NFL
Em minha avaliação, J.K. Dobbins era o RB #1 no Draft de 2020. Sua combinação de força e velocidade é rara e traduz em números e vitórias para seu time. Em Ohio State, foram 3 anos de produção intensa, desde o início em seu ano de freshman, incluindo uma temporada de mais de 2000 jardas terrestres no ano passado!
Na maioria dos times que o draftasse esse ano, ele seria titular desde o primeiro dia de Training Camp e teria impacto imediato dentro de campo. Teria uma workload muito grande desde a semana 1 e seria uma certeza para concorrer fortemente ao prêmio de Rookie Ofensivo do Ano. Entretanto, Dobbins foi draftado pelo time com o melhor jogo corrido da NFL, e bem possivelmente, o melhor ataque da liga, possuindo o atual MVP (Lamar Jackson) e um corpo de running backs completo.
Ora, Mark Ingram liderou a equipe em corridas, mas teve apenas 202! Gus Edwards, mesmo sendo reserva de Ingram, acumulou mais de 700 jardas terrestres, em quase 150 carregadas. Justice Hill teve papel bem menor, atuando como 3rd down back em diversas oportunidades, e por fim, temos a nova face da NFL em Jackson, que registrou insanas 1206 jardas terrestres em apenas 176 carregadas.
A capacidade de Dobbins de mudar o jogo com suas big plays
Não se enganem com a aparência de “muscle hamster” do jovem running back, tampouco com suas 212 lbs ou mesmo com o fato de não ter corrido o 40 yard dash no Scouting Combine ou em seu Pro Day, a velocidade pura está lá. Ele é extremamente atlético e seu estilo de jogo mistura uma força incrível (stiff arm, jardas depois do contato, equilíbrio para resistir aos primeiros impactos) com uma velocidade objetiva e pontual. Dobbins é um running back de um corte. Sua game speed é o que lhe separa dos demais quando assistimos sua tape. Sua capacidade de, com paciência, localizar o buraco designado e explodir para o open field é algo que não era visto há muito tempo em Ohio State.
Assim, as melhores jogadas de sua carreira são todas corridas longas de 60, 70 jardas em que resistia ao primeiro contato realizado pela defesa e arrancava repentinamente em uma faixa do campo que, em um primeiro momento parecia toda coberta por defensores, mas rapidamente todos estes perdiam seus ângulos de aproximação e viam Dobbins percorrer todo o campo até alcançar a endzone. Um ótimo exemplo dessa explosividade do talentoso running back é o seu touchdown de 68 jardas contra Clemson na semifinal do College Playoffs, no qual o conhecido roteiro se repete: um defensor tem a chance de derrubá-lo, ele resiste ao contato e explode com velocidade e first step incríveis por uma faixa que se abre no campo, impedindo que qualquer DB consiga alcançá-lo.
Essa capacidade de big plays de Dobbins continuará viva, não só devido a seu talento nato, mas também devido ao esquema de jogo corrido implantado por Greg Roman em Baltimore. Com uma intensa utilização de motions e com a constante ameaça de corridas desenhadas para Jackson, esse ataque terrestre, por meio de suas outside zones, dará a Dobbins as chamadas “corridas de um corte” de que precisa para fazer estrago nas defesas adversárias.
A posição de Dobbins no depth chart dos Ravens
Como já mencionado, o ataque dos Ravens já possui muitas bocas para alimentar em seu jogo terrestre. Três jogadores tiveram no mínimo 130 carregadas. O running back titular é sem dúvidas Mark Ingram, que vem de uma temporada com mais de 1000 jardas terrestres, 5 jardas por carregada e 15 TDs e o reserva imediato é Gus Edwards. Mas mesmo assim, isso não quer dizer que Dobbins não conseguirá lutar de igual para igual por seu espaço e pelo número de reps, seja no Training Camp, seja durante a temporada.
Primeiro, Ingram já é um veterano e apesar de ter tido uma ótima primeira temporada em Baltimore, ele completará 31 anos e, como todos sabemos, já se encontra na fase final de sua carreira pelo fato de ser um running back. As lesões que sofreu durante toda sua carreira já começam a fazer a diferença e como a NFL é um negócio, a primeira chance que o front office dos Ravens tiver, se desfazerá dele.
Segundo, Dobbins simplesmente é melhor e mais talentoso que Edwards e Hill. Este só viu o campo na temporada cumprindo o papel de 3rd down back e aquele, apesar de cumprir importante papel como reserva imediato de Ingram e também um papel de “closer” no fim dos jogos, não contribui no jogo aéreo, tampouco em bloqueios.
