Draft 2023: A Classe de Quarterbacks

by Alexandre Castro

Nós queremos conversar um pouco sobre como estão cada uma das posições nessa reta final para o Draft 2023. Seguindo o fluxo de textos da série, iremos falar sobre a classe de quarterbacks.

Draft 2023: a classe de Safeties

Draft 2023: a classe de Tight Ends

Draft 2023: a classe de Running Backs

Vamos lá!

O panorama Geral

Apesar de na minha visão, essa classe ter sido bem mais hypada no começo da temporada, do que agora, estamos falando de outro mundo se compararmos com o ano passado. Na classe passada tivemos apenas Kenny Pickett saindo na primeira rodada e único QB nas primeiras 70 escolhas.

Demoraram 94 escolhas para sair 4 QBs em 2022, mas em 2023 a história deve ser bem diferente. Não seria maluquice ver essa quantidade de QBs saindo na primeira metade do primeiro round.

O grande problema é o talento da classe após esse top-4 posicional (Stroud, Young, Levis, Richardson). Do QB4 para o QB5 vemos uma queda grande de talento, e uma ainda maior do QB5 para o QB6 e assim sucessivamente, mas falaremos mais sobre isso nos tópicos seguintes.

Estrela da Classe: C.J Stroud, Ohio State

Algo que tem sido recorrente nos QBs de Ohio State é a narrativa que eles enfrentam pré-draft. Começam como o maior destaque da classe, depois de um tempo, surge alguém e fala que eles tem algum problema de progressão ou algo do tipo, a maioria compra a narrativa e assim vai.

Perguntas sobre draft: Young ou Stroud? Carter ou Anderson sobram para Seattle?

Isso não deveria colar para Stroud. Penso que ele executou muito bem o ataque dos Buckeyes e foi um dos QBs mais precisos em passes. Na minha visão, o Stroud da NFL, vai ser muito mais próximo do que jogou naquela partida de semifinal contra Georgia (melhor partida dele na carreira, em minha visão), do que qualquer outro problema que venham levantar sobre ele.

Decepção: Will Levis, Kentucky

Talvez a palavra decepção seja um pouco forte demais para descrever essa temporada de Levis. Contudo, do pelotão da frente, ele não teve o salto que deveria. Pausa aqui para uma crítica a quem gere sua carreira. Ele não ter ido no Senior Bowl foi um tiro no pé. Com o nível dos outros QBs de lá, ele sobraria no evento. Sem ter Stroud, Young para “ofuscá-lo” era a chance de ganhar stock sozinho.

Will Levis pode se tornar Josh Allen?

Em 11 jogos, já que ele perdeu alguns por lesão e jogou outros sem estar 100%, ele diminuiu seu número de TDs de 24 para 19, enquanto diminuía de 13 para 10 suas interceptações, mas aumentando a taxa INT-TD, e por fim diminuindo sua taxa de passes completos de 67% para 63%. Ainda assim, por sua força no braço, ele segue cogitado até para a pick 1, por alguns.

Fazendo um contraponto, tentando justificar esse último ano de Levis, alguns pontos tem que ser levado em consideração no contexto que ele está inserido. Primeiro, conta a seu favor ter jogado nos dois últimos anos em esquemas bem factíveis de serem traduzidos para NFL. Ele foi treinado em 2021 por Liam Coen, que deixou Kentucky para voltar aos Rams. Inclusive, ele voltou para Kentucky no mesmo cargo de OC para a temporada 2023. Em 2022, quem comandava o ataque era Rich Scangarello, que apesar de ser da mesma “árvore” de wide-zone, fez algumas mudanças significativas no ataque.

A famosa Wide Zone: o que é e como funciona?

Outro ponto, e para mim que é o mais importante é o elenco de apoio. Dos quatro QBs de topo, com facilidade Levis jogava no pior grupo. Não vou nem entrar em mérito da defesa, mas falando só do ataque é algo que destoa. Enquanto Stroud possuía uma belo grupo de recebedores, Levis depois de perder Wan’Dale Robinson não teve nenhum recebedor a altura para ajudá-lo.

Outro bom exemplo disso são a questão dos sacks. A linha ofensiva de Kentucky foi péssima durante todo o ano. Eis abaixo uma comparação com outros concorrentes e times em que o ataque funcionou bem como Oregon e Washington:

Oregon — 4 sacks em 12 jogos (0.33 por jogo )

Georgia — 7 sacks em 13 jogos (0.54 por jogo )

Washington — 7 sacks em 12 jogos (0.58 por jogo )

Ohio State — 8 sacks em 12 jogos (0.67 por jogo )

Florida — 12 sacks em 12 jogos (1.00 por jogo )

Alabama — 20 sacks em 12 jogos (1.67 por jogo )

Tennessee — 23 sacks em 12 jogos (1.92 por jogo )

Kentucky — 42 sacks em 12 jogos (3.50 por jogo )

A saga após o top-4

Depois do top 4, é basicamente balada depois das 3h da manhã, ninguém é de ninguém. Você pode acreditar, assim como eu que Hooker seja o QB5, mas depois disso é muito difícil ver a diferença entre os QBs restantes.

Hendon Hooker, Tennessee

Não fosse a lesão no final da temporada e a idade avançada, Hooker poderia até lutar por uma escolha no final da primeira rodada. Mas o esquema que ele rodava em Tennessee, apesar de ter maximizado seus números, ter colocado os Vols de volta a relevância nacional, chegando a sonhar com playoffs, é difícil de se traduzir para a NFL.

Seria Hendon Hooker o Joe Burrow do Draft de 2023?

Sendo assim, fica complicado projetar Hooker chegando na NFL e já jogando como titular na semana 1. Ele vai precisar de adaptação, e esse fato de ter que esperar ao menos um ano sendo lapidado que complica, uma vez que HOJE ele já é mais velho que Jalen Hurts, está em vias de renovar seu contrato com os Eagles.

The best of the rest…

Quando forem escolher o QB após Hooker, é melhor colocar os nomes numa bolsa e sortear um nome lá de dentro. Esse final de classe é bem sofrível. Resultado disso, foi que nos All Star Games (NFLPA Collegiate Bowl, Shrine Bowl e Senior Bowl), os QBs passaram longe de ser os destaques, fato visto até com placares mais magros nesses jogos.

Jake Haener de Fresno State conseguiu se desprender um pouco dos concorrentes no Senior Bowl. Assim como Dorian Thompson-Robinson no Shrine Bowl. Mas como dito anteriormente, mais por demérito dos concorrentes do que o fato deles significarem uma escolha segura.

Pitaco do Editor (Deivis Chiodini)

É uma classe que consegue ser subestimada e superestimada ao mesmo tempo. Gosto bastante dos dois primeiros, mas as dúvidas ao seu redor não podem ser negligenciadas. Contudo, por conta dessas dúvidas, algumas vezes são tratados como quarterbacks que não merecem uma chance alta, o que no meu entender é errado: tem muito talento em Stroud e Young.

Levis e Richardson são apostas e confio mais no potencial do segundo. Contundo, os 2 são boom or bust.

Top 5 Posicional

  1. C.J. Stroud, Ohio State;
  2. Bryce Young, Alabama;
  3. Will Levis, Kentucky;
  4. Anthony Richardson, Florida;
  5. Hendon Hooker, Tennessee;

Até a próxima

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