Com o fim da temporada da NFL, estamos liberando publicamente mais um report do Guia para vocês entrarem no clima para o Draft a partir de agora. Aproveitem.
Draft
Como todos sabem, o Shrine Game é o senior bowl dos pobres e acontecerá neste sábado às 17 horas. Apesar de possuir muito menos apelo que o Senior bowl, o Shrine Game ainda revela alguns nomes interessantes todos os anos, obviamente em quantidade bem menor do que o principal all star game. Separei alguns jogadores interessantes que hoje estão sendo projetados para o dia 3 do Draft para ficar de olho nessa partida.
OL Calvin Throckmorton – Oregon
Se você reparou, eu coloquei apenas “OL” na posição de Throckmorton porque ele simplesmente já jogou em quase todas as posições da linha ofensiva (RT, C, RG, LT). Apesar de ser visto mais como guard para a NFL, a versatilidade certamente ajudará bastante o stock de Throckmorton, principalmente pelo fato de quando escolher jogadores no final do quarto round, poucos times estão esperando titularidade do prospecto no início da carreira e pensam bastante na profundidade da posição. Quando se tem um jogador que pode jogador em basicamente qualquer lugar da linha ofensiva, isso ajuda bastante na formação do roster. Justin Herbert esteve acostumado a ter boas linhas ofensivas durante a sua carreira e Throckmorton ajudou bastante nessa estabilização da unidade. Hoje, ele é visto como um prospecto de quinta rodada.
CB Lavert Hill – Michigan
Como a maioria dos cornerbacks que tem saído de Michigan nos últimos anos, Hill está bastante acostumado a jogar em man coverage. Para quem precisa de um jogador com mais bagagem em sistema em zona, Hill provavelmente não é o seu jogador a não ser que haja paciência no primeiro ano de novato. Principalmente pela falta de experiência de Hill que apesar de ser um senior, só tem uma temporada como titular em Michigan. O cornerback possui bom trabalho de pés e espelha bem o recebedor, mas ainda precisa ter um pouco mais de paciência para não cometer faltas que podem não ser no College, mas serão na NFL. Por coincidência, a jogada abaixo que separei do treino do Shrine Game foi marcado falta, embora eu não teria marcado nessa situação.
.@UMichFootball CB Lavert Hill with a nice rep to lock down the fade on the goal line 🔒#ShrineBowl pic.twitter.com/Mnd6NSAums
— The Draft Network (@DraftNetworkLLC) January 15, 2020
IDL Bravvion Roy – Baylor
Bravvion Roy foi um dos principais jogadores defensivos de Baylor da temporada (atrás apenas de James Lynch que é visto como um prospecto de dia 2). Roy conseguiu produzir contra grandes universidades e inclusive deu bastante trabalho para um dos principais inside offensive lineman do Draft, Creed Humphrey. Roy tem a capacidade de ancorar bem contra double teams e ainda mostra uma explosão junto com a sua força para colapsar o pocket e pressionar o quarterback. Apesar de ter 330 lbs, ainda possui boa agilidade lateral e mostra sólido uso das mãos.
Creed Humphrey just got son'd by Brayvion Roy. pic.twitter.com/2bxJVPBLkT
— RJ Young (@RJ_Young) November 17, 2019
E para a surpresa de ninguém, Roy tem tido treinos ótimos durante a semana também.
@BUFootball DT Roy Bravvion battling against @ASUFootball center Cohl Cabral. pic.twitter.com/dXpGjogQ1u
— PewterReport (@PewterReport) January 13, 2020
IDL Raequan Williams – Michigan State
Raequan Williams é um dos maiores nomes do evento e acho até que ele é grande demais para o Shrine e deveria estar no Senior bowl. Foi um dos principais jogadores defensivos da temporada dos Spartans. É um dos bons nomes para quem precisa de um nose tackle com bom potencial de parar no jogo terrestre. Um dos meus principais problemas com ele é sua inconsistência no leverage, mas se algum time acreditar que pode trabalhar em cima disso, ele pode fazer o time que o draftou bastante feliz.
