NFL
A classe de 2020 mostra-se extremamente produtiva e participativa no sucesso e nos pontos fortes dos times ao redor da liga. Cada semana que passa um novo calouro passa a contribuir mais e mais com sua equipe e dificulta o trabalho dos analistas e colunistas na hora de listar alguns dos grandes destaques da temporada até agora. O desejo é fazer uma lista com 25 nomes, entretanto, aqui traremos 6 jogadores de ambos os lados da bola que vem fazendo muita diferença em seus respectivos times e deixando a NFL de sobreaviso.
Joe Burrow, QB, Cincinnati Bengals
A primeira escolha do Draft desse ano vem alcançando as expectativas totalmente. Demonstra uma compostura e um poise dentro do pocket digno de veteranos de 10 anos na liga. Lançou mais que 35 bolas em todos os jogos (incluindo 61 passes contra Cleveland!), tem 7 TDs no total e apenas 2 INTs, mais de 65% de passes completos, já possui um incrível entrosamento com Tyler Boyd (uma dupla para ficar de olho) e executa todos os tipos de lançamentos possíveis e existentes, ah, e detalhe, tudo isso foi conquistado jogando atrás de uma linha ofensiva praticamente inexistente. O jovem QB está a caminho de se tornar um astro da liga e mantendo esse ritmo será o Calouro Ofensivo da temporada.
CeeDee Lamb, WR, Dallas Cowboys
É o melhor receiver calouro até o momento. Não só pelos números e a consistência que os vem apresentando (pelo menos 5 recepções em todos os jogos) mas pelo fato de já ter ganhado espaço em um corpo de WRs que possui Cooper e Gallup saindo de temporadas dominantes de 1000 jardas. O calouro demonstra muita química com Dak Prescott e recebe um número alto de targets toda semana. Mesmo, na teoria, sendo WR3 de Dallas, já possui 21 recepções, 309 jardas e 2 TDs. Imaginem quando Lamb deslanchar na sua principal qualidade saindo do college, as jardas após o catch, aí sim, o céu é o limite.
Justin Herbert, QB, Los Angeles Chargers
Como já mencionado acima, a presente lista é diminuta, portanto teríamos jogadores de fora dessa coluna que facilmente poderiam estar em outra em outro site. A diferença aqui foi mínima, contudo, a NFL é a liga dos quarterbacks. Sua equipe só vai quão longe seu QB o levar, e o que Herbert vem fazendo essa temporada, desde que entrou em campo na semana 2 contra o atual campeão da liga (descobrindo que seria titular minutos antes do início da partida e quase conquistando a vitória), é de cair o queixo. Ele tem um foguete no braço, seu ball placement em lançamentos longos é perfeito e, apesar de ainda ter problemas com o tempo que segura a bola e seu feeling no pocket, já se demonstra um líder dentro de campo. Lançou pelo menos 290 jardas em todos jogos e possui 72% de passes completos na temporada. Se todas as suas partidas seguirem o roteiro do último domingo contra os Buccaneers, os torcedores dos Chargers podem ficar felizes pois já tem seu quarterbck do futuro.
Justin Herbert with a DIME for a 53-yard @Chargers TOUCHDOWN! #BoltUp
📺: #LACvsTB on CBS
📱: NFL app // Yahoo Sports app: https://t.co/T1i6s2rIdv pic.twitter.com/9SPqYQodKT— NFL (@NFL) October 4, 2020
Chase Young, DE, Washington Football Team
Mesmo tendo jogado somente 2 partidas até agora, é inegável o impacto de Young na defesa de Washington. Na semana 1 contra os Eagles ele contribuiu MUITO para a vitória, registrando 1.5 sacks e forçando um fumble que acabou por sacramentar o resultado do confronto. Já semana 2 teve “apenas” 1 sack mas registrou 2 tackles for loss mostrando sua dominância também contra o jogo corrido. O futuro é brilhante para o jovem e promete ser recheado de viagens para o Pro Bowl e de prêmios individuais.
