The pick is in! Deivis Chiodini (@deivischiodini) e Felipe Vieira (@lipevieira) falam sobre os principais free agents ainda disponíveis e dão possíveis destinos para eles.
The pick is in! Deivis Chiodini (@deivischiodini) e Felipe Vieira (@lipevieira) falam sobre os principais free agents ainda disponíveis e dão possíveis destinos para eles.
Tida como uma das franquias mais disfuncionais da NFL, o Detroit Lions está no meio de mais um processo de reconstrução. A última temporada com mais vitórias do que derrotas do time foi em 2017 e a última classificação para os playoffs em 2016, ambas na época em que Jim Caldwell era o treinador. Desde então, a era Matt Patricia se passou como um grande fracasso. Assim, em 2021, teve início o período de Dan Campbell como técnico principal e Brad Holmes como general manager.
O principal movimento que marcou o começo deste novo ciclo foi a troca do QB Matthew Stafford para os Rams. Nesta negociação, os Lions levaram escolhas de primeira rodada em 2022 e 2023, além do QB Jared Goff. Dessa forma, Holmes adquiriu capital de Draft para montar o elenco conforme a sua visão com o apoio de Campbell.
A primeira temporada não foi um sucesso em termos de campanha, com apenas 3 vitórias, 1 empate e 13 derrotas. No entanto, a forma como Detroit está abordando seu processo, o resultado logo em 2021 não era o principal. O ponto que merece destaque é a cultura que parece estar sendo criada como um ótimo passo inicial.
Cultura é um termo que pode ser definido de diversas formas, tanto no mundo empresarial ou no esportivo, por exemplo. Ela é, essencialmente, um conjunto de hábitos e regras que ajudam a guiar um grupo em direção ao crescimento. No contexto da NFL, a cultura tem em vista criar um ambiente que leve o time para vitórias.
Isto vai além da qualidade do elenco ou da capacidade dos treinadores de montarem sistemas modernos e eficientes. É criar uma atmosfera que cumpra uma série de objetivos. Futebol americano é um esporte perigoso e os jogadores não terão interesse de colocar o corpo em risco sem a possibilidade de vencer. Afinal, quem gosta de perder?
Também é preciso moldar uma situação em que jogadores recém-chegados, sejam eles jovens ou veteranos, enxerguem a possibilidade de conquistar espaço em campo. Assim, surgirá um ar competitivo e estimulará os atletas na briga por um papel relevante nos jogos.
Por fim, os jogadores estão acostumados com hábitos de vestiário e cada vez mais se mostram conscientes de causas sociais e eventos que os interessam fora do esporte. Por isso, é necessário proporcionar um ambiente que trate os atletas como adultos, deixar as personalidades fluírem e motivar um espírito de equipe.
É nestes fatores que Campbell se mostrou um ótimo treinador em 2021. Ele montou uma cultura na qual os seus jogadores ofereciam o máximo do esforço, independente da situação. Com isso, conquistou vitórias contra adversários claramente superiores e fez uma série de partidas parelhas mesmo com talento deficiente. Além disso, é preciso apontar que suas escolhas em termos de comissão técnica foram interessantes, sobretudo o coordenador defensivo Aaron Glenn.
Isto nos leva então para o material humano disponível para executar a visão.
Já consigo ouvir algumas pessoas trazendo tochas acesas gritando palavras de ordem: MOCK DRAFT EM JUNHO NÃO! Porém, é sempre importante apaziguar os ânimos ao dizer que Mock Draft cedo demais não tem como objetivo tentar adivinhar os jogadores escolhidos da primeira rodada, mas sim apresentar alguns jogadores que chegam bem para a temporada de 2023 e que podem se declarar para o Draft. Portanto, guarde as tochas e venha conhecer alguns prospectos para ficar de olho durante esse ano.
Pertinente dizer que a ordem determinada nesse Draft simulado é de acordo com as odds das casas de apostas, portanto eu não odeio o seu time se ele está selecionando mais alto do que você acha que vai acontecer. Além disso, esse mock Draft serve para conhecer alguns dos prospectos, se tal posição faz o mínimo de sentido no time, eu não me importo se o respectivo time precisa mais de outra posição.