It’s getting unfair at this point. Raequan Williams has been one of the best defensive players over these last three days and handily wins his matchup again here. @MSU_Football pic.twitter.com/wffMeYLyW6
— Matt Matera (@matty4_matera) January 15, 2020
EDGE Alex Highsmith – Charlotte
O programa de Charlotte ainda é bem recente e tivemos apenas Larry Ogunjobi saindo da universidade que vingou na NFL até aqui. Alex Highsmith pode ser o segundo que consiga se manter na liga. Jogando pela conferência C-USA, Highsmith conseguiu 15 sacks e 21,5 tackles for loss, inclusive conseguindo produzir contra Clemson. Os números chamaram bastante atenção suficiente para participar do all star game. O frame dele é bem construído e pronto para a NFL. Uma boa semana de treinos e um bom jogo pode fazer com que ele seja convidado para o Senior Bowl. A produção e o atleticismo ele tem.
Charlotte’s Alex Highsmith impressing early #ShrineBowl pic.twitter.com/RINgPaLNwH
— Mike Luciano (@TheRealLuc3) January 14, 2020
Dwayne Haskins estava acostumado com ataque de Ohio State, conhecido por ser um ataque moderno e up-tempo. Quando foi escolhido por Washington, era esperado que houvesse uma parte do playbook destinado às suas forças quando ele pudesse assumir a vaga de titular, afinal, isso seria questão de tempo com Case Keenum iniciando a temporada como QB1. O head coach Jay Gruden mais uma vez fez um trabalho ruim em relação a isso e foi demitido no começo de outubro depois de iniciar 0-5. Com isso, Bill Callahan assumiu interinamente o cargo. Na semana 9, Haskins também assumiu como titular do time e desde então possui um recorde de 2-3 com os Redskins. Apesar das duas vitórias, Haskins não tem jogado de forma que encha os olhos de ninguém. Obviamente, o ataque não se adaptou para Haskins e continua extremamente engessado. Haskins, vendo o que aconteceu com Josh Rosen, provavelmente tem isso na cabeça e está simplesmente tentando sobreviver para que em 2020 tenha um novo treinador que saiba aproveitá-lo melhor e um time um pouco mais decente.
Contra Green Bay, houve alguns altos e baixos, como tem sido a temporada toda. No seu primeiro passe da partida, Haskins demora tempo demais preso em sua primeira leitura, que esteve marcado por todo tempo pelo linebacker e Haskins não tenta manipulá-lo para sair dali, então esse tempo todo é apenas perda de tempo. Quando vai mudar a progressão, o pass rush já está chegando e ele não consegue fazer o lançamento a tempo. Com uma linha ofensiva razoável, provavelmente ele teria conseguido fazer o lançamento e teria ganho o first down, mas o processo dele embora esteja correto precisa ser mais acelerado.
— ALL22_OTC (@All22O) December 10, 2019
Em uma rota sluggo, McLaurin consegue abrir vantagem sobre os defensores de Green Bay mesmo sendo marcado por 2. Haskins faz uma boa leitura e faz o passe um pouco forte demais e acaba sendo incompleto.
— ALL22_OTC (@All22O) December 10, 2019
Mais uma vez, Haskins faz a leitura correta. Os Packers estão em uma cobertura quarters enquanto Terry McLaurin corre uma rota entre duas zonas e os dois defensores de Green Bay acabam acompanhando McLaurin. Com isso, Kelvin Harmon consegue achar uma zona vaga no campo e senta nela aguardando o passe. Dessa vez o passe sai no momento certo e leva os Redskins para a linha de 2 jardas. Uma jogada depois, Adrian Peterson entraria na endzone.
— ALL22_OTC (@All22O) December 10, 2019
Na interceptação, Haskins novamente está atrasado no lançamento e isso faz com que o safety tenha tempo suficiente para cortar a linha de passe e interceptar a bola. Ele precisa acelerar o seu progressão e partir para uma outra mais rápido, além de processar pós-snap também mais rapidamente. Nesse momento, é um quarterback que claramente sentiu a diferença de velocidade entre o College e a NFL.