Chase Young grades/rank among defensive rookies:
🔴 81.1 PFF Grade (1st)
🔴 8 pressures generated (1st)pic.twitter.com/w1ndPvwCic— PFF (@PFF) September 25, 2020
Antoine Winfield Jr., S, Tampa Bay Buccaneers
Winfield surpreendeu a todos nesse início de temporada, não porque seu impacto não era esperado ou porque não sabíamos de seu talento ou seu potencial, mas sim pela variedade de maneiras que vem impactando os jogos e a versatilidade que vem demonstrando no seu papel na defesa dos Bucs. Não é exagero dizer que ele é um dos melhores safeties da NFL até esse ponto da temporada. Ele está em todos os lugares do campo, sendo um verdadeiro playmaker perto da linha de scrimmage e já tendo 2 sacks na temporada! Sua performance cobrindo o jogo aéreo é extremamente competente e o calouro já possui 25 tackles e um fumble forçado. Este jovem é a minha aposta a zebra para ganhar Calouro Defensivo do ano, caso algo aconteça com Chase Young.
Jeremy Chinn, LB/S, Carolina Panthers
O último integrante da lista possivelmente será o mais polêmico, mas somente para aqueles que acompanham só os grande mercados da NFL. Mas não se enganem, para mim, a produção imensa e imediata de Chinn no primeiro quarto da temporada é uma grande surpresa! Apesar de, até agora, não ter sido tão versátil quanto Winfield e não ter registrado nenhum sack ou pressão no QB, ou sequer uma interceptação (nesse quesito tampouco o safety de Tampa), o calouro está simplesmente voando de sideline a sideline. Já possui 35 tackles na temporada, liderando TODOS os calouros! E sua função na defesa dos Panthers é a do híbrido entre LB e safety tão utilizado na liga nos dias de hoje e tão importante para conter o jogo aéreo e possíveis mismatches causados pelos ataques adversários. Ele desempenha com perfeição o papel de big nickel, sempre estando perto da bola, marcando TEs e RBs muito bem e tackleando os adversários com agressividade. Com ele, Derrick Brown, Shaq Thompson, Gross Matos, a defesa de Carolina tem um futuro promissor.
O torcedor de Atlanta vai me desculpar, mas em duas semanas seguidas, ceder uma virada com o jogo nas mãos é inaceitável. Se tem alguém que está com o cargo em perigo na NFL, esse alguém é Dan Quinn, mas isso é assunto para outra conversa. Hoje vamos falar de coisa boa (ou não) para o torcedor de Chicago que tem o time invicto até o momento e dividindo a liderança da NFC North juntamente com os Packers.
O caso Trubisky
Para você que começou a acompanhar a NFL recentemente vou lhe dar um contexto (desculpem-me se for muito modo palestrinha). No draft de 2017 tínhamos muita conversa sobre os QBs. Os principais eram: Deshaun Watson, campeão nacional, Patrick Mahomes, que demonstrava um excelente teto, Deshone Kizer que tinha feito um bom trabalho com o time de Notre Dame, e um QB que assumira a titularidade de apenas um ano, Mitchell Trubisky.
Eu não vou ser engenheiro de obra pronta aqui e dizer que meu QB preferido naquele draft era o Mahomes. Apesar do alto teto, eu gostava mais do Deshaun Watson. Quando os Bears, que possuíam a terceira escolha geral anunciaram uma trade com os 49ers, achei que seria pelo QB de Clemson. Contudo, ao entregar duas terceiras e uma quarta para o time de San Francisco, Chicago escolhe Trubisky. O QB estaria disponível na escolha 3 e não valeria nem uma pick de top-20, sendo assim, uma das maiores burradas do draft dos últimos tempos (e olhe que torço por Seattle haha).
No bom ou no ruim, Trubisky levou os Bears para os playoffs, no entanto, foi mais mérito de sua excelente defesa, uma das melhores dos últimos tempos e do excelente trabalho do seu HC, Matt Nagy. Apesar dessa campanha era fácil de ver que quando as coisas saíam do script, Trubisky não conseguia improvisar/brilhar/comandar o time como um QB de verdade deve fazer.