1 – Houston Texans: QB Bryce Young, Alabama
Bryce Young oferece atleticismo, bom braço e boa precisão. Young tem potencial para ser um franchise QB e mais uma temporada de alto nível em um time forte como de Alabama certamente o colocará em condição de ser a primeira pick do Draft.
2 – Atlanta Falcons: EDGE Will Anderson, Alabama
Anderson entra na temporada com potencial de ser o melhor jogador do Draft de 2023. Seu atleticismo e sua produção são de elite.
3 – Detroit Lions: QB CJ Stroud, Ohio State
Stroud e Young são os favoritos pela briga de QB1 da temporada, mas vamos lembrar que na temporada passada os favoritos eram Sam Howell e Spencer Rattler. De qualquer forma, Stroud nesse momento me parece ser um passador mais preparado do que Young.
Todo ano a NFL vê times reformulando suas abordagens. Isto pode ser proveniente de uma mudança de treinador, general manager ou ambos. A partir disso, é iniciada uma nova etapa no processo em busca de um título. Nesta offseason, algumas equipes passaram por esta situação. Entre elas estava o New York Giants.
Nas dez temporadas que se passaram desde que conquistaram seu último título, os Giants tiveram apenas dois anos com mais vitórias do que derrotas, nenhum título da NFC Leste e apenas uma classificação para os playoffs. Nela, foram derrotados logo na primeira rodada, em 2016. Para tentar reverter esta década de maus resultados, a franquia trocou de GM após a aposentadoria de Dave Gettleman, que teve quatro temporadas fracassadas no comando da equipe. Durante o período de Gettleman nos Giants, dois treinadores passaram pelo time. O primeiro foi Pat Shurmur, substituído em 2020 por Joe Judge. Este, por sua vez, acabou demitido após o campeonato de 2021.
Para ocupar estas importantes funções que ficaram vagas foram contratados o GM Joe Schoen e o HC Brian Daboll, ambos vindo do Buffalo Bills com a promessa de fazer com que os Giants voltem a uma trajetória de sucesso. Os dois chegam de uma franquia com um ótimo retrospecto recente após passar por um processo de reconstrução muito bem gerido. Dessa forma, é interessante entender como os Bills conseguiram encerrar uma seca de 18 anos sem ir aos playoffs e agora são um dos melhores times da liga e como os Giants podem emular este plano.
Giants têm um Draft de altos e baixos
Os Bills saíram de mais uma temporada sem uma vaga nos playoffs e decidiram reiniciar o processo em 2017. Para isso, contrataram Sean McDermott, então coordenador defensivo dos Panthers, como treinador em janeiro daquele ano e trouxeram Brandon Beane, que fazia parte do front office de Carolina, como GM logo após o Draft. Foi uma situação incomum e levantou muitos questionamentos na época. Contudo, parece que foi uma decisão acertada por parte dos Pegula, donos da franquia. A partir deste momento começou um processo de reconstrução que acumula quatro classificações para os playoffs, incluindo uma final da AFC em cinco anos.
O primeiro passo foi começar a dar forma para o elenco, construindo uma base. Nisso, foram encontrados jogadores que fortaleceram a secundária como o ótimo CB Tre’Davious White e a grande dupla de safeties formada por Micah Hyde e Jordan Poyer. No entanto, não foram feitos grandes movimentos, já que o objetivo inicial era encher o plantel de peças sólidas e capazes de contribuir. Montar um time competitivo, construir uma cultura e preparar as fundações para o futuro. Agora, Tyrod Taylor era o QB da equipe e se colocava como uma opção competente, mas que dificilmente ajudaria a franquia a dar um passo a mais.