— ALL22_OTC (@All22O) December 10, 2019
Apesar dessa evolução que é bastante necessária, quando Dwayne Haskins está mais próximo do seu habitat natural, as coisas fluem com muito mais facilidade. No drive final quando estava já dentro do two minute warning, o ataque dos Redskins emendou um ataque no-huddle e com isso, Haskins completou 6 de 7 passes para 75 jardas e touchdown. Ou seja, jogou muito melhor do que havia jogado durante toda a partida. Não é muito difícil de perceber a diferença quando um jogador joga de acordo com as suas forças. Inclusive um dos melhores passes da partida veio no touchdown. Uma bola que a princípio parecia ter sido colocada atrás, mas ele tirou o safety o possível para que não houvesse um desvio e ainda assim, em um ponto onde só o Terry McLaurin conseguiria fazer a recepção. Às vezes, o quarterback só precisa dar uma chance para o recebedor e foi isso que ele fez.
— ALL22_OTC (@All22O) December 10, 2019
A primeira temporada do novo quarterback dos Redskins não foi tão empolgante quanto a torcida gostaria, mas parece que se houver um ataque montado ao redor dele, Haskins poderá sim ser o futuro da franquia.
The Good Place é uma das minhas séries atuais favoritas de televisão e pra você que não conhece, a sinopse é um grupo de pessoas que chega no “céu” após morrerem e podem ver algumas das pontuações que fizeram na Terra para merecer um lugarzinho no paraíso eterno. Curiosamente, o futebol americano é frequentemente mencionado na série, seja simplesmente pelo personagem ganhar pontos por ser um torcedor fiel ao Cleveland Browns ou pelas inúmeras vezes que Blake Bortles é vangloriado por um dos personagens. O ponto dessa introdução é que Laviska Shenault Jr. certamente merecia um lugar no paraíso depois de tanto sofrimento causado pelo seu quarterback ruim Steven Montez. A temporada iniciou com alguns analistas acreditando que Montez teria capacidade para ser um bom quarterback e poderia até cavar uma vaguinha no Senior Bowl. A verdade é que Montez não merece vaga sequer no Shrine Game, quanto mais no Senior Bowl.
Assim como as expectativas de Montez pareciam irreais, o wide receiver Laviska Shenault também não produziu como era imaginado para essa temporada. Com apenas 763 jardas e 4 touchdowns até este momento da temporada com 11 jogos, Shenault produziu bem menos do que em 2018 quando teve 1.011 jardas e 6 touchdowns em apenas 9 jogos. Como podem imaginar pelo título e pelo parágrafo introdutório, muito dessa falta de produção não é culpa do recebedor, aliás, o maior culpado é sem dúvidas o seu quarterback. Desde a inauguração do On The Clock, eu já vi wide receivers com problemas de produção por diversos motivos e obviamente muitos deles por conta de quem estava lançando para eles, mas nesses 3 anos, eu nunca vi um wide receiver sofrer tanto quanto ele. Em todos os jogos que assisti, vi pelo menos uma vez em todos os jogos um touchdown que ficou no campo por conta de um lançamento ruim.
Para começar as jogadas separadas para ele, vamos com uma das jogadas características de Shenault: cavar pass interferences em bolas longas. Como quase sempre a bola longa é lançada atrás dele, é necessário reduzir a velocidade e perder toda a separação criada para voltar e atacar a bola, com isso, o defensor acaba esbarrando nele e a falta é marcada.
Exemplo #1
— ALL22_OTC (@All22O) December 4, 2019
Exemplo #2
— ALL22_OTC (@All22O) December 4, 2019
Quando Steven Montez não coloca a bola muito atrás, na grande maioria ele vai conseguir errar o posicionamento da bola de alguma forma e terá que exigir que seus recebedores trabalhem como cornerbacks para impedir que a bola seja interceptada ou terão que fazer malabarismos para conquistar a recepção. Tire a jogada abaixo como exemplo. É sem dúvidas, a minha recepção favorita desta temporada. Shenault não deveria ter a menor chance nesta bola, mas consegue marcar o touchdown em uma bola que era pra ter sido interceptada. Todos os méritos da jogada bem-sucedida são dele. Este é o tipo de quarterback que ele teve que lidar a temporada inteira.
