Josh Allen é um dos meus prospectos prediletos dessa classe. O quarterback californiano atua na Universidade de Wyoming e é dono de um dos braços mais potentes dos últimos anos.
Iniciou a sua carreira universitária em Reedley College, uma junior college. Isto ocorreu pois quando estava para se formar do ensino médio, Allen ainda não possuía um corpo de um quarterback de elite da NCAA. Após um ano lá, cresceu rapidamente e acabou recebendo uma oferta de bolsa de Wyoming.
Com Allen, o trait não poderia ser outro. Vamos falar a potência de seu passe, seu arm talent. Esta é a capacidade de um QB de conseguir fazer todos os passes que são exigidos de um quarterback a nível profissional. Ele não necessariamente precisa ter o passe mais forte do mundo, mas precisa ter a habilidade de concectar em todas as rotas presentes num pro style offense.
Por mais que pareça um exagero, a comparação que eu faço hoje com Allen em termos de arm talent é com Matthew Stafford. A sua capacidade de soltar um canhão em 20 yard outs é surpreendente, e poucas vezes vi um quarterback na NFL jogar com tanta força.
Neste primeiro exemplo vemos Allen acertando um passe de quase 50 jardas para TD, em movimento, próximo à lateral, soltando um tiro para que a bola chegue a tempo na endzone. Esse passe é puro arm talent. É extremamente difícil conseguir gerar potência em um passes desses, onde a bola não leva muito tempo para chegar ao seu destino.
Neste segundo lance, vemos Allen fuzilando uma bola em uma deep dig route no meio do campo. Apesar da marcação não ser muito apertada, se a bola flutuar levemente, a janela inicial pode se fechar, ou um dos safeties pode chegar no recebedor a tempo de impedir a recepção. Repare como ele mal precisa gerar torque com as pernas. A movimentação e energia gasta é mínimo para colocar pressão na bola, uma verdadeira demonstração de natural talent.
Neste último lance, vemos Allen completar o passe que qualquer scout chama de “NFL type throw”. Uma deep out de 20 jardas sendo lançada da hashmark oposta à rota, parada o lado fraco do quarterback (como Allen é destro, seu lado fraco é a esquerda). Apesar do timing não ser exato, é possível ver o quão fora de série seu braço é. Esforço mínimo e a bola mal sobe, fica basicamente no mesmo plano durante toda sua trajetória.
Allen certamente está na disputa para ser o #1 overall pick em 2018, mas o fato de ter mais dois anos de elegibilidade não o garante no Draft. Se provar que, junto a seu arm talent, ele evoluiu nos outros quesitos, pode vir a ser um grande quarterback na NFL.