Neste processo, não se importaram em dar passos atrás em talento se significasse alguma contribuição para o futuro. Dessa forma, trocaram peças importantes como o WR Sammy Watkins, o CB Ronald Darby, o OT Cordy Glenn e o DT Marcell Dareus. A troca de Glenn inclusive é parte fundamental desta reconstrução. A partir dela, os Bills subiram da posição 18 para a 12 na primeira rodada do Draft de 2018. Deste ponto então, conseguiram outra negociação para chegar na sétima escolha geral. Nela, selecionaram o QB Josh Allen. Em uma liga cada vez mais pautada no ataque aéreo, é preciso encontrar um quarterback capaz de fazer a diferença. Entretanto, é importante observar como Beane não forçou esta situação de cara e ainda escolheu um jogador visto como um projeto na época.
Agora com o seu QB de preferência no elenco, era necessário criar as melhores condições possíveis em sua volta. Um dos passos para isso foi contratar Brian Daboll como coordenador ofensivo. Aos poucos ele foi experimentando conceitos e deixando Allen confortável para que pudesse se desenvolver. Gradualmente foi sendo construída uma linha ofensiva e um grupo de recebedores que pudesse ajudar o jovem QB a elevar seu nível. Foi isto que aconteceu com a aquisição de jogadores como os WRs Stefon Diggs, Cole Beasley e John Brown e os OLs Daryl Williams, Mitch Morse e Spencer Brown.
Enquanto isso, o ataque era preparado, a defesa era um ponto forte e sempre foi assim durante este regime. Além de uma secundária talentosa, a diretoria nunca parou de investir recursos no front seven. Assim, se formou um elenco muito completo e forte, visto como um dos melhores da liga. Isto posicionou os Bills como um candidato ao título, com resultados que evidenciam isto. Agora, o time já está na fase de manutenção e gerenciamento de um contrato pesado de seu quarterback.
Nos últimos anos, a offseason tem sido bastante movimentada com trocas impactantes e muitas mudanças entre jogadores das equipes. O Indianapolis Colts de Chris Ballard sempre seguiu uma filosofia de construção do elenco pelo Draft e não gastar milhões na free agency, mantendo o teto salarial flexível.
Porém, após não conseguir vaga nos playoffs na temporada passada, e o investimento que fizeram em Carson Wentz não ter sido um sucesso, a diretoria da equipe resolver mudar a abordagem e foi mais agressiva neste ano.
Além de assumir o erro e já trocar Wentz de imediato, os Colts foram até Atlanta e trouxeram o ex-MVP da liga Matt Ryan. Também trocaram pelo veterano Yannick Ngakoue e contrataram pela free agency Stephon Gilmore. As adições feitas pelo Draft também mostram que Indianapolis visa um retorno imediato dos seus novatos, já que pegou alguns jogadores que estão prontos e podem jogar já na Semana 1.
Falamos a seguir o impacto que esses novos jogadores podem ter já em 2022 e como se encaixam na cultura de Indianapolis:
A famosa Wide Zone: o que é e como funciona?
Quebrando o mito: os Rams ligam, e muito, para o Draft
Qual o encaixe dos reforços na defesa do Buffalo Bills?
O principal nome para a temporada. Ryan é, sem dúvidas, a principal esperança entre os nomes contratados. Após a aposentadoria de Andrew Luck, a equipe buscou opções dos mais variados possíveis, desde novatos, veteranos, contratação na free agency e via troca, mas nenhuma foi uma alternativa a longo prazo.
O camisa 2 vem de uma temporada em baixa após a fraca campanha de Atlanta, que culminou em uma reformulação do elenco. Com 37 anos, o QB não tem mais a mesma performance de 2016, mas ainda tem gasolina no tanque para produzir em bom nível.
Matt Ryan’s 2016 MVP season was something special.
Now time to bring those talents to Indy.@M_Ryan02 | @Colts pic.twitter.com/YwyZ5zI2zu
— NFL (@NFL) March 21, 2022
Claramente o ataque da equipe terá um impacto imediato com a chegada do jogador. A rapidez com que ele pode entrar no esquema de Frank Reich será um fator importante para o sucesso da equipe durante os dois primeiros meses da temporada, que inclui sete jogos consecutivos contra adversários da AFC.