— ALL22_OTC (@All22O) December 4, 2019
Obviamente, Shenault ainda possui seus problemas, principalmente com route running, pois acredito que ele precisa ser mais agressivo em suas rotas e não vejo um quadril tão fluido nesse momento, mas a habilidade que ele possui ganhando jardas após a recepção com a visão e atleticismo o fazem ser uma arma em todos os níveis do campo. Não se deixe enganar pela baixa produção, Shenault é sim um prospecto digno de ser escolhido na primeira rodada.
— ALL22_OTC (@All22O) December 5, 2019
No sábado, Tua Tagovailoa se lesionou durante o jogo e o que parecia ser uma lesão que podia atrapalhá-lo no restante da temporada e começou a ser especulado até a possibilidade dele não participar mais das partidas para que conseguisse se recuperar plenamente para o Combine. Alguns minutos depois e a preocupação da lesão começou a ser escalada. Começaram a circular sobre a gravidade da lesão e como isso poderia afetar não só a temporada dele, mas o restante da carreira inteiro. Jim Nagy, diretor do Senior Bowl, deu a informação que a lesão era semelhante com a do lendário Bo Jackson que acabou encerrando a sua carreira precocemente.
Hearing Tua Tagovailoa’s hip injury is serious. Hip fracture. Similar to Bo Jackson’s career-ending injury. Surgery tonight or tomorrow morning. Praying for Tua and his family. 🙏
— Jim Nagy (@JimNagy_SB) November 16, 2019
Felizmente, a forma como foi tratada a lesão foi ótima e tudo indica que Tagovailoa terá uma recuperação completa. Ao contrário do que aconteceu com Bo Jackson, Tagovailoa teve um prognóstico rápido da lesão e houve uma intervenção médica imediata. No caso de Bo Jackson, ele continuou tentando jogar mesmo após a lesão, isso fez com que as consequências se tornassem irreversíveis como a perda completa de cartilagem que reveste a articulação do quadril e a necrose avascular, que resulta quando a corrente sanguínea para o fêmur é interrompida. Isso pode ser resolvido com tratamento imediato, algo que foi feito com Tua no estádio.
De qualquer forma, a temporada de Tua está acabada e certamente isso já é o suficiente para que Joe Burrow seja o QB1 em Abril sem grandes questionamentos. As questões que ficam agora são outras. Uma das principais será: Tua conseguirá se recuperar antes do Combine? Essa pergunta é fundamental para sabermos quais os planos futuros de Tagovailoa no Draft. Nesse momento, é impossível saber qual condição ele estará no processo do Draft, então caso ele realmente se declare, haverá uma grande nuvem de dúvidas pairando no ar. Por ser uma lesão que pode atrapalhar a sua primeira temporada de novato de forma bastante intensiva, alguns times não estarão dispostos a arriscar uma escolha de topo de Draft em jogadores como ele. Na temporada passada, Jeffery Simmons chegou a ser cotado para ser escolhido dentro do top-5 durante o processo do Draft, mas após romper o ligamento do joelho, Simmons foi escolhido apenas na #19 geral.
Obviamente que a situação é diferente. Por ser quarterback, Tua pode ser escolhido bem antes disso para algum time que queira aproveitar uma rara oportunidade. Mas, por outro lado, uma lesão de rompimento de ACL é muito mais comum do que a fratura no quadril. Nesse momento, a queda para fora do top-10 é uma possibilidade bastante real para o quarterback de Alabama. Por isso, há a opinião de que retornar para o último ano de senior seria uma boa saída para Tagovailoa. Joga mais um ano com Nick Saban, mostra que voltou saudável e disputa o topo do Draft com Trevor Lawrence e Justin Fields em 2021 (esse Draft provavelmente disputaria como o mais recheado na posição de quarterbacks na história).
Obviamente, seria uma opção ruim para Tua, pois além de disputar contra dois ótimos quarterbacks, ainda passaria mais um ano sendo explorado pela NCAA e não faturando nenhum dólar, mesmo sendo um dos principais esportistas do país e tendo acabado de sofrer uma lesão que poderia ter acabado com a sua carreira, isso certamente pesaria contra nesta possibilidade. Nesse momento, nós não sabemos qual caminho ele escolherá, mas não parece ser uma lesão que deva fazer com que ele caia para fora da primeira rodada, então isso já ajuda demais, mas dentro do top-5 como era previsto antes da lesão? Não apostaria nisso.
