Como fica a defesa dos Ravens sem Earl Thomas?

by Alexandre Castro

Durante a offseason passada, depois de uma saída conturbada e polêmica de Seattle, Thomas assinava com os Ravens. Depois de 10 meses do contrato de 55M, o safety não é mais um jogador de Baltimore. O desrespeito total a Pete Carroll ainda em Seattle era um prenúncio do que poderia acontecer.

Ele arrumou confusão com o iDL Brandon Williams, depois da vitória contra os Seahawks perdeu o voo e por conta disso, duas reuniões do time. No começo da offseason ele quase levou um tiro da esposa, perdeu reuniões porque “tinha que levar seu carro para lavar” e o ápice foi uma briga com o outro safety do elenco, Chuck Clark. Thomas foi em blitz quando deveria ficar na cobertura e cedeu um TD e Clark se irritou. ET3 não gostou e deu um soco no companheiro. Depois dessa atitude, os líderes do time exigiram o corte e ele veio.

Mesmo com todo esse extra-campo, é inegável o seu talento, sendo um dos melhores safeties da liga. Como fica a defesa dos Ravens agora?

O papel de Thomas na defesa

O safety esteve em uma das melhores defesas do século, jogando muitas vezes sozinho patrulhando o fundo do campo, em Seattle. Com a mudança para o time de Maryland, vimos ele fazendo coisas diferentes. Ele foi encarregado de mais tarefas no box, no slot, vindo como  edge e como slot cornerback, o que resultou nos primeiros sacks de sua carreira vindo apenas em Baltimore.

Sendo alvo apenas 14 vezes em 547 snaps de cobertura de acordo com o Pro Football Focus, Thomas permitiu apenas seis recepções e nenhum touchdown sob sua vista. Ele foi alvo três vezes na cobertura apenas em uma partida em 2019, quando Josh Allen lançou três passes na cobertura de Thomas, o que resultou em apenas uma recepção de quatro jardas. Grande respeito pelo seu currículo é notável aqui.

Deshon Eliott pode substituir a altura?

Não. A resposta é fácil, poucos safeties poderiam ser capazes de substituir um cara do calibre de Thomas a altura. Mas “é o que os Ravens tem para hoje”. Eliott foi draftado depois de seu único ano como titular em… Texas, a mesma Universidade de Thomas. Teve seis interceptações, 9  passes desviados e 3 fumbles forçados, lutando pelo prêmio de melhor DB daquele ano.

É óbvio que fica difícil avaliar o que ele pode fazer na liga, já que ele jogou apenas 40 snaps defensivos. Muito disso também, veio por conta da sua disponibilidade, no caso, a falta dela. Perdeu 26 dos 32 primeiros jogos de sua carreira. Elliott mostrou bom range, ball skills, tamanho e fisicalidade para possivelmente jogar no single-high e permitir que os Ravens continuem a utilizar os conceitos cover-1 e cover-3, que dependem de bom safety patrulhando o fundo do campo. Dessa forma, eles permitem que cornerbacks como Marlon Humphrey e Marcus Peters joguem com leverage externo e tenha suporte necessário do seu safety, se necessário.

Não vimos DeShon Elliott fazer isso com alguma consistência nos jogos, já que dos 40 snaps defensivos apenas 16 foram como deep safety. A habilidade de Elliott em campo não está em questão. Ele demonstra características em potencial para cumprir O PAPEL que Thomas fazia. Entenda que a função é uma coisa, a qualidade de quem a executava é outra e bem diferente.

Outras opções

Apesar de Eliott ter sido “definido” como o herdeiro da posição, as coisas não são tão simples. Outra saída é fazer com que Chuck Clark, jogue mais vezes como deep safety (teve pouco mais de 100 snaps na função em 2019). Mais isso impactaria na questão blitz, já que Clark foi o jogador que mais fez isso entre os safeties em 2019 (104 blitzes). Provavelmente Baltimore não deve confiar apenas em Eliott, Jimmy Smith ou Geno Stone e deve ir para o mercado. O FA Logan Ryan que ainda está disponível, diz que se vê como um safety e poderia ser uma opção. Vale salientar que os empresários dele trabalharam bem fazendo uma comparação dos seus stats em comparação aos outros da liga.

 

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