Com uma linha ofensiva de elite e um jogo corrido forte, liderado por Jonathan Taylor, Ryan não terá a obrigação de carregar o setor ofensivo nas costas. O impacto do jogador deve ocorrer principalmente em momentos críticos do jogo, em situações que em 2021 Wentz sempre tomava decisões ruins.
Ryan traz um estilo de jogo diferente do antecessor, então é esperado que Reich leve o que foi positivo para o ataque no ano passado e misture mais elementos de passe com o que teve de Philip Rivers em 2020. O setor ofensivo irá continuar sendo liderado por Jonathan Taylor, mas ele ficará mais dinâmico com a ameaça dos lançamentos do novo QB.
A defesa dos Colts foi a 2º pior pressionando o QB em 2021. Foram apenas 120 pressões, com média de 18.1% por snap (a média da liga foi de cerca de 25%). Mesmo nos últimos anos investindo no setor, com a troca por DeForest Buckner e a escolha de Kwity Paye na primeira rodada, era preciso de mais.
Os Colts foram buscar Ngakoue, que se destacou no começo de carreira no rival Jaguars, depois rodou sem destaque por vários times, até ter uma boa temporada nos Raiders com 10 sacks.
Na troca, a equipe teve que enviar o CB Rock Ya-Sin. Foi uma escolha difícil, já que o jovem vinha ganhando cada vez mais espaço no time, mas Ballard priorizou reforçar a DL com um veterano ainda produtivo na liga. Melhorar o pass rush estava no topo da lista de prioridades da equipe na offseason.
Em uma defesa mais conservadora como era da equipe, Ngakoue teria mais liberdade para produzir no pass rush sem ter tanta responsabilidade para proteger o gap no jogo terrestre. Disse no passado essa frase, pois o antigo coordenador da equipe, Matt Eberflus, foi para Chicago. Veremos se o substituo, Gus Bradley, irá manter a fórmula dos últimos anos ou irá alterar.
Na semana passada falamos sobre um conceito defensivo que volta com força na liga. Talvez, um correspondente para o lado ofensivo seria o wide zone. Novamente, um esquema que já fora usado anos atrás, recebe alguns ajustes e entra na “moda” da NFL.
Dois safeties no fundo: a nova velha moda da NFL
Vamos lá!
O conceito de um esquema de bloqueio de zona é atribuído a Kirk Ferentz, treinador de Iowa Hawkeyes, embora seu design de bloqueio não tenha sido amplamente utilizado na NFL até ser habilmente adaptado por Alex Gibbs. A adaptação de Gibbs (com a ajuda de Mike Shanahan) ajudou os Broncos a conquistar vitórias consecutivas nos Super Bowls 32 e 35. No caminho eles ainda tornaram uma escolha de draft de 6ª rodada, o RB Terrell Davis, em um jogador de Hall da Fama. Como Alex Gibbs não está no Hall da Fama do Futebol Profissional está além da minha compreensão.
A partir do uso de corridas em zona, vimos a criação da wide zone por Mike Shanahan/Gary Kubiak/Alex Gibbs dos Broncos. 20 anos se passaram e a árvore de coaching de Mike Shanahan começou a florescer. Sean McVay, Matt LaFleur e Kyle Shanahan se desenvolveram sob a tutela de Mike Shanahan, naquela fatídica foto que já deve ter passado pela sua timeline, mostrando os auxiliares da época nos Redskins. E agora, já deu fruto do fruto, com Zac Taylor se tornando HC dos Bengals e disputando o último SB justamente contra McVay.
As corridas de wide zone, emparelhado com passes no estilo West Coast Offense e play-action, são o que chamamos hoje de times que operam em wide zone, a parte corrida e a parte de passes. Essa junção, elevaram o nível do QB reserva dos Redskins, a escolha de quarta rodada Kirk Cousins e levou Matt Ryan a um MVP em 2016. Por sua experiência nesse esquema mágico, Shanahan foi contratado como treinador principal do San Francisco 49ers em 6 de fevereiro de 2017.