Tyler Johnson é um wide receiver senior da universidade de Minnesota e provavelmente deverá participar do Senior Bowl (caso aceite o convite) e provavelmente o melhor senior da sua posição. O hype em cima dele durante a pré-temporada era bem alto, mas a produção (626 jardas e 7 touchdowns) tem deixado um pouco a desejar para o que era esperado. O companheiro de time, Rashod Bateman que ainda é um sophomore tem produção semelhante com 644 jardas e 6 touchdowns. Mesmo assim, ainda tenho muita confiança que Tyler Johnson se tornará um bom profissional na NFL.
Essa confiança se passa principalmente pela sua habilidade de correr rotas e como ele me lembra o novato Terry McLaurin nesse quesito. Johnson não possui um super-atleticismo, mas ele sabe como vencer no release na linha de scrimmage e tirar o leverage do cornerback durante a sua rota. Para começar, a primeira jogada que separei é um exemplo do seu release. Parece uma jogada simples com um slant, mas graças a sua execução do release. É por isso que é tão importante debatermos o mito de “wide receiver de red zone” ser aquele wide com 6’5″ de altura que vai conseguir conquistar a bola contestada no ponto alto. Claro que isso é ótimo, mas para ser uma ótima arma de redzone, o ideal é vencer o cornerback no release, como acontece abaixo.
— ALL22_OTC (@All22O) November 4, 2019
Ainda sobre a jogada, Johnson ameaça verticalmente pelo lado de fora, o que induz o cornerback a abrir o quadril para defender aquela área, a partir desse momento, Johnson explora as costas do cornerback e consegue um release limpo, suficiente para criar separação para o touchdown. Isso é algo que Johnson frequentemente conseguiu repetir com sucesso.
— ALL22_OTC (@All22O) November 4, 2019
A maioria dos seus touchdowns vieram de dentro da redzone e quase todos de forma parecida: vencendo no release e matando o leverage do cornerback. A partir disso, é só desenvolver o restante da rota e fazer a recepção. É um jogador que já mostra uma paciência de veterano para fazer o seu movimento rápido com ótimo uso das mãos para combater o press coverage.
— ALL22_OTC (@All22O) November 4, 2019
Porém, ele ainda tem uma trait muito importante para evoluir para ser um jogador de primeira rodada: as mãos. Johnson tem uma taxa muito alta de drops dos dois tipos: erro de técnica e erro de concentração também. Note como as mãos dele não estão próximas o suficiente e não estão paralelas a linha de scrimmage em um lançamento que deveriam estar.
— ALL22_OTC (@All22O) November 4, 2019
Já o segundo drop é mais por uma questão de concentração por já estar pensando no que faria depois da recepção e por isso, suas mãos estão moles e tira os olhos da bola.
— ALL22_OTC (@All22O) November 4, 2019
Johnson possui 17 drops nos últimos dois anos (sem contar essa temporada) e isso não parece estar melhorando nesta temporada, então certamente atrapalhará bastante o seu draft stock. Apesar de achar que é uma trait possível evoluir durante os anos, a falta de melhora preocupa. Algum time pode ter confiança em trabalhar isso ou simplesmente aceitar essa falha dele como jogador, já que há tantas outras vantagens.
— ALL22_OTC (@All22O) November 4, 2019
Obviamente você já ouviu falar de Bryce Hall, cornerback de Virginia, porém hoje vamos conhecê-lo mais a fundo. Hall é um senior que já está fora da temporada depois de uma lesão no joelho, então, haverá poucas mudanças no seu draft stock daqui até o final do processo, a não ser que ele consiga participar do Combine. Na temporada passada, Hall estava sendo cotado como um dos principais cornerbacks da classe, estando no top-5 da posição em praticamente todas as boards, mas por algum motivo resolveu retornar para seu último ano em Virginia. Em 2018, Hall liderou o país em passes desviados, mostrando que a habilidade de ball skills sempre esteve presente no seu jogo.