Dobbins é completo. É o chamado three down back pois contribui em todas as facetas do ataque e pode estar em campo a todo momento. Por mais que em toda sua carreira em Ohio State, tenha acumulado apenas 71 recepções, isso se deu pelo estilo de ataque orquestrado em Columbus. Em suas poucas participações no jogo aéreo, demonstrou ótimas mãos e ótima visão para ser bem-sucedido em screens.
Por ser esse incrível talento, não é difícil de acreditar que em 2021 ele já ocupe o papel principal no backfield de Baltimore ao lado de Lamar, aterrorizando as defesas da NFL.
Continuando a série que deu início com o WR Courtland Sutton, hoje voltaremos no primeiro guia do Draft do OTC para analisarmos o iDL Maurice Hurst, draftado pelos Raiders na quinta rodada de 2018. Nossa nota final para ele era de primeira rodada e foi o primeiro grande steal da era On The Clock, pois muitos deixaram de escolhê-lo por ele possuir um problema no coração e isso causou um certo receio de ele não conseguir entrar em campo como profissional. Entrando em sua temporada, Hurst ainda não teve nenhum problema quanto a isso e hoje é uma peça fundamental para a linha defensiva dos Raiders.
Hurst foi escolhido na quinta rodada e para nós foi o grande steal do Draft, porém os Raiders o trataram como uma escolha de quinta rodada e mesmo tendo mostrado claramente ser superior a PJ Hall (2a rodada daquele mesmo Draft), os Raiders continuavam a priorizar Hall, até que ele se lesionou e Hurst assumiu. E nunca mais saiu.
Habilidade atlética
O que escrevemos na época: Hurst possui altura sólida e peso abaixo do ideal para a sua posição. Exibe muito boa habilidade atlética e mostra muito boa agilidade lateral, explosão e equilíbrio.
O que aconteceu: Obviamente sua altura não podia ser feito muita coisa a respeito e seu peso se manteve estável em relação ao que apresentou no Combine (292 libras). Seu atleticismo traduziu bem para a liga e a explosão foi sua principal qualidade.
Processamento mental
O que escrevemos na época: Jogador inteligentíssimo e consegue processar o que está acontecendo rapidamente, conseguindo identificar screens imediatamente e fazer stunts com timing perfeito. Exibe alta competitividade perseguindo adversários mesmo quando teoricamente estão longe do seu alcance. Não para até o apito final.
O que aconteceu: Jogador com uma intensidade invejável e com muita inteligência. Absolutamente tudo o que descrevemos no seu report se traduziu como profissional.
— ALL22_OTC (@All22O) August 26, 2020
Explosão
O que escrevemos na época: Os três primeiros passos de Hurst são fantásticos. Sua explosão é elite e consegue estressar a OL tanto contra a corrida quanto contra o passe.
O que aconteceu: Sua principal característica como prospecto também se manteve como profissional. Explosão dele segue sendo de elite com muita capacidade de estressar verticalmente.
— ALL22_OTC (@All22O) August 26, 2020
Uso das Mãos
O que escrevemos na época: Possui bons rip e swim moves que usa bem principalmente no pass rush. No jogo corrido, precisa manter a integridade melhor usando as suas mãos por dentro.
O que aconteceu: Hurst evoluiu nesse quesito e adicionou mais movimentos em seu arsenal. Segue tendo mãos rápidas e firmes que o colocam em boa posição para parar a jogada.
— ALL22_OTC (@All22O) August 26, 2020
Pass Rush
O que escrevemos na época: Possui planos de pass rush e movimentos para variar o ataque. Exibe habilidade para fechar no QB usando principalmente sua velocidade. Hurst vence alinhando em 3 ou 4 technique.
O que aconteceu: Apesar de ter tido apenas 3.5 sacks em 2019, Hurst foi responsável por 38 pressões em apenas 355 tentativas. Jogador com muita capacidade de colapsar o pocket de maneiras diferentes, inclusive na jogada abaixo vemos o seu bend que para um inside defensive lineman é excelente.
Highest pass-rushing grades among DI from Week 9 to 17:
1. Aaron Donald: 92.2
2. Kenny Clark: 90.6
3. Chris Jones: 85.3
4. Maurice Hurst: 83.1
5. Grady Jarrett: 82.4The Raiders need a big Year 3 from Hurst, and I think there's a good chance it's coming.
— Ben Linsey (@PFF_Linsey) May 15, 2020
— ALL22_OTC (@All22O) August 26, 2020
vs Corrida
O que escrevemos na época: Hurst é um jogador que gosta de invadir o backfield adversário alinhado como 3-technique, porém algumas vezes ele se compromete demais e dá overrun no RB, deixando o seu gap exposto.