O Los Angeles Rams conquistou o troféu Lombardi em 2022 e consagrou uma metodologia diferente para montar seu elenco. O general manager Les Snead e o treinador Sean McVay nunca tiveram medo da agressividade. Ficaram conhecidos pela vontade de trocar escolhas altas de Draft, especialmente de primeira rodada, por veteranos que pudessem ajudar a ganhar um título.
Quando um time é campeão ou demonstra sucesso prolongado, é normal que suas abordagens passem a ser reproduzidas por outros. A NFL não é conhecida como uma liga de cópias à toa. Existem diversos exemplos que apontam para isto ao longo da história, seja em táticas, filosofias de construção de elenco ou até na forma de moldar um jogador. Vivemos em uma constante comparação com o passado e em um ciclo que se retroalimenta em busca de vantagens competitivas que levem ao objetivo maior: o título.
No entanto, quando se fala sobre o processo dos Rams, é normal que exista uma visão – equivocada – de que pregam um desapego com o Draft. Contudo, tudo o que diz respeito ao caminho trilhado por Snead e McVay mostra que os dois valorizam o recrutamento. A diferença é que alocam seus recursos de maneira diferente.
Snead foi contratado em 2012 pelo então Saint Louis Rams para reformular a equipe. Como seu treinador na época, trouxe Jeff Fisher. O time não teve sucesso neste período, com nenhuma classificação para os playoffs em 5 temporadas. Precisando reestabelecer os Rams como marca após a mudança para Los Angeles, Snead recebeu a confiança do dono Stan Kroenke. A partir desse momento, começou uma nova etapa na trajetória da franquia.
O ponto chave dessa era foi a contratação de McVay como treinador em 2017. A diferença foi imediata. Nos cinco anos desde então, os Rams tiveram campanhas positivas em todas as oportunidades. Um salto de 39% de vitórias no regime anterior para 68% no atual durante a temporada regular. Com McVay no comando, foram quatro classificações para os playoffs. Em duas delas, o time chegou ao Super Bowl, culminando com o título na última temporada. Com isso, fica o questionamento sobre o que a franquia faz de diferente e como produz elencos tão competitivos.
Em linhas gerais e de forma simplista, pode-se resumir que os Rams adotam uma abordagem de buscar estrelas em trocas com suas escolhas de Draft, especialmente as de primeira rodada, e na Free Agency.
Embora um elenco da NFL seja composto de 53 jogadores, ele tem diferentes camadas. No topo, estão os talentos que fazem a diferença e são responsáveis por vitórias e derrotas. Entre eles, o ideal é que estejam atletas das chamadas posições premium (QB, OT, EDGE, CB).
Depois, estão os jogadores titulares que realizam suas funções em bom nível, mas não elevam o patamar do time por conta própria. Em seguida, vêm as peças de rotação, que exercem algum papel de forma relevante e, por isso, garantem snaps. Por fim, estão os reservas e especialistas.
Dentro desta estrutura, os Rams aprenderam a fazer grandes investimentos e não poupar esforços para melhorar no topo da pirâmide. Isto é refletido no fato de que a equipe não fez nenhuma escolha de primeira rodada desde 2016. Na ocasião, Snead trocou para subir no Draft e selecionar Jared Goff no topo da classe. Depois deste momento, as outras escolhas da rodada inicial foram trocadas por jogadores veteranos para elevar o patamar da equipe.
Em 2017, Snead trocou uma escolha de segunda rodada pelo WR Sammy Watkins. Também contratou o LT Andrew Whitworth e o WR Robert Woods na Free Agency. Neste ponto estava clara a intenção de fortalecer o sistema de apoio para Goff e os dois últimos foram jogadores muito valiosos de toda esta era da franquia.
No ano seguinte, foi a vez de mandar uma primeira rodada pelo WR Brandin Cooks, uma segunda de 2019 junto com uma quarta de 2018 pelo CB Marcus Peters e uma quinta rodada pelo CB Aqib Talib. Na Free Agency, contrataram o iDL Ndamukong Suh. Durante a temporada, o time também trocou pelo EDGE Dante Fowler. Desta vez, já com um ataque mais formado foi a vez de investir na defesa. Esta equipe chegou ao Super Bowl e ajudou a validar a estratégia.