Que leitura e execução terrível de Trubiskypic.twitter.com/NHnNZqugOy
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) September 28, 2020
Essa foi a jogada derradeira que fez com que o HC dos Bears tirasse Trubisky e colocasse o reserva em campo. Foi mais um passe ao melhor estilo dele. Quase mandou um whats para o defensor avisando onde iria ser a bola e faltou colocar a bola no ponto certo, mostrando certa displicência. Só a título de informação, já tem 6 TDs e 3 interceptações nesses 3 jogos.
Trubisky scrambles for 45 yards 😲
(via @NFL)pic.twitter.com/2Ri0NO1dCC
— B/R Gridiron (@brgridiron) September 27, 2020
IRONIC MODE: Talvez ele devesse até pensar numa mudança de posição para TE ou RB para aproveitar sua velocidade. Talvez até ir para o lado defensivo da bola já que mostrou uma boa capacidade de tackle pós sua INT listada acima.
O caso Foles
Nick Foles ➡️ Jimmy Graham para el TD de #DaBears#CHIvsATL #NFL pic.twitter.com/7RgVKziYbE
— SportsferaMX (@SportsferaMx) September 27, 2020
Depois de vencer o SB pelos Eagles numa campanha incrível, isso fez com que os Jaguars dessem um baita contrato para o QB. Contrato de quatro anos no valor de $ 88 milhões com 50,1 milhões garantidos e podendo chegar até 102 milhões com incentivos. Todavia, devido a uma lesão no começo da temporada e um bom desempenho do calouro Gardner Minshew, o QB virou peça “dispensável” para os Jaguars e por uma escolha de quarta rodada, se “livraram” do peso do contrato dele.
Dado o investimento da troca aliado ao fato de assumir 23M no seu teto salarial, imaginava que Foles seria prontamente titular, uma vez que Trubisky nunca foi unanimidade nem para ele jogando Madden com os Bears. A estreia só veio durante a partida da semana 3. Foles substituiu Trubisky no terceiro quarto contra o Atlanta Falcons, com o Bears perdendo por 16 pontos. O QB completou 16 de 29 passes para 188 jardas, três touchdowns e uma interceptação enquanto liderava uma vitória de virada por 30-26.
Trubisky x Foles
Same down, same receiver, same play. Two different quarterbacks. Two very different results.
Mitchell Trubisky gets great protection, sets his feet, and misses Miller.
Foles gets hit as he throws, but finds Miller in stride for the TD.
The results speak for themselves. pic.twitter.com/tewhFbRfMt
— Artūras Karnišovas Fan Club (@arturasfanclub) September 28, 2020
Essa tweet vale mais que mil palavras. Basicamente a mesma jogada, posição e alvo. Foles consegue achar seu recebedor, enquanto Trubisky mostra o quão impreciso ele é em profundidade. São em momentos decisivos que o QB precisa chamar a responsabilidade para si e Trubisky não tem talento para isso.
Veredito
Talvez seja estranho pensar numa troca de “comando” com um time 3-0. Os Bears não estão 3-0 POR CONTA de Trubisky, eles estão 3-0 APESAR de Trubisky. Não que Foles seja a oitava maravilha do mundo, tanto que foi interceptado ontem para machucar um pouco seus stats, mas tem experiência para fazer esse ataque produzir mais. Se o time dos Bears quiser ir longe, Foles tem que ser o titular na semana 4.
O time de Chicago tem boas peças, Jimmy Graham, Anthony Miller, Allen Robinson (que sugeriu que queria ser trocado porque não aguentava mais perder oportunidades por conta de Trubisky) além de Nagy que comanda um ataque criativo. O time ainda tem uma defesa de dar inveja em muitos times, então falta para esse bom exército um comandante que chame a responsabilidade, característica que acho que Foles leva vantagem em relação a Trubisky.
Eu gosto mutcho!
