Como os Chiefs usaram o Draft para chegar ao Super Bowl?

by Alexandre Castro

Muito se engana quem pensa que o Draft serve como solução imediata. Times que escolhem bem, são aqueles que usam seu capital de draft para ter jogadores talentosos e poderem equilibrar as contas em outras posições. Quando você escolhe bem, normalmente você não precisa se desesperar na free agency, pode se dar ao luxo de fazer contratações pontuais e ainda conseguir picks compensatórias no processo. Além de ter munição para conseguir picks via troca.

Claro, é muito difícil executar esse plano na prática. Os Chiefs vem chegando próximo a isso e conseguiram montar um time competitivo, e mais difícil ainda, manter um time competitivo ano após ano ao redor do seu quarterback estrela. Dessa forma, sempre começam o ano como fortes candidatos a AFC, e dessa feita a conquistaram e chegaram a mais um SB.

Vamos entender o impacto dos últimos drafts no processo!

Draft de 2020

É claro que julgar hoje a pick de primeira rodada do Clyde Edwards-Helaire, é fácil, principalmente com Jonathan Taylor ainda disponível no board. No entanto, eles tentaram pegar um jogador que pudesse ser uma arma dinâmica/explosiva e ainda ajudasse no jogo aéreo. Seja por lesões ou por talento isso não deu certo.

No segundo round não tiveram sua escolha original, porque trocaram pelo Frank Clark. Amem ou odeiem, por mais sumido que seja durante a temporada regular vez ou outra, ele sempre aparece na postseason entregando 10.5 sacks nos anos em KC. Eles ainda escolheram na segunda rodada numa pick vinda dos Niners na troca pelo também EDGE, Dee Ford. Eles escolheram o ILB Willie Gay para um dos setores em que o time mais precisava de ajuda. Lesões e suspensões a parte, ele virou um titular da unidade.

Conseguiram na quarta rodada um DB titular em L’Jarius Sneed que além de sólido já conseguiu 12 turnovers na carreira. No dia 3 ainda conseguiram para rotação da DL o subestimado Mike Danna.

Percebam, com o capital de draft aqui conseguiram seu RB1 (para aquele ano), “50%” do seu EDGE1, seu ILB titular e mais um CB titular.

Draft de 2021

Depois de vencer os Niners no ano anterior, os Chiefs chegaram ao SB novamente. Infelizmente para o torcedor, o desfecho foi diferente dessa feita. Eles perderam para o “Tampa Brady” com Mahomes apanhando da DL dos Bucs mais que os Broncos no SB 48 (nota do editor: canalha citar esse jogo). Para tentar resolver o problema rapidamente, eles usaram de novo o draft.

Orlando Brown estava insatisfeito nos Ravens porque queria jogar como LT. Fato esse que não aconteceria após volta de lesão do titular Ronnie Stanley. Os Chiefs mandaram sua primeira, terceira e quarta rodadas pelo jogador e uma segunda rodada e fizeram dele seu LT. Com essa escolha eles pegaram Nick Bolton, jogador de muito potencial que eles alinharam ao lado de Gay para resolver o problema de LBs.

Ainda na segunda rodada, eles pegaram Creed Humphrey, que por mais que fosse um dos melhores center dos últimos anos, sobrou até a pick 63. Além de pegar o cargo titular, batendo facilmente o veterano Austin Blythe, ele ainda chegou a ser cogitado como OROY, mesmo sendo um iOL.

Chegando a escolha 226, no sexto round, eles escolheram o RG Trey Smith. Se você acompanhava o começo desse ciclo, sabia que Smith era cotado até para ser primeira rodada antes do ano começar. Ele teve bastante problema com lesão e seu stock caiu vertiginosamente. Como titular, ele fez uma excelente dupla com o também novato Humphrey.

Num resumo daqui, conseguiram nesse ano, seu LT, C, RG, ILB. É muito acerto para um draft só. Ainda trouxeram nesse ano, Noah Gray para ser reserva de Travis Kelce.

Draft de 2022

Eles não quiseram pagar a renovação inflacionada que o mercado de WRs estava demandando e trocaram o T. Hill para os Dolphins. Com essa escolha, eles subiram no draft para pegar Trent McDuffie que recuperado de lesão virou o LCB do time. Ainda na primeira rodada, escolheram George Karlaftis que virou EDGE no lado oposto a Frank Clark e com apenas 21 anos terminou a temporada com 6 sacks e 8 TFLs.

No segundo round escolheram o promissor Skyy Moore que apesar de não ter se destacado muito, reforçou o setor. Ainda na segunda rodada escolheram Bryan Cook que foi reserva imediato em casos de lesão e ainda desviou um passe que virou INT na final de conferência contra os Bengals.

Eles aproveitaram que Leo Chenal estava disponível no fim da terceira rodada e reforçaram novamente o grupo de LBs. Seguindo no dia 3, escolheram um prospecto de Universidade pequena, Joshua Williams que foi titular em 4 jogos, teve 1 INT e sete passes desviados na ausência de McDuffie. Na quinta rodada pegaram Darian Kinnard que pode ser o próximo RT do time.

Na sétima rodada, ainda conseguiram Jaylen Watson CB de WSU que foi titular em 6 jogos, teve uma INT retornada para 99 jardas. Não acaba por aí, eles conseguiram ainda Isiah Pacheco que virou RB1 a frente de RoJo e CEH.

Aqui temos como resumo: LCB, LDE,  além de 4 reservas imediatos que cumpriram as expectativas quando entraram.

E já tem Draft 2023 na conta

O draft nem aconteceu e os Chiefs já investiram seu capital. Kadarius Toney chegou em KC por uma terceira e sexta. O jogador que já vinha caminhando para receber a alcunha de bust após ter sido escolhido na primeira rodada. Os Chiefs compraram ele em baixa, e tem muito a ganhar já que ele se encaixa no esquema e foi só em KC que ele marcou seus primeiros TDs de sua carreira.

You may also like

1 comentário

Luis Eduardo 7 de fevereiro de 2023 - 10:45

Caramba. Excelente trabalho dos Chiefs, vão manter o time muito competitivo por longos anos.

Reply

Leave a Comment