jogadores no total e muitas possibilidades de evolução para o elenco.
Vamos então analisar os principais pontos do Draft de 2023 dos Colts.
As escolhas
#04 – QB Anthony Richardson (Florida)
#44 – CB Julius Brents (Kansas State)
#79 – WR Josh Downs (North Carolina)
#106 – OT Blake Freeland (BYU)
#110 – DL Adetomiwa Adebawore (Northwestern)
#138 – CB Darius Rush (South Carolina)
#158 – S Daniel Scott (California)
#162 – TE Will Mallory (Miami)
#176 – RB Evan Hull (Northwestern)
#211 – EDGE Titus Leo (Wagner)
#221 – CB Jaylon Jones (Texas A&M)
#236 – OT Jake Witt (Northern Michigan)
Finalmente uma aposta em QB
Ballard começou o Draft selecionando Anthony Richardson como o novo QB do time. Ele chegará como um jogador inexperiente, com apenas 13 partidas como titular em Florida. No entanto, é um dos jogadores mais atléticos da história da posição, com uma combinação impressionante de tamanho, explosão, força e velocidade.
Richardson possui as ferramentas desejadas para um QB, como a parte física já citada e um braço muito bom, com bastante talento natural. Além disso, tem grande qualidade evitando sacks, esticando jogadas e ganhando jardas com as pernas. Por outro lado, a precisão é o ponto em que mais precisa trabalhar. Completou apenas 53% dos passes em 2022 e tem problemas mecânicos relevantes que prejudicam severamente a colocação de seus passes.
Pensando em seu desenvolvimento, os Colts têm Steichen, que já contribuiu para a evolução de Justin Herbert e Jalen Hurts na NFL. Richardson tem ferramentas tão boas quanto ou até melhores que os dois, então certamente é um projeto que empolga o novo treinador da franquia.
A presença de Gardner Minshew no elenco faz com que Richardson não tenha que ser titular necessariamente na semana 1. Contudo, o calouro definitivamente é um jogador que precisa entrar em campo logo e aprender com os próprios erros. Provavelmente terá dores de crescimento e precisará muito das pernas para manter o ataque andando, mas tem que aprender na prática. Se 2021 foi um indicativo, tem o potencial para crescer ao longo da temporada.
No fim das contas, Richardson é a grande aposta de Ballard e, apesar das ferramentas, ainda precisa ser moldado para a NFL. Isto representa que seu espectro de cenários tem grande variância. Os problemas de precisão podem nunca ser superados e acabarem impedindo que se desenvolva ou então pode atingir o ápice de seu potencial e se tornar um dos melhores quarterbacks da liga. Certamente será uma das narrativas mais interessantes de acompanhar nos próximos anos.