Dois jogos, 70,4% dos passes completados, 729 jardas aéreas, 7 TDs (6 lançados e 1 corrido), nenhuma interceptação e rating de 122,9. Esses são os números de Josh Allen, QB do Bills nas primeiras semanas contra Jets e Dolphins. O camisa 17 foi peça fundamental e tem garantido vitórias para Buffalo.
Muito se fala sobre o nível que ele tem atuado, alguns já colocando até na corrida para MVP, mas fica o questionamento: Josh Allen consegue manter esse nível de atuação por toda temporada?
Bom, para isso precisamos analisar seus dois jogos e falar sobre quais foram seus pontos positivos e negativos.
The AFC Offensive Player of the Week is a GAMER.@JoshAllenQB | #BillsMafia pic.twitter.com/yqwz9Odqwq
— Buffalo Bills (@BuffaloBills) September 23, 2020
Primeiro, vamos falar sobre os pontos positivos:
Play call
Sem dúvida, algo que mais tem influenciado nas atuações de Josh Allen são as chamadas das jogadas. O play call de Brian Daboll explora as principais virtudes do QB e facilitado a leitura de jogo dele.
Muitos motions, play action, RPO e leituras rápidas formam a base desse gameplan para ajudar Allen a tomar decisões mais rápidas e ágeis. Além disso, a combinação de rotas que exploram áreas do campo que o QB consegue fazer melhores lançamentos, rotas verticais, post, corner, out e deep cross.
You don't want this Smoke. 😎#NYJvsBUF | #GoBills pic.twitter.com/IwDUPinE6B
— Buffalo Bills (@BuffaloBills) September 13, 2020
Elenco
Outro fator que faz a diferença é o talento ao redor de Josh Allen, já que desde de que o Bills draftou o jogador em 2018, a equipe tem adicionado atletas que combinam com o estilo do QB. John Brown, Cole Beasley, Dawson Knox, Devin Singletary, Zach Moss foram trazidos para dar suporte e ajudar na evolução de Allen.
Todos esses jogadores se encaixam no sistema que foi montado para o ataque e a cereja do bolo foi a trocado com o Vikings por Stefon Diggs, um cara capaz de criar separação de várias maneiras no 1 x 1 e ser o go to guy do camisa 17. Essas peças que foram trazidas deram mais qualidade ao sistema que foi adotado e isso tem ajudado na evolução de Allen.
Big time players make big time plays. #BillsMafia | 📺: CBS pic.twitter.com/h28sOrXGIk
— Buffalo Bills (@BuffaloBills) September 20, 2020
Improvisação
Uma habilidade que Josh Allen mostra desde seu primeiro jogo ser uma virtude. Em situações que uma jogada não sai como planejado ou sua leitura é atrapalhada, o jogador consegue improvisar sempre saindo do pocket e fazendo lançamentos ou produzindo com as pernas.
Inclusive, as melhoras jogadas terrestres dele ocorreram quando ele precisou sair do pocket e improvisar, já que além de ter muita velocidade, o QB tem uma capacidade muito boa de quebrar tackle e não ser derrubado facilmente.
GROWN. MAN. STRENGTH.#BUFvsMIA | #BillsMafia
— Buffalo Bills (@BuffaloBills) September 20, 2020
Decision Making
Aqui algo que tem pontos negativos, mas há mais positivos que foram vistos. Os fumbles foram questões negativas contra o Jets, principalmente o primeiro quando ele não aceitou um tackle e tentou improvisar lançando a bola. Porém, se colocarmos na balança, as decisões que ele tomou na maior parte dos jogos tiveram impacto direto para as vitórias.
Allen mostrou uma capacidade melhor em se manter no pocket e continuar fazendo as leituras nas jogadas. Diminuiu seu estilo gunslinger de forçar passes no fundo e, o principal, está tomando decisões melhor quando deve arriscar ou não um passe dependendo do momento do jogo. Isso é visível no último quarto contra o Dolphins, quando sua equipe tomou a virada e o QB em nenhum momento se desesperou e tomou boas decisões para levar seu time a virada.