Todavia, 2019 não foi um ano de tanto sucesso. Foi a única temporada em que os Rams ficaram fora dos playoffs na era McVay até hoje. Contudo, uma das trocas mais relevantes aconteceu durante esta campanha. Peters e Talib deixaram a equipe e Snead mandou duas escolhas de primeira rodada para os Jaguars em troca do CB Jalen Ramsey. Uma super estrela em uma posição premium adquirida a partir de amplo capital de Draft. A metodologia dos Rams em sua essência.
Já 2020 foi um ano mais calmo, sem grandes movimentações. Também é necessário saber esperar as oportunidades aparecerem e foi isto que aconteceu em 2021. Goff já tinha provado que não seria capaz de elevar o time, então era preciso buscar um novo QB. Foi neste ponto que entrou Matthew Stafford. Para adquirir o então quarterback dos Lions, Snead enviou duas escolhas de primeira rodada e Goff, além de complementos. Além disso, vendo uma janela aberta para o título durante a temporada, o GM aproveitou e trocou escolhas de segunda e terceira rodadas pelo pass rusher Von Miller e assinou com o WR Odell Beckham Jr, que estava livre no mercado após ser cortado pelos Browns.
Com esta linha do tempo, é possível perceber que os Rams estavam dispostos a jogar um jogo que as outras franquias não costumam participar. A maior parte da NFL tem a filosofia de acumular capital de Draft, especialmente nas rodadas iniciais, e investir em talento jovem para dar continuidade ao elenco. Posteriormente, se paga para manter os bons jogadores que foram escolhidos. Snead resolveu tomar outra abordagem e utilizar suas escolhas para adquirir talento já comprovado. Dessa forma, reduziria o risco de equívocos na tomada de decisão e preencheria o topo do elenco com as estrelas que eram necessárias para complementar Aaron Donald, que já estava no time.
A defesa do Buffalo Bills foi uma das melhores da NFL na última temporada. Na verdade, a melhor se pegarmos as estatísticas da temporada regular. Foi o 1º em menos pontos cedidos (17 pontos por jogo), 1º em menos jardas (272 totais por jogo), 3º em turnovers (30) e 5º em pressões (186).
Porém, por ironia do destino, foi a defesa o ponto mais fraco no jogo mais importante da última temporada, contra o Kansas City Chiefs no Divisional Round, permitindo 42 pontos.
Os Bills fizeram algumas mudanças na offseason para tentar ir mais longe neste ano. Dos principais destaques estão Von Miller e Kaiir Elam. De um lado, temos um veterano que é um dos melhores defensores da liga desde que chegou e que ganhou um título recentemente pelo Los Angeles Rams. Do outro, temos um novato escolhido na primeira rodada e que mostra muito potencial.
Mas afinal, qual é o objetivo dos Bills com essas contratações? Como eles se encaixam no sistema defensivo da equipe? É o que falaremos a seguir:
Dois safeties no fundo: a nova velha moda da NFL
Chiefs repõem talentos para seguirem na briga por títulos
Draft dos Steelers mantém equipe competitiva em busca de playoffs
A defesa base dos Bills de Sean McDermott e do coordenador defensivo Leslie Frazier é uma 4-3 que atua a maioria dos snaps na cobertura em zona. A linha defensiva joga one gap, isso quer dizer eles têm mais ajuda dos LB contra o jogo corrido, pois não tem responsabilidade de proteger dois gaps. Em contrapartida, precisam penetrar seu gap com mais agilidade e ajudar no pass rush.
A cobertura mais utilizada pela equipe nesses últimos anos é a cover 3, porém, em terceiras descidas costumam alterar para cover 1 e mandar algumas blitzes, principalmente com os LBs.