O que aconteceu: Teve 15 run stops em 2019, número apenas mediano para a sua posição e hoje acaba sendo o grande ponto de interrogação do seu jogo, apesar de ter pontos positivos.
— ALL22_OTC (@All22O) August 27, 2020
Leverage
O que escrevemos na época: Joga com o pad bem baixo mostrando que possui um leverage muito bom e consegue manter esse leverage, raramente sendo empurrado para trás e conseguindo penetrar no backfield com frequência mantendo os pés ativos durante o bloqueio.
O que aconteceu: Já vimos em algumas jogadas separadas aqui que conseguiu mostrar bend e ótimo leverage. Ainda precisa pensar identificar melhor o jogo terrestre e ancorar para este tipo de jogada ao invés de ser agressivo demais e perder o running back por conta disso.
O torcedor do New England Patriots vive um ano bem diferente em comparação as últimas temporadas. Após ver seu maior ídolo, Tom Brady, sair na offseason em direção à Florida, a torcida sofreu também com a saída de outros jogadores importantes do elenco.
A defesa novamente foi o setor que mais teve perdas durante a free agency. Kyle Van Noy, Jamie Collins, Danny Shelton, Duron Harmon e Elandon Roberts partiram de Foxbor. Com pouco espaço no salary cap, Bill Belichick recorreu ao Draft para substituir seus antigos titulares.
Escolha de segunda rodada, o linebacker Josh Uche foi o segundo jogador escolhido por New England no Draft. Uche é um Senior que durante seus anos em Michigan jogou 26 partidas, com 52 tackles, 15 sacks e 3 fumbles forçados.
Logo após o Draft muitas pessoas começaram a se perguntar seria o ex Wolverines o substituto de Kyle Van Noy? Bom, a resposta é que não, Josh Uche não deve ser o substituto que vai ocupar o lugar do antigo camisa 53 dos Patriots. Quem vai cumprir esse papel na defesa será outro jogador selecionado pela equipe no Draft, Anfernee Jennings. O ex-Alabama além de ter um físico parecido com Van Noy (6’2 e 256 lbs), teve um papel semelhante na defesa de Nick Saban.
Jennings atuou como edge e teve mais destaque na contenção do jogo corrido, aproveitando seu bom uso das mãos e do seus longos braços para selar a lateral. O ex Bama também foi usado, com menos frequência, dropando em zonas curtas nas laterais do campo.
All three Patriots picks so far tonight went to the senior bowl, all three scouted & described as “physical and versatile.”
Not hard to see how the Patriots draft. Jennings & Uche combined for 16.5 sacks last year.
Patriots making defense a priority. pic.twitter.com/OuLlMusLqs
— Jordan Moore (@iJordanMoore) April 25, 2020
Como não é tão grande para ocupar dois gaps e jogar mais por dentro da linha, Jennings deve ser usado na ponta da linha, com a mão no chão como um defensive end ou em pé como outside linebacker, função exercida anteriormente por Van Noy. Mesmo sem um atleticismo e um bend de elite, Jennings será muito importante para fazer o trabalho sujo na defesa. De começo, terá menos snaps e deve ficar no banco para Simon e Winovich, mas com o decorrer da temporada, o calouro vai ganhar mais experiência e tempo de jogo.
Não deve ter muito problemas para se adaptar ao esquema defensivo, já que New England joga de maneira parecida com Alabama.
Já Josh Uche, irá cumprir o papel de Jamie Collins. Com 6’1 e 245 lbs, Uche é um jogador mais atlético e versátil do que Jennings. No seu último ano no college virou titular e teve muitos snaps, atuando em várias posições na defesa. Por conta disso, muitos analistas discutiam para definir se o jogador era um edge ou linebacker.
6'2" 240 lbs. 4.6 40 yd dash.
Meet Josh Uche, the latest addition to the Patriots defense pic.twitter.com/6BPiDnf6ip
— Brendan Duggan (@SidelineDuggs) April 25, 2020
Por conta dessa versatilidade, chamou atenção por fazer qualquer função na defesa, seja no pass rusher como edge rusher, como linebacker em blitz ou marcando em zona e homem a homem. Segundo o Pro Football Focus, Jamie Collins teve em 2019, 337 snaps como edge e 439 como linebacker dentro do box. Por conta disso, foi aproveitado para confundir os ataques adversários que ficavam na dúvida se o jogador iria atacar o QB ou marcar o passe.
E é dessa maneira que o head coach dos Patriots deve usar Uche, como uma imitação do que Collins fazia no ano passado. Uche será um LB que vai alinhar em diferentes posições de acordo com a formação e a situação do jogo. Seja de edge ou linebacker, o fator versatilidade é uma das coisas que mais deve ser explorado. A falta de ball skills é uma coisa que preocupa, já que não forçou tantos fumbles e nem fez nenhuma interceptação na carreira universitária.