Zack Moss' first career NFL reception and touchdown. A thing of beauty. #NYJvsBUF | #BillsMafia pic.twitter.com/xZ7LNZWNWg
— Buffalo Bills (@BuffaloBills) September 13, 2020
Como nem tudo são flores e, claro, há pontos negativos que ainda podemos ver:
Precisão
Esse é um dos principais problemas de Josh Allen. Muitas vezes ele consegue ter boa mira e acertar os passes colocando a bola em boa posição para o recebedor. Porém, ele ainda é muito inconsistente em alguns lançamento e erra passes bobos em jogadas curtas e leituras fáceis.
Allen foi muito criticado nos últimos anos por isso e era visível esse defeito. Nesses primeiros jogos, isso não foi percebido em algumas jogadas porque há mais talento entre os recebedores e eles transformaram um lançamento ruim em completo.
Claro, há evolução do ano passado para esse, é notório, mas o jogador ainda precisa melhorar e muito desses erros podem ser corrigidos com uma mecânica mais bem trabalhada.
Josh Allen showing off that laser accuracy pic.twitter.com/QUmjkUZJCp
— Barstool Sports (@barstoolsports) September 13, 2020
Leitura de Defesa
Um ponto que não afetou tanto nas partidas, mas que pode ser melhorado é a leitura da defesa. Allen precisa visualizar melhor o que a defesa está mostrando e indentificar as blitz.
Por ter uma boa habilidade de improvisação, o jogador consegue se virar quando não percebe um defensor entrando no pass rush, mas por vezes sofre pressões desnecessárias e que poderiam ser evitadas se tivesse ficado mais atento.
Marcus Maye isn't as good as Jamal Adams but he is doing a fantastic job as Adams' replacement so far. #TakeFlight
Maye brings down Josh Allen again for his second sack on the day pic.twitter.com/LCelqcbFN6
— Conor the Mick (@TheNJMick) September 13, 2020
Por fim, podemos dizer que Josh Allen melhorou bastante se comparado ao ano passado. O jogador parece mais confiante e muito disso é pelo sistema que o ataque está rodando, aproveitando os pontos fortes dele e dos jogadores ao redor.
Ainda é cedo pra afirmar que o QB vai manter um ritmo tão bom, principalmente porque os advesários até agora foram dos piores liga. Mas, uma coisa que pode ter certeza é que o Buffalo Bills briga forte por playoffs e pela divisão.
A NFL voltou nesse último final de semana para o delírio dos fãs. Dentro de toda a expectativa, temos a espera do cara que “saiu do nada” e se tornou a escolha número 1 geral do último draft, Joe Burrow. Infelizmente ele saiu derrotado por um field goal, mas no texto de hoje vamos olhar isso de uma forma mais geral do que apenas os números.
O Contexto
Nos dois últimos drafts, o time tentou montar algo ao redor do seu QB. Ano passado a primeira escolha do time foi Jonah Williams, além dele, Michael Jordan e Hakeem Adeniji foram trazidos para tentar proteger o QB, sem contar com Billy Price, primeira escolha de 2018, que nem está mais no time titular. Como armas no ataque, o time trouxe Tee Higgins e manteve o All-Pro A.J. Green, além de ter Tyler Boyd para dar um bom arsenal para seu signal caller.
Lmao Bosa with a two hand swipe. He’s been owning Hart pic.twitter.com/sAED6rgtxD
— Billy M (@BillyM_91) September 13, 2020
Entretanto, algo que Burrow não teve foi tranquilidade no pocket. Ele foi atormentado snap pós snap pela linha defensiva dos Chargers. Claro que eram bons adversários, mas Bosa, Ingram e Tillery tiveram facilidade para dar pouco tempo para o QB pensar, ou ao menos, deixarem ele numa situação descontável.
Ademais, o time renovou com Joe Mixon por uma boa grana (~12M anuais), jogador que casa bem com o esquema Zac Taylor. O técnico da “árvore” de Sean McVay, que fez um baita trabalho com Goff nos Rams, se baseia em corridas de wide zone, para vender o play action e um conjunto de passes curtos.
