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Uma das questões mais complicadas quando faz scouting de um prospecto para a NFL é saber avaliar e atribuir pesos diferentes para algumas traits.

Cada posição tem um critério diferente e algumas habilidades são mais importantes do que outras na avaliação. O estudo para análise leva em consideração tape, histórico fora de campo e o Combine.

Neste texto, irei falar sobre os jogadores de linha ofensiva, posição em que, na minha visão, o atleta precisa ser o mais completo e equilibrado para jogar bem na NFL. Tanto a parte física, técnica e mental, se um desses pontos está desnivelado em relação aos outros, o jogador não será um dos tops da posição.

Quais são as coisas específicas que devemos observar em um jogador de linha no scouting? O que mais devemos considerar? É o que vamos discutir abaixo.

Kyle Hamilton é o melhor prospecto do Draft de 2022?

Qual é o Top 5 EDGEs do draft de 2022?

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Habilidade atlética

Essa é uma trait que considero a mais importante no futebol americano. A NFL é uma reunião de grandes atletas de diferentes tipos e, se você não tiver o tamanho, força e velocidade suficiente para determinada posição, você não irá conseguir jogar.

Alguns pensam que os jogadores de linha ofensiva por serem mais “gordinhos” não são atléticos. Bom, esqueça isso a nível profissional. Há dois pontos cruciais na questão atlética de um prospecto de OL para se observar: tamanho e força/agilidade.

Tamanho

É fácil reconhecer um jogador de linha ofensiva da NFL. Grande e pesado, jogadores com menos da 6’3, 300 lbs e 32’5 de tamanho de braço raramente conseguem jogar. Tamanho influência diretamente na força e no contato que será feito contra o outro jogador. Quanto maior e mais forte, mais sucesso ele terá em bloquear o adversário e com mais dificuldade ele será movido do lugar. É por isso que dizem que “tamanho não se ensina”.

Força/agilidade

Dois outros pontos fundamentais na parte física. Força é nada mais nada menos que o poder de mover outro ser humano de lugar. Um prospecto que consegue transportar jogadores de lugar e dominar um determinado espaço no campo terá muito valor durante a avaliação, já que, durante o bloqueio, a força é o movimento dominante.

Já agilidade é importante porque determina a rapidez com que um atleta executa os movimentos. Seja movendo os pés ou os braços, quando se enfrenta jogadores grandes, uma ação feita mais ágil pode ser fundamental para a definição de uma jogada. Tudo isso interfere na mobilidade de um jogador, fator que é cada vez mais observado pelas equipes.

Exemplo: O prospecto mais atlético desta próxima classe é Evan Neal, Alabama. Listado com 6’7 e 350 lbs, o jogador é elite nesta trait e exemplifica muito bem o que disse acima.

Always looking to one up myself! @MattRheaPhD @UA_CoachBallou pic.twitter.com/mEkce64Eqy

— Evan Neal (@ENeal73) July 12, 2021

Mais valioso e melhor tem duas definições diferentes. A primeira, se refere a algo que tem grande valor, precioso e importância. Já a outra, é sobre ser superior quando comparado a algo, ter mais atributos de acordo com alguns critérios. O safety Kyle Hamilton pode não ser o jogador mais valioso da classe do Draft de 2022 devido à posição que atua, porém, ele é definitivamente o melhor jogador geral da board.

Alguns podem se perguntar sobre Aidan Hutchinson, Kayvon Thibodeaux, Derek Stingley ou Evan Neal e nenhum deles, na minha opinião, é um jogador de futebol americano melhor e mais completo do que o atleta de Notre Dame.

Qual é o Top 5 EDGEs do draft de 2022?

Equipes que tiveram mais e menos impacto com os novatos em 2021

Provavelmente, alguns do que citei acima serão draftados antes do safety de Notre Dame por jogarem em posições mais valorizadas. Mesmo assim, Hamilton é um dos melhores prospectos na posição de safety do século e não deve demorar muito para ter seu nome chamado por Roger Goodell. Desde 2010, apenas Eric Berry foi o único safety draftado dentro do top 5. O último que chegou perto foi Jamal Adams, 6° escolha em 2017.

As chances de Hamilton quebrar essa sequência são enormes. Mas você deve estar se perguntando: o que faz dele tão especial assim? Quais são os pontos fortes e porque ele deve ser mais valorizado mesmo sendo um safety? É isso que iremos abordar na análise abaixo:

Kyle Hamilton começa a temporada com o pé na porta

Números

Tackles

Def Int

Fumbles

Year

School

Class

G

Solo

Ast

Tot

Loss

Sk

Int

Yds

Avg

TD

PD

FR

TD

FF

2019

Notre Dame

FR

13

27

14

41

1.0

0.0

4

66

16.5

1

6

0

0

2020

Notre Dame

SO

11

51

12

63

4.5

0.0

1

14

14.0

0

6

0

0

2021

Notre Dame

JR

7

19

15

34

2.0

0.0

3

0

0.0

0

4

0

0

Career

Notre Dame

31

97

41

138

7.5

0.0

8

80

10.0

1

16

0

0

Snaps by Alignment

2021

2020

2019

DL

4

3

22

Nickel

227

111

99

CB

6

6

3

Box

87

139

87

Deep

114

321

209

Capacidade atlética de elite

Um unicórnio, como gostam de falar os americanos: atleta alto, forte, rápido e que domina todos os fundamentos técnicos. Assim são chamados alguns jogadores da NBA e da NFL e Kyle Hamilton se encaixa perfeitamente nesta descrição. Com 6’4 e 220 lbs, não era para ele ser tão rápido e explosivo como é.