Com o surpreendente retorno, esperava ver uma evolução do seu jogo para essa temporada, mas eu criei falsas expectativas em relação a Hall e me decepcionei. Tudo isso porque o atleticismo de Bryce Hall é o elo mais fraco do seu jogo e isso é algo quase inerente e difícil de evoluir muito mais do que já apresentou em 2018. Para exemplificar o que eu quero dizer, repare no vídeo abaixo. Hall obviamente está em uma posição ruim, mas desde o momento que ele faz a transição de quadril, ele não consegue fechar a diferença entre ele e o ball carrier, ao contrário, a distância entre os dois aumenta em pouco tempo. E do outro lado, não é como se fosse um jogador conhecido pelo atleticismo, então realmente é um ponto preocupante para Bryce Hall.
— ALL22_OTC (@All22O) October 23, 2019
Por causa do seu tamanho (6’1″ de altura), muitos o etiquetaram como um jogador para jogar em homem a homem, mas a verdade é que por causa da falta do atleticismo, isso pode ser um problema. Não que ele não tenha capacidade de marcar, mas ele vence de outras maneiras, principalmente técnicas. Hall é um jogador muito inteligente que sabe aproveitar o seu leverage e com ótimos instintos. Na jogada abaixo, ele consegue ler o wide receiver e o quarterback e quebra na bola para fazer a jogada com uma naturalidade incrível. Graças a essa técnica evoluída que Hall conseguiu liderar o país em desviados.
— ALL22_OTC (@All22O) October 23, 2019
Ainda contra Daniel Jones, Hall novamente mostra que sabe aproveitar toda a sua envergadura, a agressividade durante a rota (terá que ser um pouco menos para não ser marcado faltas na NFL) e a capacidade de localizar a bola transformar em turnover.
— ALL22_OTC (@All22O) October 24, 2019
A sua capacidade de identificar quebras de rota e reagir instantaneamente e utilizar toda a sua envergadura certamente são características que fazem ele ser tão bom quanto é. Isso é maravilhoso.
Bryce Hall doing Bryce Hall things. His nation-leading 21st PBU of the season. pic.twitter.com/dpQuWhnsz8
— Joe Marino (@TheJoeMarino) December 29, 2018
Hall pode ser um jogador longilíneo e agressivo, características claras de um cornerback que trabalha melhor em man coverage, mas o melhor esquema para ser utilizado é em um sistema em zona. Deixe-o ler os olhos do quarterback e reagir. Em um sistema focado em cover-3, Hall pode ser um dos melhores cornerbacks da NFL. Se jogar em um sistema diferente, pode ser apenas mais um.
Em uma das performances mais dominantes de um cornerback na temporada passada, Hall causou problemas para Duke – e Daniel Jones -, em todos os aspectos possíveis do jogo. Aqui, mesmo sem ter a velocidade que eu tanto falei, Hall consegue tirar todo o leverage do recebedor, localizar bem a bola e fazer uma interceptação que parece fácil, mas só foi fácil por causa de toda a preparação que chegou nesse ponto. Logicamente, Daniel Jones também não se ajuda ao fazer este tipo de lançamento.
— ALL22_OTC (@All22O) October 24, 2019
Hoje, a esperança é ver Bryce Hall retornando saudável para o Combine para que consigamos entender melhor o nível do seu atleticismo porque isso será fundamental para descobrirmos se ele é realmente um jogador de primeira rodada ou apenas dia 2. Por sorte, os rumores é que ele conseguirá participar normalmente de todo o processo pré-Draft.
Peço a licença de Deivis Chiodini para invadir a sua coluna semanal dessa vez e comentar os grandes destaques da semana 6 do College Football. Sendo bem sincero, foi mais uma semana bem parada em relação a jogos competitivos entre times realmente relevantes, mas isso finalmente está acabando e daqui pro final do calendário tende a ficar bem mais equilibrado, já começando por essa semana.