Michigan’s Josh Uche locking down Purdue’s Brycen Hopkins🔒 pic.twitter.com/Zk3Iwr9t78
— PFF College (@PFF_College) January 22, 2020
Vejo ainda num futuro não muito distante, Uche fazendo a mesma transição que Hightower fez, atuando mais como linebacker por trás da linha de scrimmage. Mas ainda há um longo caminho até isso e tudo vai depender do desenvolvimento do calouro.
Mas o ponto é: Jennings é quem deve fazer o papel de Van Noy na defesa e Uche o lugar de Collins. Por conta da pandemia do coronavírus e dos buracos no elenco, fato é que ambos devem ter mais snaps do que Bill Belichick projetava.
No domingo (26), Jamal Adams foi trocado para Seattle junto com uma escolha de quarta rodada de 2022 por duas escolhas de primeira rodada, uma terceira rodada de 2021, além do safety Bradley McDougald. Com o valor elevado, muitos se questionaram se Seattle fez o certo de buscar o safety All Pro para reforçar a defesa pagando tudo o que pagou, mas como nós sabemos que o ideal de analisar uma troca é depois de alguns anos, fomos atrás das últimas trocas que envolveram duas escolhas de primeira rodada para ver se o valor pago compensou.
Khalil Mack
Las Vegas Raiders enviam Khalil Mack, segunda rodada de 2020 (TE Cole Kmet), sétima rodada de 2020 (Arlington Hambright) para Chicago Bears por primeira rodada de 2019 (RB Josh Jacobs), primeira rodada de 2020 (CB Damon Arnette), terceira rodada de 2020 (WR Bryan Edwards) e sexta rodada de 2019 (usado em um trade up para a quinta rodada que também foi trocado posteriormente).
Três jogadores nesse acordo ainda não entraram em campo, mas acredito já ser possível conseguir analisar de forma mais clara dois anos após a troca. Os Raiders na época receberam uma enxurrada de críticas por trocar Defensive Player of The Year de 2016 por um valor que chegou a ser considerado pequeno, principalmente porque se esperava que os Bears fossem aos playoffs nos anos seguintes por possuir um time bastante forte e um quarterback que gerava uma certa esperança na torcida (engraçado ler isso hoje, mas na época era verdade).
Apesar de ter jogado apenas uma temporada, Josh Jacobs mostrou potencial para ser um RB top-10 na liga logo de cara e brigou para ser o Offensive Rookie of the Year, mas esbarrou com Kyler Murray e acabou ficando sem o prêmio. Mesmo com todas as críticas de se escolher running back alto no Draft não podemos ignorar que a escolha acabou sendo positiva e certamente ajudará a franquia nos anos seguintes. Já Damon Arnette foi considerado um reach por nós e os Raiders poderiam ter aproveitado melhor o valor da escolha 19 geral. O wide receiver Bryan Edwards é adorado por alguns analistas por conta da sua fisicalidade mas seus problemas em rastrear a bola e se ajustar devidamente a ela nos fazem duvidar da escolha, apesar de tudo isso, Edwards ainda pode produzir bastante se tiver um alto volume de targets, algo que é possível dado que o atual grupo de recebedores ainda é fraco e Henry Ruggs talvez não precise de muitos targets para produzir.
Khalil Mack teve um ano decepcionante em 2019 mas mesmo assim ainda é um dos principais edge rushers da liga, soma-se a isso que ainda recebeu o tight end Cole Kmet para completar o negócio e me parece fácil de decidir o lado favorável para os Bears.
Vencedor da troca: Chicago Bears.
Jalen Ramsey
Jacksonvile Jaguars enviam Jalen Ramsey para Los Angeles Rams por primeira rodada de 2020 (K’Lavon Chaisson), primeira rodada de 2021 e quarta rodada de 2021.
Depois de literalmente chegar no training camp de 2019 em um carro-forte pedindo para ser pago, os Jaguars resolveram trocar o cornerback estrela para Los Angeles em outubro por duas escolhas de primeira rodada e outra de quarta. Em Los Angeles, Ramsey não conseguiu manter o nível que já era padrão em Jacksonville e não foi um cornerback top-5 em 2019 e se quiser discutir, talvez não merecesse sequer top-10, embora não tenha ficado muito distante disso.
Outro fator bastante preocupante é que Ramsey ainda não foi pago e pode ser que cause problemas para os Rams em um futuro bastante próximo. Com a redução do salary cap confirmado em 2021, será difícil de fazer com que o cornerback se adeque à nova realidade e o mais provável de acontecer é que vejamos Ramsey fazendo patacoada (embora extremamente engraçada) semelhante como a da foto acima.
