O futebol americano é um grande jogo de xadrez. O ataque lança um conceito novo e a defesa tenta combater e isso leva o ataque a criar um conceito para posteriormente ser combatido por uma defesa. Foi assim com Spread offense, Air Raid offense, RPO, Read Option, Smash concept, mesh concept, outside zone, inside zone, split zone, e assim será. A defesa começou a responder com nickel como sendo a defesa padrão e o a dime aparecendo cada vez mais, e é isso que faz o esporte tão empolgante.
Em 2017, Iowa State ganhou destaque com uma temporada de 8 vitórias, duas a mais do que as duas temporadas anteriores juntas, jogando com 3 safeties. Após essa temporada, times como Baylor e Clemson começaram a usar essa formação em descidas inciais. Jogar com uma formação de três safeties permite um número maior de coberturas possíveis que uma equipe pode obter com os mesmos jogadores.
Seria esta a próxima evolução no futebol?
Como funciona?
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Para ganhar um safety no fundo do campo, temos que remover um jogador do box. Isso tornaria o time mais frágil contra as corridas. As equipes de três safeties vão jogar com um front de 3 DLs para compensar um jogador a menos no box. O nose tackle, 0-tech (de frente ao center) quase certamente será um jogador que trabalhará em two-gap, protegendo os dois A-gaps. Os dois defensive ends podem alinhar em 4i-tech, ombro de dentro do OT, onde jogarão em one-gap. Os times também mantém um dos DEs como 4i e colocam o DE do lado forte da formação (o que normalmente tem o TE), jogando em 5-tech (ombro externo do OT) e ele trabalhará em two-gap, defendendo o gap C e gap B.
Você tem dois inside linebackers. O MIKE está alinhado diretamente atrás do nose tackle, serve como spy do QB e também pode ser o 4º pass rusher. O WILL vai alinhar no que alguns chamam de posição Apex, na escola Nick Saban, (lugar entre o OT e o slot receiver). Nesses sistemas, muitas vezes você verá os linebackers internos jogando de forma hiperagressiva quando constatam a corrida. É mais uma tentativa de entupir o meio e forçar os jogadores para as laterais.
Também no segundo nível desta defesa estará um nickel alinhado como Apex no lado forte do ataque. Ele pode ser um híbrido LB/S, já que terá responsabilidade de parar a corrida, mas também tem que ser capaz de dropar na cobertura e defender as zonas de hook/curl/flat.
No terceiro nível desta defesa você tem seus dois cornerbacks. Você tem os dois safeties o boundary e o field (nomes que recebem para o que se alinha do lado mais amplo do campo e do mais curto, foi se a época de strong e free safety). O terceiro safety nesta defesa é muitas vezes chamada de STAR. Normalmente, quem recebe essa alcunha nos playbooks é o nickel. Nesta defesa, o STAR está alinhado a 8-10 jardas da linha de scrimmage e é responsável por ajustes de corrida e cobertura de passe.
Nesse terceiro nível, você quer que esse STAR seja literalmente uma estrela. Ele tem que cobrir muito campo, por isso precisa de um range incrível. Descer da posição de safety para cobrir um RB requer velocidade e fluidez, já que ele pode vir como um míssil e tem a vantagem de não ser o primeiro alvo dos OLs. Além disso, o STAR pode se ver fazendo cobertura por cima ou como robber no meio. Ele tem que fazer de tudo, então achar um cara com essas características é bem difícil.
Da sua posição, o safety pode analisar o backfield e encontrar com quem está a bola. A defesa se contenta em deixar o running back levar a bola para a linha lateral, mantendo os ombros na horizontal. Eles não querem que o running back faça um movimento vertical. Com o jogo agressivo dos linebackers, o último homem para o trabalho é o terceiro safety. Este jogador também é frequentemente responsável para quando o QB corre com a bola. Tê-lo jogando em profundidade faz dele um jogador-chave no combate a zone-reads e RPOs.