A equipe nesta temporada usou bastante coberturas com two-high safeties, sendo a 5º time que mais usou cover 4. Com talvez a melhor dupla de S da NFL, a equipe consegue alterar os tipos de coberturas graças a boa versatilidade de Micah Hyde e Jordan Poyer, que conseguem marcar em zona, man ou fazer blitz com quase a mesma eficiência.
A prioridade da defesa é parar o jogo aéreo e nesse quesito eles foram os melhores. Foram apenas 56% passes completados, 12 TDs cedidos, 19 INT, 80 passes desviados, 163 jardas cedidas por jogo e 5.7 jardas por tentativa de passe.
Além de ter profundidade na secundária e uma dupla de safeties de alto nível, o pass rush da equipe é muito eficiente. Também com profundidade, a equipe não tem nenhum jogador com grandes números em sacks e pressões, mas todos tem uma boa produção. Foram 186 pressões (média de 30.8% por snap, melhor marca da liga), 42 sacks. Mario Addison (7), Gregory Rousseau (4) e Ed Oliver (4) foram os defensores com mais sacks na temporada.
Em terceiras descidas, a equipe busca gerar pressões de diferentes maneiras para confundir a linha ofensiva e o QB adversário. Uma das formas de se fazer isso é usar o atleticismo dos seus LBs (Matt Milano and Tremaine Edmunds), em uma formação com double-A-gap. Isso faz com que eles consigam colocar mais jogadores na linha de scrimmage e confundir o ataque sobre de onde vai vir a pressão.
Na jogada abaixo, temos um exemplo disso: os Bills mostram uma pressão com 6 homens na linha de scrimmage, porém, o CB Kevin Johnson, inicialmente na cobertura, irá fazer a blitz pelo EDGE e os LBs irão recuar para marcar o passe, além do DE da esquerda que irá marcar a flat.
Os Bills são apenas o 18º time que mais mandam blitz na liga (26% por snap), porém, a qualidade como mandam e as situações de jogo que escolhem para fazer isso é crucial no sucesso defensivo nesse tipo de jogada. Podemos ver o reflexo disso em terceiras descidas, na qual lideraram a NFL com 30.8% apenas de conversão do adversário.
The pick is in! Deivis Chiodini (@deivischiodini) e Felipe Vieira (@lipevieira) começam o processo do Draft de 2023 falando sobre alguns dos principais prospectos do Draft de 2023.
Prospectos citados:
A NFL é feita de muitas idas e vindas. Hoje a gente acha absurdo times que mais correm que passam, mas pode ser que um dia seja a nova tendência do ataque. A predisposição das equipes da NFL era defender com dois safeties no fundo do campo, a medida que a liga ia sendo levada para ataques mais voltados a passe.
Em 2010, as coisas começaram a mudar. Pete Carroll voltou a NFL depois de um bom trabalho em USC, assumiu os Seahawks e começamos a ver uma quebra do paradigma e uma defesa com single-high (apenas um safety no fundo do campo) ajudou a equipe a vencer seu único Super Bowl e produzindo a Legion Of Boom, um das melhores defesas da história.
Um único safety no fundo do campo lhe dará respostas contra a corrida – eles têm a vantagem de um jogador extra no box. Você ainda pode ter defesas de passe mais do que capazes – como Cover 1, Cover 3 spot-drop ou Cover 3 match – mas essas coberturas geralmente precisam de jogadores especiais jogando de CB e como FS, que era exatamente o que Pete Carroll tinha.
Quando uma novidade dessas traz os resultados que a defesa de Seattle apresentou, o resto da liga tenta replicar. Falcons, Chargers, Jaguars foram os primeiros a tentar implementar o esquema, por terem como técnicos oriundos dessa árvore, como Dan Quinn e Gus Bradley.
A NFL começou a sentir o efeito de um melhor jogo de quarterback em todos os níveis do jogo. Os quarterbacks estavam treinando melhor e obtendo mais repetições quando jovens, o que os levou a entrar na liga com muito mais experiência de passe do que qualquer geração anterior. A NFL se tornava ainda mais uma liga de passes.