Sinceramente, ainda não vejo os Jaguars arrependidos de fazer essa troca, talvez arrependidos de terem errado em outros momentos para não ter um time competitivo suficiente que compensasse manter o jogador, mas como a análise é dessa troca exclusivamente, acredito estarem satisfeitos com o valor retornado. Já os Rams começam a suar frio ao pensar na possibilidade de perder o jogador em um futuro breve de graça ou por um valor muito menor do que o investido.
Vencedor da troca: inconclusivo.
Laremy Tunsil
Miami Dolphins enviam OT Laremy Tunsil, WR Kenny Stills, quarta rodada de 2020 (CB John Reid) e sexta rodada de 2021 para Houston Texans por primeira rodada de 2020 (CB Noah Igbinoghene), primeira rodada de 2021, segunda rodada de 2021, CB Johnson Bademosi, OT Julien Davenport.
Tunsil é um offensive tackle que possui pedigree de ter sido escolhido no topo do Draft e poderia até mesmo ter sido escolhido antes caso não tivesse tido problemas com drogas recreativas e filmado o momento de seu relaxamento. Com apenas um sack cedido na temporada, Tunsil trouxe uma certa tranquilidade na posição para os Texans, mas a linha ofensiva ainda precisa melhorar mais para ser considerada sólida. Além da troca, os Texans já renovaram contrato com o left tackle fazendo com que o jogador fosse o mais bem pago da posição por 4 milhões a mais na frente do segundo offensive tackle mais bem pago (Lane Johnson). Tudo isso nessa troca do Tunsil grita exagero. O draft capital e o dinheiro foram acima do que deveriam ter sido. Que bom para os Dolphins que ainda possuem duas escolhas com alto valor de draft capital em 2021.
Vencedor da troca: Dolphins.
Bônus
Minkah Fitzpatrick
Miami Dolphins enviam S Minkah Fitzpatrick, quarta rodada de 2020 (iOL Kevin Dotson) e sétima rodada de 2021 para Pittsburgh Steelers por uma primeira rodada de 2020 (Austin Jackson), quinta rodada de 2020 (EDGE Jason Strowbridge) e sexta rodada de 2021.
Apesar de não envolver múltiplas primeiras rodadas, quis adicioná-la na lista porque foi bastante comentada ano passado. Muito criticada no momento pelo fato dos Steelers estarem com um recorde negativo, sem quarterback e correrem o risco de gastar uma escolha top-10 por Minkah Fitzpatrick. Felizmente, desse mal eu não sofro e elogiei a troca no momento que aconteceu, pois sabia que Minkah era um jogador muito acima da média e teria sido o melhor safety de 2020 caso essa fosse sua classe. Nos Steelers, Fitzpatrick pareceu uma estrela em ascensão transformando completamente a secundária de Pittsburgh em poucas semanas. Com 7 turnovers gerados na temporada, a torcida dos Steelers está extremamente satisfeita com a troca. Olhando pelo lado de Miami, os Dolphins ficaram com o OT Austin Jackson e o EDGE Jason Strowbridge, que apesar de não terem sequer jogado na NFL, eu duvido muito que cheguem no nível de impacto do safety.
Vencedor da troca: Steelers.
Esse post é uma continuação da parte 1, clique aqui para ver as primeiras 16 escolhas.
17 – New York Giants – Dexter Lawrence – DT – Clemson
Lawrence era visto como um excelente run stuffer mas com alguns problemas no pass rush. Sua temporada apressando o passador foi melhor do que esperado, mas também não foi tão espetacular. Sua defesa contra o jogo terrestre foi de fato, excelente. A temporada de forma geral é positiva e esperançosa para o restante da carreira de Lawrence.
18 – Minnesota Vikings – Garrett Bradbury- C – NC State
O center Garrett Bradbury teve alguns momentos ruins no começo da temporada que fizeram com que alguns torcedores dos Vikings duvidassem, mas como acontece com quase todo novato, esses momentos são normais e fazem parte do processo de adaptação para a NFL. Hoje, a posição de center parece estar bastante consolidada para o presente e o futuro para os Vikings.
19 – Tennessee Titans – Jeffery Simmons – IDL – Mississippi State
Jeffery Simmons caiu no Draft por conta de sua lesão. Chegou a se pensar que o defensive lineman ficaria de fora da temporada completa de 2019, porém, ele retornou no meio da temporada para provar que era sim um prospecto de primeira rodada mesmo com a lesão. Simmons foi muito bem no jogo terrestre e mostrou alguns flashes bem promissores contra o jogo aéreo. A torcida dos Titans certamente está satisfeita com a escolha de first round.