Provavelmente o maior destaque da semana ficou com o running back Jonathan Taylor mais uma vez. Já são 16 touchdowns para o produto de Wisconsin em apenas 5 partidas jogadas, empatando com o número da temporada passada e que tinha sido a sua melhor marca da carreira. Taylor tem respondido todas as dúvidas possíveis para os scouts e ao meu ver tem conseguido se separar como o RB1 da classe, algo que eu considerava difícil de se fazer nesta classe. Na semana 6, foram 5 touchdowns contra Kent State e ainda descansou a partir do final do terceiro período. Um dos touchdowns que chamaram atenção foi no início do segundo tempo, Taylor mostrou toda a sua habilidade de ser um corredor norte/sul e fazer apenas cortes necessários, algo que muitos running backs no college tem dificuldade e acabam demorando a se adaptar para a NFL.
— ALL22_OTC (@All22O) October 9, 2019
Um jogador que se colocou no meu radar foi o linebacker Jordyn Brooks de Texas Tech. Brooks já é um senior e confesso nunca ter me importado muito com o jogador até sábado. porém depois da performance pornográfica que ele teve, esse erro não acontecerá mais. Foram 19 tackles, 4 tackles for loss, 3 sacks e 1 fumble forçado. Certamente sem Brooks, Texas Tech não teria sido capaz de vencer o favorito Oklahoma State. O que é mais impressionante é que mesmo assim, o running back Chuba Hubbard ainda eve 156 jardas e 3 touchdowns na partida. Às vezes é necessário mais de um para parar um grande jogador. Todos os três sacks de Brooks vieram em momentos importantes da partida ou em terceira descida. Além disso, ele ainda foi o responsável por parar uma conversão de 2 pontos na goal line. De vez em quando, alguns bons defensores aparecem na Big 12. O radar está ligado para saber se não foi apenas a partida da vida de Brooks ou se tem mais para entregar.
Outro jogador que tem se destacado semana após semana é o edge rusher Kwity Paye de Michigan. Paye é um junior que tem 7,5 tackles for loss e 4,5 sacks na temporada. Na partida contra Iowa, seu melhor jogo. Foram 2,5 sacks e 2,5 tackles for loss. Um desses sacks mostrou uma técnica evoluída de Paye. Paye utiliza o seu club/rip move e mostra bom atleticismo ao conseguir finalizar a jogada.
— ALL22_OTC (@All22O) October 9, 2019
Paulson Adebo está em uma montanha-russa nessa temporada. O ponto baixo certamente foi quando ele foi queimado repetidamente pelo wide receiver Gabriel Davis de UCF, mas essa semana ele está no ponto alto. Contra o forte ataque de Washington, Adebo conseguiu ser um shutdown corner que se espera dele. Mesmo contra um bom quarterback como é o Jacob Eason e bons jogadores no grupo de wide receivers (apesar de Adebo não ter ido contra Aaron Fuller com frequência na partida), Adebo mostrou o talento que muitos acreditavam que ele tinha ao ser projetado como primeira rodada.
Defense was key in @StanfordFball’s upset over UW, and Paulson Adebo led the way.
The Card CB matched career high with four pass breakups and added five tackles, earning #Pac12FB Defensive Player of the Week: https://t.co/POtfcBtDKW pic.twitter.com/oKG2DEAHyH
— Pac-12 Network (@Pac12Network) October 7, 2019
Um dos meus candidatos a “filhos do Draft” dessa classe é o wide receiver Gabriel Davis e com UCF jogando na sexta-feira, foi a primeira vez que acompanhei ao vivo prestando atenção exclusivamente nele. Bem, apesar do quarterback ruim jogando que estava totalmente impreciso (como pode ser visto abaixo), ele não me decepcionou.
— ALL22_OTC (@All22O) October 10, 2019
Foram 170 jardas e 13 recepções e alguns indicativos de que ele pode ser uma escolha top-100 no próximo Draft. Uma das melhores qualidades de um wide receiver não é a velocidade que ele consegue correr, mas sim a velocidade que ele consegue parar. Apesar de Davis ter 6’3″ de altura, ele consegue parar a sua aceleração e mudar de direção com boa velocidade. Ainda há alguns pontos que ele poderia melhorar na jogada abaixo, mas a forma como ele ataca a bola voltando para agarrá-la e a aceleração/desaceleração são empolgantes.