Os números
Como assim cara? Você começa o texto falando que os números não importam e aqui vem apresentar eles? Calma pequeno gafanhoto, apesar dos números não serem tudo, servem como uma base do que Burrow apresentou.
O calouro terminou o primeiro tempo com 9 de 14 para 5 jardas e sofrendo 3 sacks e o jogo 7-0 para os Bengals. Além disso, conseguiu em 3 corridas 27 jardas e 1 touchdown. Terminou a partida com 23 de 36 para 193 jardas, 1 interceptação e 8 corridas para 46 jardas junto com o TD que citamos acima. Tudo isso deu a ele um rating de 66.1, sendo assim, não foi das melhores estreias.
Onde Burrow acertou?
The first of many: 9 ➡ 18
📺: #LACvsCIN on CBS pic.twitter.com/52wwGlvNYb
— Cincinnati Bengals (@Bengals) September 13, 2020
Em alguns momentos ele trabalhou muito bem, sendo bem seguro e conservador. Procurou bastante o alvo sólido, Green (9 alvos), que inclusive foi seu primeiro passe num esquema de RPO.
QB draw, primeiro TD de Burrow https://t.co/yyo3kT8XUF
— Alexandre Castro (@alexcastrofilho) September 13, 2020
Outra coisa que ele fez bem, foi tentar conseguir jardas com as pernas. Essa é uma boa característica do QB, e bem diferente do seu predecessor, Andy Dalton, o time pode pensar em jogadas para se aproveitar disso. Inclusive, o TD dos Bengals foi dessa forma e em alguns momentos o time chamou novamente essa jogada.
O lance em questão, é o QB draw, uma jogada em que o ataque finge que vai passar a bola, mas, na verdade é uma corrida e aqui no caso, o QB que irá correr com a bola. Isso casou perfeitamente com o fato da pressão dos Chargers estar vindo bastante pelas pontas, os gaps A ficaram abertos e Burrow fez a leitura de forma correta. Minha única ressalva foi a falta de paciência/timing dele com o center, tanto no lance do TD como em outros durante o jogo, ele quase “atropelou” seu OL, a sintonia não estava das melhores.
O que faltou para Burrow?
Uma das minhas características preferidas de Burrow vindo do college era sua presença de pocket. E como isso fez falta no jogo de hoje! Se movimentou mal, não conseguiu lançar em movimento, tudo que fez ele se destacar tanto e sair do desconhecido para #1 ficou deixado de lado nesse jogo.
Yikes pic.twitter.com/T4cLeiyHYo
— Billy M (@BillyM_91) September 13, 2020
Ele arriscou pouquíssimos passes longos. Você pode atribuir isso como conservadorismo, mas em certo ponto, foi até exagerado. Teve um drop do John Ross que não fica na conta do QB, contudo, nas poucas vezes que faltou acurácia para ele.
This is a great play by Ingram, but come on bro pic.twitter.com/21eoZFDwwj
— Billy M (@BillyM_91) September 13, 2020
Além da falta de acurácia, as tomadas de decisão dele, não foram das melhores. Ele parecia ainda estar com sua cabeça em LSU, onde podia segurar a bola um pouco mais e conseguir aquela jogada fantástica. Na NFL a conversa é outra, o nível é bem mais acima e Burrow sentiu bastante isso. Além dessa interceptação bisonha, ele lançou um passe para trás que quase foi fumble.
Adicionando a esses fatores, faltou comando e calma. Com 6:22 faltando para o fim do jogo, o time dos Bengals já não tinham mais timeouts.
Veredito
Primeiro jogo do Joe Burrow não tá bom não
— Felipe Vieira (@lipevieira) September 13, 2020
O chefinho lançou a braba já, o jogo não foi bom. Talvez se a investida final de Burrow tivesse resultado numa virada, a história fosse outra e ficaria mais “fácil” esquecer alguns erros que levantamos aqui. Apesar de o novato não ter o melhor talento do mundo ao seu redor, ele pareceu sentir BASTANTE a mudança de nível de college para NFL. Vamos aguardar os próximos capítulos de sua evolução.
Quando eu digo que acabou, acabou!