20 – Denver Broncos – Noah Fant – TE – Iowa
Noah Fant teve um começo de carreira complicado com alguns jogos marcados por drops, principalmente de jogos em primetime o que sempre aumenta desproporcionalmente o tamanho do jogo e os hot takes correm solto por aí. Na segunda metade da temporada, Noah Fant mostrou ser o melhor tight end da classe e um potencial muito grande com o quarterback novato Drew Lock.
21 – Green Bay Packers – Darnell Savage – S – Maryland
Savage por algum tempo foi candidato como DROY, obviamente que perdeu forças depois da fantástica temporada de Nick Bosa, mas Savage foi muito bom durante toda a temporada na cobertura aérea, apesar de ter apenas 2 interceptações. No momento da escolha, achei que tinha sido um pouco de reach para os Packers, embora gostava bastante do Savage, mas a temporada dele provou que os Packers estavam certos em tê-lo como first rounder.
22 – Philadelphia Eagles – Andre Dillard – OT – Washington State
Andre Dillard jogou apenas 4 partidas como titular, sendo uma dessas como right tackle. Como não estava acostumado a jogar do lado direito, essa sua partida foi tão ruim que foi sacado durante a partida. Do lado esquerdo, mostrou muito mais valor e deve ser o left tackle de 2020 em diante. Jason Peters já adiantou que pretende voltar para mais uma temporada, mas com 38 anos, é hora dos Eagles seguirem adiante com o novo left tackle.
23 – Houston Texans – Tytus Howard – OT – Alabama State
A escolha de Tytus Howard pareceu um movimento de desespero dos Texans após a escolha de Dillard na pick anterior. Acontece que a temporada dele na proteção para o passe foi bem positiva, pois Howard mostrou muita evolução jogo após jogo. Mesmo tendo achado uma das piores escolhas da primeira rodada do Draft, preciso dar o braço a torcer que estava errado e Howard foi melhor do que imaginava. Apesar do saldo positivo, ainda precisa melhorar muito no jogo terrestre.
24 – Oakland Raiders – Josh Jacobs – RB – Alabama
Foi uma das principais armas ofensivas dos Raiders já como novato e briga forte pelo prêmio de offensive rookie of the year. Jacobs bateu 1.150 jardas terrestres em apenas 13 jogos, além de ter marcado 7 touchdowns. De todas as primeiras escolhas dos Raiders, Jacobs foi a única que se pagou até agora.
25 – Baltimore Ravens – Marquise Brown – WR – Oklahoma
Hollywood Brown não teve tantas jardas aéreas, mas os 7 touchdowns na temporada deixam claro que ele foi bastante produtivo na temporada. As grandes preocupações durante o processo pré-Draft sobre o seu baixo peso não foram relevantes durante a sua primeira temporada.
26 – Washington Redskins – Montez Sweat – EDGE – Mississippi State
Os Redskins subiram para garantir o seu edge rusher. O trade up se pagou e os 7 sacks da temporada são suficientes para imaginar uma possível dupla com Chase Young e imaginar virar uma das melhores duplas jovens de pass rushers da liga.
27 – Oakland Raiders – Johnathan Abram – S – Mississippi State
Se machucou no início da temporada.
28 – Los Angeles Chargers – Jerry Tillery – DT – Notre Dame
Tillery foi uma das maiores decepções da primeira rodada. Apesar dos dois sacks na temporada, foi um dos piores defensive tackles de toda a NFL contra o jogo terrestre. Terá que evoluir muito para se pagar como uma escolha de first round, algo que parece improvável de acontecer depois do que foi visto em 2019.
29 – Seattle Seahawks – LJ Collier – EDGE – TCU
Collier foi a minha escolha de pior primeira rodada de 2019 logo após o evento acabar e sabendo o que aconteceu nesta temporada, eu novamente escolheria ele para esse “prêmio”. Collier jogou pouquíssimos snaps durante a temporada (apenas 14% dos snaps defensivos) e ficou inativo em várias partidas, mostrando que estava bem longe de ser um jogador que poderia ajudar em 2019. Sem nenhum sack e nenhum tackle for loss, Collier começou a carreira de primeira rodada da pior forma possível.
30 – New York Giants – DeAndre Baker – CB – Georgia
Baker não teve uma boa temporada como se esperava. Sem nenhuma interceptação na temporada, Baker também cedeu muitos touchdowns e recepções, mas no final da temporada mostrou mais flashes e mais consistência. Ainda há esperança que ele continue evoluindo para 2020 e possa ser um dos cornerbacks titulares para o futuro.
