O vencedor do Heisman não é unanimidade, mas mostra bom processamento mental

by Pedro Pinto

Vencedor do Heisman Trophy de 2017, Baker Mayfield está longe de ser unanimidade entre os scouts. Cada um aponta uma fraqueza, às vezes com relação à altura ou a mira, outras por conta da personalidade ou mecânica.

Assim como 99,99% dos prospectos, ele possui os seus pontos fracos. Ainda assim, tem um trait em que Mayfield demonstra ter em alta qualidade, que é seu processamento mental.

O capitão dos Sooners demonstra boas leituras feitas com rapidez, lendo o campo todo e sabendo onde todos os seus companheiros estão em todos os momentos. Vamos dar uma olhada no tape contra Ohio State para verificar a velocidade de seu processamento mental.

Neste primeiro lance, Mayfield faz um full field read enquanto permanece dentro do pocket. Uma das preocupações com relação à QBs universitários é a falta de leituras de todo o campo. Aqui, Mayfield faz a leitura do meio do campo, reconhece a abertura e rapidamente busca ler se o recebedor à extrema esquerda está livre. Assim que percebe que este está marcado, ele coloca o passe no meio do campo, conseguindo o first down.

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Agora vemos Mayfield fazendo a leitura de quatro rotas: seu TE à esquerda da formação, o RB e os dois WRs executando rotas do lado direito. Ele identifica rapidamente que nenhuma das rotas estará livre. Ele busca tempo escapando do pocket ainda se mantendo como passador e não corredor. Ele prolonga a jogada o máximo possível e somente quando reconhece que ela de fato deu errada, corre e conquista algumas jardas com as próprias pernas.

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Este último lance, pra mim, é o mais incrível. Ele faz a leitura de uma combinação de duas rotas no lado direito, progride para a próxima leitura que é o o TE (alinhado fora da OL) e, precisando escapar do pocket e consegue encontrar seu RB na swing route e completa um belíssimo passe para touchdown.

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Mayfield segue intrigando os scouts e nesse momento e já existem boatos de diferenciações de avaliação, uns dando nota de primeira rodada, outros com nota até mesmo de quarta rodada. Neste caso, segue o velho ditado: “você só precisa que um time goste de você” e meu palpite é de que alguém vai gostar de Mayfield o suficiente para que seja um first round pick.

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3 comentários

Tiago Sarmento 13 de dezembro de 2017 - 16:50

Excelente matéria PP.
Só queria saber o que você tem a dizer sobre o footwork dele. As vezes eu acho que ele tem o mesmo defeito do Lynch, draftado em 2016, que é confiar demais no braço não apoiando os pés corretamente. Over/under throws…não sei se a inaccuracy do Mayfield é reflexo somente do footwork dele.
Me tire essas dúvidas nesse quesito. Porque as qualidades eu vejo muita gente comentando, mas do defeitos, não vejo tanto assim.

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Pedro Pinto 14 de dezembro de 2017 - 21:53

Não vejo sendo mesmo problema que o Paxton Lynch. Lynch tem naturalmente um braço muito potente e por isso deixa de gerar bom torque em alguns momentos. Mayfield consegue gerar este torque, mesmo que de forma mais sutil. Seu arm strength não vem puramente do braço. Os maiores defeitos de sua mecânica são a angulação do braço no release point com relação a seu corpo e o fato de gerar torque de uma forma um pouco diferente, não realizando o movimento completo das pernas e tronco. Não vejo seu footwork sendo um problema, ele consegue reset os pés com facilidade quando faz as leituras do campo e mesmo quando lançando de plataformas não convencionais, ele busca estar o mais “correto” possível. Aprender a executar o dropback é uma das coisas mais fáceis, o problema seria se ele não lançasse de uma base equilibrada. A mira dele demonstra uma queda em lançamentos além de 20 jardas, mas não é algo que me preocupa pois este não é o seu estilo de jogo.

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Tiago Sarmento 14 de dezembro de 2017 - 22:04

Muito obrigado pelo esclarecimento PP. Irei tentar observar melhor para analisar as observações que você mencionou.

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