O jogador foi eleito pelo The Athletic como um dos três mais freakies da classe. É esperado que ele corra abaixo dos 4,45 segundos no 40 yard dash, consiga 41,7″ no vertical jump e 10’8 no board jump.

Tamanha capacidade atlética lhe permite fazer todas as funções físicas na defesa com excelência. Tem velocidade e agilidade para cobrir o fundo do campo, seja sozinho ou dividindo com outro safety, além de marcar no mano a mano RB, TE e até alguns WRs. Tem força e tamanho para jogar no box e parar o jogo terrestre e capacidade para infiltrar no backfield.

https://thumbs.gfycat.com/RemarkableTerribleHaddock-mobile.mp4

https://thumbs.gfycat.com/VibrantWeirdArkshell-mobile.mp4

Vamos continuar a saga dos top-5 com uma classe profunda e com bons nomes no topo.

Lembrando que este ranking ainda pode sofrer alterações ao longo do processo, mas representa a visão da classe no momento.

Observação: esse ranking reflete apenas a opinião do redator!

Qual é o Top 5 QBs do draft de 2022?

Qual é o Top 5 QBs do draft de 2022?

Qual é o Top 5 WRs do draft de 2022?

Vamos lá!

Kayvon Thibodeaux, Oregon

Um cara extremamente atlético que chamava atenção desde seus primeiros jogos por Oregon. 6’5 e 258 lbs, tamanho e peso ideais para NFL e podemos ver nos seus lances em campo. Seu primeiro passo é formidável e ele é muito explosivo dando muito trabalho para os OLs adversários. Ele também é produtivo no jogo corrido, apesar de em alguns momentos morder o gap cedo demais.

https://twitter.com/i/status/1434601909101400080

Como pontos de melhoria usa demais o movimento de speed-to-power, sua capacidade atlética fala mais alto no college e essa discrepância tende a diminuir na NFL. Dessa forma, também necessita melhorar seu plano de ataque no pass rush. Precisa refinar seu bend, porque sua capacidade atlética deveria ser traduzida de uma forma melhor.

Aidan Hutchinson, Michigan

https://twitter.com/i/status/1438491553664745477

Um cara que fez eu queimar a língua feio. Não gosto de jogadores que voltam para o College, porque é por vezes um risco maior do que uma recompensa. Mas não foi o caso de Hutchinson, ele saiu de um possível segundo round, no máximo final de primeiro round, por conta de uma lesão, para hoje estar cravado no top-5 do draft. Há quem comente que existe dúvida para a pick 1, mas não passaria KT.

Jogador tem 6’6″, 268lbs, peso e altura ideal. Além disso, permite que ele possa jogar em alguns snaps por dentro da linha, bem como ajudar no jogo corrido. Ele consegue vencer muito com power moves, mas isso não o torna um jogador com plano de pass rush exclusivo de apenas força, tendo velocidade para contornar o arco.

Precisa refinar um pouco seu trabalho com as mãos e seus counter moves. Algumas vezes ele tem dificuldades em transformar movimentos de speed to power se isso não for previamente planejado por ele. Ademais, temos algumas limitações de burst comparados a KT, por exemplo.

Um dos times mais interessantes para acompanhar durante a offseason de 2022 será o New York Jets. Nele, o GM Joe Douglas entrará em sua quarta temporada no comando da franquia. Por enquanto, ele acumula um retrospecto de 13-36, o que já teria derrubado muitos executivos na liga. Contudo, seus superiores entenderam que faria um trabalho de longo prazo e tiveram paciência. Agora, Douglas precisará começar a mostrar resultados.

Em termos de filosofia de construção de elenco, um de seus principais focos foi a linha ofensiva. Contratou diversos jogadores na free agency e escolheu Mekhi Becton e Alijah Vera-Tucker na primeira rodada, além de outros em escolhas mais baixas. Além disso, depois de ser amarrado a Adam Gase e Sam Darnold no começo da carreira, também já teve a oportunidade de escolher um treinador e um quarterback. Dessa forma, na última offseason contratou Robert Saleh para comandar o time e usou a segunda escolha geral no Draft para selecionar o QB Zach Wilson.

Estes movimentos fizeram com que as principais peças para a franquia estivessem posicionadas a partir da tomada de decisão de Douglas. Portanto, o time agora precisará de uma trajetória ascendente em termos de resultados para validar as escolhas de seu GM. Para auxiliar nesse processo, ele entrará em uma offseason fundamental, na qual terá bom espaço para trabalhar na free agency e no Draft.

A evolução de Zach Wilson

O primeiro passo para que o processo nos Jets tenha sucesso é que Zach Wilson demonstre evolução em relação ao seu ano de calouro. Ele foi titular em 13 partidas, vencendo apenas três. Nestes jogos, totalizou 55,6% dos passes para 2334 jardas (6,1 por tentativa), 9 touchdowns e 11 interceptações. Além disso, correu 29 vezes para 185 jardas e 4 TDs.

Os sinais não foram muito promissores. Wilson demonstrou os flashes de talento de braço e capacidade de vencer fora de estrutura, mas estas não são características muito estáveis na liga. Também exibiu problemas com um processamento lento para executar progressões e tomar decisões, além de um trabalho de pés que muitas vezes prejudicava sua tomada de decisão. Por isso, quando se alia o teste do olho com os números, é fácil dizer que teve uma temporada ruim.

Com um coordenador ofensivo promissor como Mike LaFleur no comando do ataque e com seu treinador pessoal como técnico de QBs da franquia, Wilson tem o ambiente e o talento para evoluir. Caso receba mais ajuda no restante do elenco, pode ter um grande salto em seu segundo ano.