31 – Atlanta Falcons – Kaleb McGary – OT – Washington
A temporada de McGary foi de mais baixos do que altos. Foram 13 sacks permitidos em 2019 e o trabalho no jogo terrestre também não foi dos melhores. Apesar de tudo isso, é discutível que a temporada de McGary foi a melhor de toda a classe de novatos dos Falcons, o que mostra quão ruim o Draft foi.
32 – New England Patriots – N’Keal Harry – WR – Arizona State
N’Keal Harry passou boa parte da temporada lesionado, mas nas poucas partidas que participou ainda se mostrou um jogador em desenvolvimento. Com tanto wide receiver novato se destacando em 2019, o gosto da temporada de Harry fica bem amargo na boca da torcida dos Patriots, mas tem toda o potencial para dar a volta por cima em 2020.
Começamos hoje uma nova série, falando das necessidades dos times já eliminados na temporada. Claro que tudo isso será revisto após o free agency, mas é uma base do que os times buscarão.
Iniciamos pela AFC North!
Cincinnati Bengals (6-10)
A franquia de Ohio terminou o ano de uma forma decepcionante, após um início promissor e, com a campanha de 6-10, ficou com a última posição da AFC North, tendo a décima primeira escolha geral no Draft. Na free agency, a equipe terá o offensive tackle Bobby Hart e o guard Alex Redmond em fim de contrato. Além deles, os tight ends C.J. Uzomah e Tyler Eifert se encontrarão sem vínculo. Preston Brown, Vincent Rey e Michael Johnson são veteranos que devem dar adeus.
Com a demissão de Marvin Lewis, espera-se uma mudança de cultura em Cincy. A defesa está entre as piores da liga na maioria dos quesitos. A secundária ficou exposta e carece de talento na posição de cornerback. O grupo de linebackers é horrível. O corpo de recebedores merece atenção, já que A.J. Green está na casa dos trinta anos e John Ross ainda não se pagou. A linha ofensiva precisa de reforço e um offensive tackle pode ser a pedida.
Com a décima primeira escolha do primeiro round,o wide receiver DK Metcalf (Ole Miss) bem como o OT Yodny Cajuste (West Virginia) podem ser nomes ouvidos. O cornerback Byron Murphy, de Washington, pode ser a adição necessária a essa secundária. Outro cornerback sob o radar da franquia é DeAndre Baker, de Georgia.
Cleveland Browns (7-8-1)
O Cleveland Browns teve sua melhor temporada desde 2007, obtendo o recorde de 7-8-1 e galgando a terceira colocação na AFC North, recebendo a décima sétima escolha geral. Os wide receivers Breshad Perriman e Rashard Higgins e o safety Briean Boddy-Calhoun estão no final de seu vínculo com a franquia.
Cleveland pode agregar força no miolo de sua linha defensiva que não foi dominante nesta temporada como o esperado atacando o quarterback e parando o jogo terrestre. O corpo de recebedores pode ser melhorado, dando mais armas a Baker Mayfield. O time também tem problemas na proteção na esquerda, onde um novo left tackle se faz necessário.
Bons nomes em sua escolha 17 podem ser o interior defensive lineman Christian Wilkins (Clemson), o offensive tackle David Edwards (Wisconsin) ou wide receiver Riley Ridley (Georgia).
Pittsburgh Steelers (9-6-1)
Os Steelers tiveram uma temporada com bruscas oscilações, encerrando-a com uma amarga campanha de 9-6-1 na segunda posição da AFC North, ficando fora dos playoffs e recebendo a vigésima escolha geral do Draft. Na free agency, o time encontrará o guard Ramon Foster e o cornerback Coty Sensabaugh em fim de contrato. Além disso, as novelas Le’Veon Bell e Antonio Brown seguem sem resolução.
A secundária como um todo de Pittsburgh foi o calcanhar de Aquiles do time, com jogos bisonhos e constantes erros de cobertura. O grupo de linebackers é fraco e sofre desde a lesão de Ryan Shazier.
O safety Deionte Thompson possui o pedigree de Alabama e ajudaria a secundária a entrar nos trilhos. Devin White, de LSU é um ótimo linebacker e pode suprir o problema do time. DeAndre Baker, cornerback de Georgia, pode estar disponível, o que seria uma boa adição.
Baltimore Ravens (10-6)
A equipe de Maryland teve uma injeção de ânimo com a entrada de Lamar Jackson e marchou para a primeira posição da AFC North, com campanha 10-6. Nos playoffs, o time caiu no wild card para os Los Angeles Chargers, ficando com a vigésima segunda escolha geral do Draft. A franquia enfrentará uma longa free agency, uma vez que a dupla de linebackers CJ Mosley e Patrick Onwuasor bem como os dois principais edges Terrell Suggs e Za’Daryus Smith ficarão sem contrato. O center Matt Skura e do wide receiver John Brown também ficarão sem vínculo.