As equipes puramente single-high arriscavam serem varridas, pois as mentes ofensivas encontravam maneiras melhores de manipular essa defesa. Sejam atacando com rota seam ou com rotas cruzadas por trás dos LBs e deixam o safety do fundo do campo em conflito.
Conhecendo as coberturas defensivas
De acordo com PFF, que mapeou a aparência defensiva em todas as jogadas de todos os jogos desde 2014, a temporada de 2020 foi a primeira vez que as defesas se alinharam com apenas um safety no fundo do campo pré-snap em menos de 50% de snaps de primeiro e segunda descida.
Ao todo, 48,6% de todos os snaps foram jogados com aquele visual MOFC (Middle Of the Field Closed, apenas um safety no fundo do campo), abaixo dos 53,9% em 2018 e 57,6% em 2019. E o importante a saber sobre esses números é quem está puxando a média abaixo de 50%.
É claro que algumas equipes jogaram uma porcentagem baixa de snaps nessa formação antes do surgimento dos Rams de 2020, mas os esquemas que se espalham pela liga são os que dominam estatisticamente. Foi o que os Rams fizeram em 2020 com o novo coordenador defensivo Brandon Staley, que hoje é head coach dos Los Angeles Chargers após apenas um ano de experiência como DC.
Staley veio da árvore de Vic Fangio em Denver e Chicago. E que se registre, os Broncos de Fangio em 2020 registraram a segunda menor taxa de MOFC pré-snap na liga. De volta a Chicago, os Bears promoveram Sean Desai como coordenador defensivo e agora ele está em Seattle onde devem implementar essa mudança. Desai trabalhou com Fangio e Staley em Chicago.
Com quatro finais de conferência seguidas na AFC, os Chiefs têm a pressão de manter o desempenho mesmo com capital de Draft alocado mais para o final das rodadas. Dessa vez, o time estava armado com duas escolhas no dia 1, por conta da troca de Tyreek Hill e a missão de encontrar talento jovem e barato para dar continuidade ao ciclo vitorioso.
Foram 10 escolhas e apenas 3 delas foram em jogadores de ataque. Isto deixou claro o caminho que a diretoria preferiu seguir. Reformular a defesa e contar que Patrick Mahomes e Andy Reid elevarão o ataque, mesmo com a perda de um alvo como Hill. Com este cenário desenhado, vamos analisar a classe e o que esperar dos Chiefs no futuro.
Jaguars fazem Draft com foco defensivo, mas dúvidas persistem
Paciência leva os Ravens a um grande Draft em 2022
Giants têm um Draft de altos e baixos
Metade das escolhas do Draft dos Chiefs foram de jogadores de secundária. O grupo precisava de ajuda, já que perdeu o S Tyrann Mathieu e o CB Charvarius Ward na Free Agency. Assim, era necessário não apenas repor em volume, mas em snaps titulares. Por isso, McDuffie foi o primeiro selecionado pelo time.
O CB de Washington não é dos maiores, com algumas questões especialmente sobre sua envergadura. No entanto, é atlético, com boa velocidade e um arsenal técnico de qualidade. Seu forte está na marcação por zona, com bons instintos e identificação. Fluido, também consegue acompanhar recebedores no mano a mano, apesar de não ter tanta experiência assim neste tipo de cobertura. Com certeza terá muito tempo em campo já como calouro, com apenas L’Jarius Sneed como uma opção mais confiável na posição.
Como os outros nomes do grupo de CBs envolvem Deandre Baker, Lonnie Johnson, Rashad Fenton, Luc Barqoo e Dicaprio Bootle, investir em competição nunca é demais. Este foi o motivo pelo qual mais três jogadores foram selecionados no dia 3 para a disputa na posição.
Voltando para o dia 2, o S Bryan Cook veio para preencher o espaço que Mathieu deixou vago. O jogador que veio da ótima defesa de Cincinnati possui uma mentalidade física. Boa participação contra corridas, com técnica de tackles de qualidade. Na cobertura não tem um teto muito alto, mas faz um trabalho sólido. Não deve ser colocado em situações como single high por não ter um alcance de campo destacado.