— ALL22_OTC (@All22O) October 10, 2019
O processo do Draft é bastante volátil. Uma partida ruim contra uma universidade grande e o stock do prospecto cai. Um Combine espetacular o coloca entre os principais prospectos da classe. Todos anos nós temos jogadores que eram visto como possíveis escolhas altas e conforme a temporada vai passando, o jogador vai caindo no esquecimento. Nessa temporada já temos alguns que caíram de top-10 para top-30 e prospectos vistos como primeira rodada que quando chegarmos em Abril ninguém o veja como uma escolha top-100. Não será o caso com todos os jogadores que separei neste artigo, mas nenhum tem correspondido às verdadeiras expectativas.
Cornerback Paulson Adebo – Stanford
A posição de CB1 ainda está bastante aberta. Nenhum dos jogadores agarrou e tem jogado como um digno shutdown corner nesse momento. Adebo era um dos candidatos e vinha jogando muito bem, até que… Gabriel Davis apareceu. Davis é o wide receiver de UCF e não só deu problemas para Adebo em uma jogada ou outra. Davis destruiu com Adebo durante a partida inteira. Veja abaixo algumas jogadas compiladas da partida.
UCF WR Gabriel Davis (6’3 212 JR) made some $ in his Stanford film vs Paulson Adebo. Moves really well for size & exposed some technical flaws in Adebo. Needs to clean up patterns, but he’s had a strong ‘19 pic.twitter.com/9GRwm3hbwg
— Mark Dulgerian (@MarkDulgerianOS) September 25, 2019
Cornerback Bryce Hall – Virginia
Quanto mais eu penso, mais eu acredito que Bryce Hall tomou a decisão errada em retornar para o seu ano de senior em Virginia. Hall que liderou o país em passes desviados na temporada passada, certamente pensou que caso retornasse para mais um ano, teria a chance de se tornar o CB1 da classe de 2020, mas não é isso que tem acontecido até aqui. Não significa que Hall tem jogado mal, mas tem jogado abaixo da temporada passada e pra quem queria aumentar o seu draft stock, isso não é o ideal. Hall ainda tem performado a ponto de ser escolhido no dia 2, mas se ele soubesse o que aconteceria nessa temporada, provavelmente teria se declarado e garantido um ano extra ganhando dinheiro.
Linebacker Paddy Fisher – Northwestern
Antes de começar a temporada passada, Paddy Fisher chegou a ser o meu LB2 da classe. Obviamente, Fisher acabou não se declarando e retornou para Northwestern. A minha decepção com Fisher é que ele não tem mostrado motivos para ter retornado pois não tem conseguido evoluir, especialmente no jogo aéreo. No último jogo contra Michigan State, Fisher foi explorado em diversos momentos pelo quarterback Brian Lewerke.
Quarterback Jordan Love – Utah State
Love era visto como um dos principais quarterbacks fora a dupla Tua-Herbert. Até aqui, Love tem jogado razoavelmente bem, mas isso não é o suficiente para quem joga em uma conferência mais fraca. Até o momento, Love tem apenas 4 touchdowns e 3 interceptações nas 3 partidas que jogou. Love entrou para a temporada com o objetivo de mostrar que poderia evoluir principalmente em suas leituras pré-snap, mas ainda não conseguiu mostrar isso. Com Jake Fromm, Joe Burrow, Jalen Hurts e até Jacob Eason jogando bem, o sonho de ser uma escolha de final de primeira rodada começa a se distanciar.
Wide receiver Collin Johnson – Texas
Johnson flertou com a possibilidade de se declarar na temporada passada e por causa disso, nós já tivemos alguns debates sobre o WR de Texas. Durante o processo do Draft passado, Collin Johnson era visto por nós como uma possível escolha de começo do dia 3, mas quando ele não se declarou e o processo para o Draft de 2020, Johnson estava sendo colocado como possível primeira rodada. O hype era inexplicável e estava curioso para que a temporada começasse para ver se tínhamos avaliado errado o jogador. Até agora, foram apenas 102 jardas, 1 touchdown na temporada e a carruagem virou abóbora. Johnson não nos decepcionou porque não esperávamos muito dele, mas certamente alguns analistas não estão satisfeitos com a temporada do jogador até aqui.