A franquia deve aproveitar a ampla classe de edge para planejar o futuro do time, já que Suggs tem 36 anos e deve entrar em declínio logo menos. A posição de safety está sobre o radar, já que Eric Weddle teve uma das piores temporadas da carreira. O corpo de recebedores ainda não inspira confiança, tendo alguns raros momentos de sucesso.
O edge Brian Burns, de Florida State, pode ser uma boa pedida aqui. O wide receiver N’Keal Harry, de Arizona State, pode ser um novo aliado no jogo aéreo.
Chegamos no meio da temporada e já estamos com muito tape para ser analisado sobre os novatos. Muitas surpresas, decepções e alguns times já pensando no próximo draft. Com isso, já estamos pensando nos prêmios dados aos melhores novatos da temporada. Como ainda falta pouco mais da metade da temporada regular, vamos aos prêmios até aqui.
DROY: Darius Leonard
Eu sei que Minkah Fitzpatrick está jogando muito bem, eu sei que Bradley Chubb já tem 7 sacks na temporada e que Derwin James tomou conta da forte defesa dos Chargers, mas Darius Leonard está sendo um absurdo na temporada. Leonard já possui 88 tackles(lidera a NFL), 4 sacks, 2 passes desviados e 3 fumbles forçados(empatado com Kiko Alonso em linebackers off-ball).
Leonard tem sido um dos melhores jogadores em geral na NFL nessa temporada e está cada vez mais confiante no seu jogo fazendo jogadas no campo inteiro. Um pouco de contexto para a jogada abaixo: É o último período, 5 minutos no relógio com os Raiders atrás por 7 pontos. Em uma inside zone run, Leonard identifica o gap que precisa ficar responsável e se move lateralmente enquanto não tira os olhos do running back no backfield. O running back fica frente a frente com Leonard e o linebacker sabendo que o jogo está por uma campanha para empatar vai na jugular de Doug Martin para forçar o fumble. Um turnover que exigiu uma disciplina de gap, processamento e força mental para fazer esse tipo de jogada em um momento crítico da partida.
Darius Leonard com 2 meses de NFL já está fazendo jogadas para vencer partidas. Ele é o presente e o futuro da defesa dos Colts.
OROY: Saquon Barkley
Barkley é como um pedaço de madeira que a torcida dos Giants está se agarrando antes de ser levado pela correnteza. O running back tem sido um ponto brilhante na temporada e com apenas oito jogos, já passou das mil jardas de scrimmage. Barkley segue mostrando alguns defeitos que tinha no College de querer tirar uma corrida longa a todo momento ao invés de aceitar o que a defesa está lhe dando, mas quase toda partida ele consegue uma big play. O seu atleticismo permite esse tipo de coisa, o touchdown contra os Panthers na semana 5 foi de uma dificuldade altíssima e poucas pessoas falaram dessa jogada. Provavelmente há 2 ou 3 running backs na liga que fariam esse tipo de jogada.
Novato que mais decepcionou: Vita Vea
Vea se lesionou e ficou fora de grande parte da temporada regular. Com isso, é um pouco injusto com ele já ser tão cobrado, mas quando jogou, Vea teve apenas 3 tackles e deixou muito a desejar no jogo corrido que seria uma força quando Tampa o draftou. Ainda é muito cedo para chamar de bust, mas a torcida já não está com a mesma boa vontade que estava quando o draftou.
Previsão para a segunda metade da temporada
Breakout player: Courtland Sutton
Com a troca de Demaryius Thomas para os Texans, abriu uma chance para receber mais targets no ataque de Denver. Sobre o Sutton, no guia do OTC, nós falamos:
“Sutton é um dos poucos WRs nessa classe que podem fazer o receiver X no playbook. Jogador alto, muito atlético e que ainda consegue produzir jardas após o contato. Além do mais, será uma arma na redzone por conta de sua envergadura e catch radius.”
Na jogada abaixo, Sutton mostra que pode sim confirmar tudo isso que falamos dele no guia.
Jogador subestimado: Donte Jackson
Donte Jackson tem sido uma surpresa extremamente positiva. Nós do OTC não tínhamos ele alto na nossa board pois nos preocupávamos muito com o seu peso para a NFL. Jackson tem mostrado que isso não é um problema e mudou o patamar da secundária dos Panthers com a sua chegada. Com mais jogos nas suas costas, Jackson entrará para brigar com Denzel Ward e Jaire Alexander pelo prêmio de melhor cornerback novato da liga e ele não está muito longe.